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Gastronomia

Entenda como o brunch se tropicalizou no Brasil com carnes cruas e frutas

O brunch é um termo de origem inglesa cada vez mais presente no imaginário brasileiro são mais fáceis de ser encontradas hoje em dia

Redação Jornal de Brasília

15/08/2023 7h03

NADINE NASCIMENTO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Uma refeição descontraída, sem um horário muito definido, que pode acontecer da manhã ao meio da tarde, com itens que variam de uma simples torrada a um prato mais encorpado. Esse é o brunch, termo de origem inglesa cada vez mais presente no imaginário brasileiro.

Não à toa, receitas típicas desta refeição, como os ovos beneditinos, os waffles e até a torrada de abacate (ou avocado toast) são mais fáceis de ser encontradas hoje em restaurantes, cafeterias, padarias e hotéis.

Se, em sua origem, esse misto de café da manhã (breakfast) com almoço (lunch) fazia referência à refeição matinal daqueles que iam para festas no sábado à noite e acordavam mais tarde no domingo -com início a partir das 11h e seguindo até 16h-, por aqui, ele migrou para o horário da tarde, como uma espécie de almoço com opções de café da manhã.

Os itens mais pesados comumente associadas ao brunch inglês ou americano, como bacon, ovos fritos e salsichas são substituídas em sua versão brasileira por opções frescas e cruas. “É muito mais prazeroso comer algo cru e fresco debaixo do sol”, diz Filipe Rizzato, chef no Palácio Tangará, famoso pelo brunch que começa a partir das 13h. Ele conta que a refeição no hotel do bairro paulistano do Panamby recebeu um toque tropical ao incorporar também uma variedade de frutas.

“Para a gente, [o brunch] acaba sendo mais um sinônimo de fartura, de variedades. Uma das coisas mais legais é poder desfrutar sem pressa”, afirma Rizzato. Lá, o brunch tem três etapas. A primeira tem queijos e opções cruas como tartare, carpaccio e ceviche. A segunda envolve pratos de risoto, massa, peixe ou carne. E, por fim, há sobremesas de frutas. Estão incluídas também bebidas não alcoólicas e alcoólicas, como espumante, vinhos, aperol spritz e gim-tônica.

Os alcoólicos, no entanto, não estão necessariamente disponíveis em todos os restaurantes que oferecem brunch. Embora, a mimosa, coquetel que leva espumante e suco de laranja, seja um clássico associado a esse tipo de refeição na Inglaterra e Estados Unidos.

“Tem um público que já incorporou a ideia e pede drinques, como a mimosa e o blood mary. Mas vejo que o brasileiro ainda é resistente a beber no almoço”, diz a chef Gabriela Barretto, sócia do café e restaurante Futuro Refeitório, em Pinheiros, na região oeste de São Paulo.

Por ser mais flexível, o brunch permite essas adaptações e acaba se tornando mais uma experiência do que uma simples refeição. “Ele não é tão definido pelo que você está comendo, mas por como você está comendo. É o jeito de fazer essa refeição, o espírito de tomar um café da manhã longo, sem pressa”,

Ali, o destaque do brunch fica por conta dos pães artesanais, do doce de leite, da ricota, do croissant, do muffin e da granola, todos produzidos lá mesmo. Isso sem contar os bolos de banana e cenoura, além da tostada de avocado, bastante pedida. “Os brasileiros têm um lado muito tradicionalista. A gente gosta de novidade importada contanto que ela seja adaptada ao nosso jeito”, diz Barretto.

O Hotel Emiliano, no bairro do Jardim Paulista, investe na brasilidade e prepara cuscuz de milho nordestino com queijo de coalho. O menu valoriza ingredientes frescos e pequenos produtores locais, com influências litorâneas.

“Tentamos trazer essa leveza de viver em um país tropical. Oferecemos saladas, frutas inteiras, sucos e peixe fresco (afinal, temos 8.000 km de costa)”, afirma a chef Vivi Gonçalves, à frente da cozinha do Emiliano há dois meses.

No cardápio do brunch ali, ainda é possível encontrar massas artesanais, arroz com vegetais, nhoque e polenta.

O conceito é ainda mais abrangente no Grand Hyatt, no bairro do Itaim Bibi. Um dos destaques do hotel, a refeição ali conta com seis estações no buffet. A de carnes tem peixe assado inteiro, opções de cordeiro, carne bovina com ou sem ossos, linguiças e um polvo. Na estação de frutos do mar, os pratos sempre são acompanhados de ostras e camarões frescos. Logo ao lado, a estação japonesa traz sashimis e temakis preparados na hora.

Tudo é harmonizado com espumante, vinho tinto e branco servidos à vontade, além de bebidas não alcoólicas, como água, suco natural e refrigerante.

“Sentimos a necessidade de mostrar um verdadeiro brunch aqui em São Paulo, algo que abrangesse todos os tipos de público e que possibilitasse encontros de família e casamentos”, diz o chef William Torres.
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  • FUTURO REFEITÓRIO
    R Cônego Eugenio Leite, 808, Pinheiro, região oeste. De ter. a sex., das 8h às 22h; sab., das 9h às 22h; dom., das 9h às 16h. Preço: itens começam a partir de R$ 8,80 (torrada integral)
  • GRAND HYATT SÃO PAULO
    Av. das Nações Unidas, 13.301, Itaim Bibi, região oeste. De dom., das 13h às 16h. Preço: R$ 340
  • HOTEL EMILIANO
    R. Oscar Freire, 384, Jardim Paulista, região central. De sab., dom. e feriados, das 12h às 16h. Preço R$ 402,50
  • PALÁCIO TANGARÁ
    R. Dep. Laércio Corte, 1501, Panamby, região oeste. Dom., das 13h às 16h. Preço R$ 480.

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