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Futebol

Contra pressão de amigos de infância, Sanchez ameaça renovar com Tite

Arquivo Geral

20/09/2011 11h24

Perseguido por jornalistas, cinegrafias e fotógrafos, o presidente Andrés Sanchez se apressou em direção ao elevador após participar de um encontro da Soccerex Global Convention (convenção mundial de negócios relacionados ao futebol) em São Paulo, nesta segunda-feira. “Desse jeito, ele vai morrer do coração”, sorriu um convidado do evento. O mandatário andou de um lado a o outro no corredor, mas não evitou mais perguntas sobre a permanência ou não de Tite no comando do Corinthians. Para conter a pressão, ameaçou até renovar o contrato do técnico.

Um dia antes, logo após a derrota por 3 a 1 para o Santos, Sanchez já havia se livrado de dar satisfações a um grupo de torcedores organizados (amigos de infância, segundo ele) que foi ao vestiário do Pacaembu cobrar a demissão de Tite. O gerente de futebol Edu Gaspar se incumbiu da reunião com os manifestantes no estádio municipal e, em nome do presidente, explicou que o treinador gaúcho resistira às cobranças.

“Disseram que eu saí do Pacaembu correndo, sendo hostilizado, mas isso é mentira e me entristece. Só não desci para o vestiário porque estava muito nervoso e não queria ir até lá. Mas repito que o Tite é treinador do Corinthians e tem contrato até o final do ano!”, esbravejou Andrés.

O presidente corintiano aceita a pressão exercida por torcidas organizadas. Sanchez sempre se orgulhou de deixar as portas da sua sala no Parque São Jorge abertas a quem desejar fazer reivindicações. “No Pacaembu, eram só três torcedores da São Jorge [Movimento Rua São Jorge, ala radical da uniformizada Gaviões da Fiel] que foram falar com o Edu. Conheço todos. São amigos meus desde pequenos. Sempre fui de organizada”, afirmou, deixando de relacionar os protestos à oposição corintiana.

“Quem quiser falar comigo só precisa marcar reunião e cumprir o combinado. Se sair fora do combinado, não é atendido. Simplesmente isso. O protesto é justo, e acho que eles devem protestar, mesmo. Só não pode ter agressão.”

Embora aceite ouvir as opiniões de seus amigos, Sanchez nem sempre acata conselhos. Ele já contrariou os organizados que quiseram as demissões de Mano Menezes após a eliminação na Copa Libertadores da América na temporada do centenário do Corinthians e a do próprio Tite, marcado pela vexatória derrota para o Tolima, da Colômbia. O mesmo se repete agora, com a queda de rendimento no Campeonato Brasileiro.

“Quando fizeram pressão no Mano, eu renovei o contrato dele por mais um ano. Se encherem muito o saco, renovo por um ano com o Tite e pronto!”, ameaçou Sanchez, bastante irritado e convicto de que a mudança de técnico não trará benefícios para o Corinthians. “Gente, não vou mais repetir: Tite é o nosso treinador até o final do ano! Acabou! Não é ele que vai fazer o time ganhar ou perder. Se ele cometer muitos erros ou um pecado bem grave, aí, sim, eu mando embora”, concluiu.

Premiado ou não com uma prorrogação contratual, Tite tem muitos problemas para resolver até a próxima rodada do Campeonato Brasileiro. O adversário de quarta-feira, no Morumbi, é o São Paulo, clube com o qual Andrés Sanchez alimenta rivalidade pessoal.

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