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Série de ‘Duna’ troca deserto por brigas de palácio e tenta emular ‘Game of Thrones’

Ambientado no planeta de Arrakis, a obra clássica do americano Frank Herbert acompanha a ascensão de Paul Atreides, jovem tido como figura messiânica por uma antiga profecia

Redação Jornal de Brasília

14/11/2024 13h42

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Foto: Reprodução/Duna

DAVI GALANTIER
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Se o cinema da Warner Bros. encontrou nos livros de “Duna” um épico arenoso de minhocas gigantes, batalhas em naves espaciais e exércitos colossais, a HBO parece ver a saga como uma chance de recriar o sucesso de “Game of Thrones”.

A nova série “Duna: A Profecia” encontra paralelos com o hit medieval da emissora. Mesmo que as duas tenham seus monstros e batalhas vislumbrantes, ambas entendem o caráter duvidoso de seus personagens, a corda bamba entre a vida e a morte -onde até mesmo crianças estão em perigo- e os segredos e traições que assombram as cortes reais como sua maior atração.

Tomada pela atmosfera hesitante das tramas palacianas, o seriado que chega no próximo domingo (17) troca as cruzadas em desertos escaldantes pelas conspirações da realeza. Baseada em “Sisterhood of Dune”, livro derivado de Brian Herbert, a produção acompanha a ascensão das Bene Gesserit, irmandade com habilidades sobrenaturais capaz de moldar o universo com seus sussurros e fofocas.

“Para além da origem das Bene Gesserit, os fãs de Duna, que acompanham os livros e os filmes, vão poder ver algo novo. Conhecer mais sobre esses personagens, aprender sobre outras grandes casas desse universo e suas alianças políticas. É também emocionante para novos fãs, que não precisam ter visto nada antes de assistir ao seriado”, diz o ator Chris Mason, que vive o guerreiro Keiran Atreides.

Conselheiras de figuras políticas, elas manipulam as casas da realeza e protegem regimes alinhados aos seus interesses. Dez mil anos antes do filme de Denis Villeneuve, o grupo era comandado pela temida Valya Harkonnen, papel de Emily Watson e protagonista da produção criada por Alison Schapker.

“Eu nunca li um roteiro com tantas personagens femininas incríveis, tão diferentes umas das outras. Foi incrível ter Alison como capitã da nave, preocupada em criar o ambiente mais seguro e criativo para todos nós. Além de ter aprendido muito com todas as garotas, especialmente com Olivia [Williams], Emily e Jodhi [May]. Elas elevavam todos ao redor, não só os atores em cena, mas toda a equipe”, diz a atriz Sarah-Sophie Boussnina, que dá vida à princesa Ynez Corrino, herdeira ao trono de sua casa real.

Peça central de um plano político, ela aceita ser treinada pelas Bene Gesserit enquanto faz um acordo com a Casa Richese e se casa com um pequeno príncipe de nove anos de idade. A estratégia tensiona a relação com sua mãe, a imperatriz Natalya, e Ynez tenta reafirmar o seu valor.

“A princesa Ynez deseja ser poderosa, forte e estar no controle. Para ela, isso é tudo que a irmandade representa. Seu desejo de estudar com elas se acende como fogo. Ela tem um plano, e está em uma página completamente diferente da mãe. Acho que é uma situação com que muitos podem se identificar, de observar o que nossos pais dizem, o que eles fazem, e decidir fazer as coisas de um modo diferente”, diz Boussnina.

Ambientado no planeta de Arrakis, a obra clássica do americano Frank Herbert (1920-1986) acompanha a ascensão de Paul Atreides, jovem tido como figura messiânica por uma antiga profecia. Ele tenta se impor em um mundo hostil e se vê obrigado a utilizar poderes obscuros, que perturbam as Bene Gesserit. “A Profecia” também resgata a natureza sombria de seus personagens, dispostos a fazer o necessário para chegar ao poder.

“Todos nós acreditamos muito em nossos personagens. Ainda que muitos se comportem de maneira completamente errada, o que torna tudo ainda mais interessante. Mesmo que você saiba que eles não estão tomando a decisão mais correta, você precisa acreditar no caminho que decidem seguir”, afirma Josh Heuston, ator que interpreta o irmão de Ynez, Constantine Corrino.

Do passado obscuro de Valya Harkonnen, narradora pouco confiável que acompanhamos com certo receio, às apunhaladas nas costas que acontecem desde o primeiro episódio, a série se inspira na perversidade que a guerra dos tronos deixou como legado. Nem por isso deixamos de ver a humanidade dessas figuras, diz Boussnina.

“Acredito que tenha muita profundidade em observar a realeza em diferentes situações. Estar em um funeral ou um casamento, na frente do público, ou atrás de portas fechadas, quando eles se livram de suas inibições, revela diferentes máscaras e facetas desses personagens. Quando você tem todos esses elementos juntos, tudo se torna muito mais real”, afirma.

DUNA: A PROFECIA
Quando Estreia neste dom. (17) no Max e na HBO
Classificação 14 anos
Autoria Alison Schapker
Elenco Emily Watson, Olivia Williams, Travis Fimmel
Produção EUA, 2024

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