Menu
Estilo de Vida

Preto no décor: como equilibrar a cor nos projetos residenciais

Neutro e versátil, o preto pode ser uma aposta certeira para a paleta de cores dos ambientes. Para acabar com a insegurança de muitos, que temem enjoar ou escurecer demasiadamente, o escritório PB Arquitetura orienta como equilibrar as nuances dentro do conjunto decorativo

Redação Jornal de Brasília

05/09/2023 14h54

Foto: Henrique Ribeiro/Divulgação

Escolher a paleta de cores para o projeto é uma etapa que exige bastante atenção, pois essa definição influencia não apenas no visual do espaço, como também nas emoções e sensações das pessoas – humor (ou a falta dele), descanso e harmonia no geral. E por considerarem que tons escuros não são as melhores resoluções, muitos deixam o preto de lado pelo receio de errar a mão e criarem ambientes pesados e obsoletos.

Mas para Priscila e Bernardo Tressino, do escritório PB Arquitetura, o preto é uma das cores mais versáteis dentro da arquitetura de interiores. Quando bem utilizado, é uma maneira ousada e elegante de adicionar profundidade, contraste e sofisticação aos ambientes. “O preto é um coringa entre os tons neutros e atende todos os estilos de décor, do clássico ao rústico, e sua presença indica imponência. Com ele, é possível explorar diferentes abordagens até encontrar a combinação que melhor reflete a personalidade do morador”, explica o casal de arquitetos.

Harmonia e sobriedade

Na psicologia das cores, o preto é poderoso e muito associado à elegância, distinção, renome, influência, atemporalidade, atratividade, mistério e credibilidade. Logo de cara, o tom já mostra porque se deve arriscá-lo dentro do décor e não decepciona quando misturado com outras cores, pois a mescla com tons quentes e frios resulta em visuais atraentes e envolventes.

Usualmente, para uma atmosfera mais tranquila e relaxante, cores frias são dominantes, mas no caso de uma proposta mais acolhedora e íntima, os profissionais sugerem a opção por cores mais quentes. “É possível combinar o preto com outras cores vibrantes, como vermelho e amarelo, entregando vivacidade e luz. Cores neutras e pastel resultam em um ambiente mais leve e suave, enquanto a cartela fria, que incorpora o verde e o azul, adiciona serenidade e tranquilidade”, detalha Priscila.

Foto: Photons Fotografia | Henrique Ribeiro

Para os arquitetos do PB Arquitetura, um projeto com gradientes de preto demanda equilíbrio e proporção. “Buscamos sempre balancear todos os elementos do décor e, no momento do estudo de viabilidade, elaboramos um painel de inspirações e referências que nos ajudam a definir onde o preto se encaixa melhor”, pontua Bernardo. No geral, os diferentes tons de preto desempenham o papel de elo que une e enriquece as demais cores, resultando em um acréscimo de elegância e profundidade para a composição como um todo.

Foto: Photons Fotografia | Henrique Ribeiro

“A dica é inserir o preto nos detalhes menores como a base dos móveis, molduras ou objetos decorativos. Em nossos projetos, gostamos de gerar pontos de destaque com acessórios coloridos”, dizem os arquitetos. E se a ideia for conquistar uma essência mais criativa e despojada, eles indicam a aplicação de cores neutras dentro das paletas de branco e cinza, que entregam ambientações mais elegantes e minimalistas.

Não tenha medo de ousar

Foto: Photons Fotografia | Henrique Ribeiro

O preto frequentemente associado ao minimalismo e ao design moderno, assim a pintura de paredes e a especificação de móveis monocromáticos ou com revestimentos escuros declaram ousadia, sem necessariamente o colocar como coadjuvante do espaço. Priscila e Bernardo propõem trabalhar com as diferentes variações de gradiente como preto fosco, metálico, azulado, grafite, carvão ou sutil.

“Buscar os diferentes matizes ajudam a quebrar um pouco da regra de sempre misturar o preto com outras cores. Fica excelente uma fusão entre o intenso e o mais suave, assim como os tipos de acabamento como o fosco, brilhante, acetinado ou metálico”, recomenda Bernardo. Nessa alquimia, pode-se também considerar a madeira e o couro escuro, metal preto e estampas com listras e padrões geométricos.

Evite o erro mais comum: a iluminação

Definir a paleta de preto requer, além do cuidado estético, um projeto luminotécnico eficiente para enaltecer a percepção do espaço e a atmosfera geral. Para Priscila, o erro mais comum é a falta de uma luz inadequada, que pesa o ambiente. Tendo em vista a natureza do preto como uma cor de introspecção e que absorve a luz, ela e Bernardo destacam as seguintes dicas:

  • Valorizar a iluminação natural de portas e janelas;
  • Posicionar espelhos ou superfícies refletoras estrategicamente para refletir;
  • Utilizar spots ou pontos de luz direcionada;
  • Considerar a instalar dimmers para ajustar a intensidade de luz;
  • Defina luminárias e abajures para completar o espaço e oferecer luz adequada.
Foto: Photons Fotografia | Henrique Ribeiro

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado