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Gastronomia

Na falta de cacau, Nutella: entenda a origem do doce e por que ele é celebrado hoje

Ao Brasil a empresa chegou em 1994, com a importação de Kinder Ovo, e em 1997 foi aberta a fábrica de Poços de Caldas (MG)

Redação Jornal de Brasília

05/02/2023 10h17

A pasta de avelãs, açúcar e chocolate hoje conhecida como Nutella foi criada em 1946, ao final da Segunda Guerra Mundial, pelo doceiro piemontês Pietro Ferrero e seu filho Michele, como uma forma de contornar a falta de cacau, que o conflito havia feito rarear e, em decorrência disso, encarecer de forma proibitiva.

Ferrero lançou então o Giandujot, com uma quantidade mínima de cacau, mas suficiente para imprimir sabor ao doce, então mais denso, retangular e com formato e embalagem semelhantes ao de uma barra de chocolate.

Cinco anos depois, o doceiro transformou seu Giandujot de pasta em creme, agora vendido em potes, com o nome de Supercrema.

O nome Nutella surgiu em 1964, após um aperfeiçoamento da receita anterior, segundo o fabricante. Foi o começo da expansão internacional, em 1966 para a França e em seguida para vários países europeus. A primeira fábrica fora da Europa foi aberta em 1978, na Austrália.

Ao Brasil a empresa chegou em 1994, com a importação de Kinder Ovo, e em 1997 foi aberta a fábrica de Poços de Caldas (MG), que produz Nutella (entre outras marcas) e vende para o mercado interno e para países como Alemanha, Argentina, Rússia, EUA e a própria Itália.

O produto atual é feito de sete ingredientes, de acordo com a Ferrero: cacau, leite, avelãs, baunilha, açúcar, óleo de palma e lecitina de soja.

O Dia Mundial da Nutella, celebrado neste domingo (5), foi criado por uma blogueira americana com experiência em tecnologia e em marketing.

Sara Rosso, hoje diretora de marketing de produto da HubSpot, morou na Itália de 2003 a 2016 e, quatro anos depois de sua chegada ao país europeu, lançou o dia mundial e o organizou até 2015, quando a gestão do evento passou à própria Ferrero.

Em um depoimento em vídeo, Rosso diz que a primeira vez que experimentou a pasta de chocolate e avelã foi em 1994, numa viagem estudantil à Itália. “Na minha primeira manhã no país, desci para o café da manhã e havia vários potinhos com alguma coisa desconhecida. Resolvi experimentá-la no lugar da geléia, que já sabia o que era, e achei deliciosa.”

A blogueira chegou a procurar Nutella ao voltar para a Califórnia, onde morava, mas naquela época o doce não era usualmente vendido nos Estados Unidos.

Anos depois, conversando com uma amiga sobre o quão desconhecido era o doce entre os americanos, surgiu a ideia de lançar o Dia Mundial da Nutella em seu blog sobre comida e viagens na Itália, escrito em inglês e batizado de Ms. Adventures (‘dona’ aventura).

A data, 5 de fevereiro, não tem nenhum significado especial. “Escolhemos 5 de fevereiro porque achamos que o começo do ano seria uma boa época para começar a aprender mais sobre ela”, conta Rosso.

O movimento ganhou impulso, diz ela, e os blogs começaram a receber a participação de fãs de Nutella do mundo todo –“Japão, Índia, Inglaterra, Brasil, centenas de milhares de comentários no Twitter, 42 mil comentários no Facebook”.

A partir de então, aficcionados pela marca costumam no dia 5 de fevereiro usar a tag do dia mundial (#WorldNutellaDay) para postar fotos de seus pratos favoritos com Nutella, enviar músicas sobre o doce, fazer declarações de amor ao chocolate com avelã e compartilhar receitas (na lista de receitas do site de Rosso há várias receitas de sobremesa que usam a pasta como ingrediente, como o Minitiramisu e a Torta de Nutella de Mascarpone).

Um site foi criado especialmente para a data comemorativa. Em 2015, a marca atingiu 30 milhões de fãs no Facebook.

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