Adilson Batista terá pela frente às 18h30 (de Brasília) deste sábado, no Morumbi, seu último clube antes de assumir o São Paulo: o Atlético-PR, terceira equipe que deixou em menos de um ano por conta de maus resultados. Mas o treinador, em vez de mostrar tristeza, declara amor ao time que o revelou como zagueiro há 25 anos.
“Aqui está sempre uma atleticano, que respeita, gosta e tem consideração pelo clube que me abriu as portas desse mundo maravilhoso do futebol. Sou torcedor, sócio, tenho cadeira lá”, contou o comandante. “Mas hoje estou no São Paulo e preciso lutar pela liderança do Campeonato Brasileiro”, completou, para evitar problemas.
O técnico, entretanto, não esconde o carinho pelo Furacão. Nascido em Adrianópolis, no interior do Paraná, Adilson virou jogador profissional em 1986 pela equipe da Arena da Baixada e, de lá, chegou até à seleção brasileira. A passagem como técnico, porém, durou dois meses.
Em 14 jogos no comando do Rubro-negro de Curitiba, o treinador venceu quatro, empatou quatro e perdeu seis, deixando o time após ser derrotado em cinco das seis primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. Mas ele aponta problemas políticos, além dos resultados, como causa de sua saída.
“Recebi o convite no domingo à noite, e na segunda-feira, depois de outra reunião, aceitei mais em função do Valmor Zimermann, que foi meu presidente [quando ele foi revelado como zagueiro] e era diretor de futebol. Na sua saída, quase que sai junto e conversei lá, mas o Atlético-PR estava vivenciando os jogos da Copa do Brasil”, lembrou.
A troca na diretoria ocorreu exatamente entre os dois compromissos pelas quartas de final da Copa do Brasil, contra o Vasco, que se classificou no desempate dos gols fora de casa – empatou por 2 a 2 no Paraná e 1 a 1 em São Januário. Depois disso, contudo, Adilson esteve à frente da péssima campanha sem derrota nas seis primeiras rodadas do Brasileiro.
“É futebol. Tentei dar padrão, melhorar o time e não consegui. Não vou ficar reclamando de contratações, disso e daquilo”, afirmou o treinador, desconfortável em relembrar os problemas que acarretaram no fim de sua passagem pelo clube que diz ser o do seu coração – embora também admita publicamente carinho pelo Grêmio, equipe em que foi o capitão na conquista da Libertadores de 1995.