Cezar camilo
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“É um queijo tradicional do Ceará, é com a mesma receita que minha bisavó fazia em Sobral (CE): um queijo sertanejo”, explica Lourenço Peixoto, à frente da Queijaria Coqueiral. A relação do produtor artesanal apresenta uma história afetiva com os sabores da iguaria, uma receita passada entre gerações, em um ambiente de descobertas e inovações.
Na fazenda goiana, o principal ingrediente para resgatar as raízes do Ceará é o pré-cozimento e a prensa. Não é segredo. Uma diferenciação sensível ao paladar se comparado ao tradicional queijo coalho ou qualquer outra adição de enzimas para diferenciação do gosto.
“É um queijo que fica em evolução o tempo todo, desde a prensa até um acompanhamento excelente para um vinho tinto ou uma ótima parmegiana para a macarronada”, detalha Lourenço
Dentro das normas adotadas pelo governo federal, o queijo pode ser vendido para fora do estado de Goiás e também para exportação. Até agora, as unidades do Coqueiral não saíram da região Centro-Oeste, porém, segundo o gestor da fazenda, é uma questão de tempo.
“Fazemos um queijo feito à moda antiga, uma receita cearense de 100 ou 200 anos atrás, produzido dentro de uma queijaria moderna, com boas práticas de produção”, ressalta o dono do empreendimento
No passado, essa arte caseira correu o risco de deixar de existir. Questões envolvendo a logística da matéria prima, como diminuição na produção de leite e custos para produção de mais queijos refinados.
Mas a situação foi superada com a ajuda dos incentivos ao mercado artesanal, deixando a ociosidade e alavancando uma nova forma de experimentar as delícias da terra. “Somado a tudo isso, é importante ressaltar o carinho que nós temos para a área agrícola. Em um processo sempre voltado ao futuro dos produtos que vem de lá”, completa Lourenço Peixoto.