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Gastronomia

Happy Harry aposta em gelatos com ouro verde

Descubra como o pistache conquistou o paladar brasileiro, impulsionou as importações e provocou uma explosão de sabores.

Naiobe Quelem

29/02/2024 16h43

Gelato de pistache coberto com pistache - Happy Harry. Foto: Gabriel Brandão

Gelato de pistache coberto com pistache – Happy Harry. Foto: Gabriel Brandão

Nos calendários gastronômicos nacionais ou mundiais, não importa, praticamente, todo dia é dedicado a celebrar algo, que pode variar de produto e receita a um ingrediente, por exemplo. E uma das estrelas de fevereiro, celebrada no último dia 26, foi o pistache. Como essa data surgiu e o porquê ainda é motivo de apuração que segue perseguido por esta jornalista que aqui escreve, mas, ao observarmos mais a fundo o mercado, vamos avaliar que, independentemente de uma data para chamar de sua, essa notável amêndoa – apelidada de ouro verde, por inúmeras razões –, merece, sim, nossa atenção. E aqui estamos falando do verdadeiro pistache, e não das essências, das emulsificações saborizadas.

No Brasil, ainda, não há produção de pistache em escala comercial. No estado do Ceará já há alguns testes, mas ainda sem resultados frutíferos. Então, toda amêndoa consumida aqui no país vem de fora. E a demanda, graças à requisição na gastronomia, tem impulsionado a importação. Nos últimos anos, o pistache conquistou o gosto dos brasileiros e se tornou um dos ingredientes em alta, especialmente na elaboração de doces e sobremesas.

Como resultado desse fenômeno, as importações dessa oleaginosa, típica da região mediterrânea, alcançaram um aumento significativo para suprir a procura. Em 2023, a compra de pistache cresceu 97% em relação ao ano anterior, decorrente dos US? 8,8 milhões no total das importações, que representam 608 toneladas, segundo estudo da Vixtra, fintech de comércio exterior, com base em dados disponibilizados pela Secretaria de Comércio Exterior.

De cor verde amarronzada e sabor docemente amendoado, o pistache é encontrado em países como Líbano, Turquia, Índia, Irã e Afeganistão. Além da Itália, tem sido cultivado comercialmente na Austrália, Novo México e Estados Unidos, principalmente na Califórnia, onde foi introduzido em 1854. Ainda segundo levantamento da Vixtra, o pistache consumido aqui no Brasil vem, principalmente, dos Estados Unidos, com 77,7% (US? 6,8 milhões) das exportações, seguidos pela Argentina com 18,2% (US? 1,6 milhões) e Irã com 4,1% (US? 0,4 milhões).

De fato, o sabor natural do pistache vem sendo cada vez mais apreciado, sobretudo, em cafeterias, confeitarias, sorveterias e gelaterias. É o caso da gelateria Happy Harry, que aposta em insumos de qualidade. “Aqui, não usamos conservantes, aromatizantes nem pastas saborizantes. No caso do pistache, por exemplo, usamos uma pasta pura da amêndoa, importada da Califórnia”, conta o chef e sócio-fundador da marca, Henrique Leal.

Prova de que amêndoa é mesmo o ouro verde gastronômico é que o gelato de pistache californiano é o segundo mais vendido na rede de gelatos brasiliense, atualmente com quatro unidades. O sabor perde apenas para o brasileiríssimo e consagrado brigadeiro – composto por uma camada de fior di latte coberta por outra de brigadeiro belga de panela, decorado com granulado de chocolate também belga. Por essa razão, os dois estão entre os sabores fixos da marca nos quatro endereços, na 308 Norte, 201 Sul, 408 Sul e UniCeub, na Praça de Alimentação (área da Saúde).

Happy Pistache – Por essa razão, a Happy Harry apostou na celebração do “Dia Mundial do Pistache” com lançamentos exclusivos, que serão oferecidos por tempo limitado. São eles: gelato de pistache envolto com pedaços de pistache (1bola a R$ 26; 2 bolas a R$ 30, no copo ou na casquinha); gelato à escolha do cliente com pedaços de pistache (1 bola a R$ 24; 2 bolas a R$ 28, no copo ou na casquinha). O adicional de calda de pistache sai a R$ 5. E há também sobremesas com a iguaria: fatia de torta de pistache (R$ 24), brownie de pistache com bola de gelato de pistache (R$ 29,90) e milk-shake de pistache (R$ 28).

Gelato não é sorvete

Embora os dois sejam igualmente deliciosos, a forma de preparo e os ingredientes dizem muito sobre as diferenças entre gelato e sorvete. “O gelato tem menos ar incorporado (30%) e isso faz com que ele fique mais cremoso. Enquanto 1kg de massa se transforma em 1,2 litro ou 1,3 litro de gelato; no caso do sorvete, essa quantidade mais que dobra e pode chegar a 2,5kg. Isso porque, a máquina de gelato – diferente da de sorvete – não tem incorporador de ar, ele é incorporado durante a batida na máquina”, explica Henrique Leal. “Além disso, o sorvete, em sua maioria, leva gordura hidrogenada, e o gelato, gordura láctea do creme de leite fresco”, completa.

Um negócio em expansão

 

 

A Happy Harry nasceu em meio à pandemia da Covid-19, fruto do empreendedorismo de dois jovens, Henrique Leal, 29 anos, e Gustavo Oliveira, 30. A primeira loja, aberta em 30 de janeiro de 2021, não existe mais. Abriu espaço para investimentos em pontos com mais fluxo de pessoas e, portanto, maior capacidade de vendas. Vieram então a unidade da 408 Sul, aberta em dezembro de 2022; e as da 308 Norte, 201 Sul e a terceira, localizada dentro do UniCeub, todas em 2023.

Em 2023, a rede comemorou um crescimento de 1.100% em relação ao ano anterior. E para 2024, pretende alcançar a meta de 108,33% de expansão. Atualmente, a Happy Harry produz mensalmente 3,5 toneladas de gelatos. Isso inclui o abastecimento das lojas, eventos (casamentos, festa de aniversários etc) e também o fornecimento para estabelecimentos gastronômico do Distrito Federal, como Chard, Chicago e Valentina Pizzaria. “São os mesmos sabores que vendemos nas unidades, não mudamos nada”, garante o empresário Henrique Leal.

Happy Harry

 

Gelateria Happy Harry - Unidade 308 Norte. Foto: Júlia Tótoli

Gelateria Happy Harry – Unidade 308 Norte. Foto: Júlia Tótoli

 

Asa Norte

  • CLN 308, Bloco C, Loja 18.
    Diariamente, das 11h às 21h.
  • UniCeub – Praça de Alimentação (área da Saúde)
    De segunda a sexta, das 9h às 21h20

Asa Sul

  • CLS 201, Bloco A, Loja 15.
    Diariamente, das 12h às 21h.
  • CLS 408, Bloco C, Loja 7.
    De domingo a quarta, das 11h às 21h. De quinta a sábado, das 11h às 22h.

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