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‘Turma da Mônica’ perde filme, mas vira série com elenco e temas adolescentes

Produção do Globoplay que sucede ‘Laços’ e ‘Lições’ traz Giulia Benite, Kevin Vechiatto e resto da turma em trama investigativa

FolhaPress

21/07/2022 15h15

Kevin Vechiatto, Laura Rauseo, Emilly Nayara, Giulia Benite e Gabriel Moreira em cena de ‘Turma da Mônica – A Série’ – Fabio Braga/Divulgação

LEONARDO SANCHEZ
SÃO PAULO, SP

Cebolinha aprendeu a falar o erre. Magali e Cascão reconheceram que têm um problema -o de comer demais e o de não chegar perto da água. E Mônica entrou em crise existencial, porque talvez não seja mais uma boa ideia levar o coelho Sansão para todo canto. É assim, grandinhos, que os personagens criados por Mauricio de Sousa aparecem em “Turma da Mônica – A Série”.

A nova produção em live-action -isto é, com atores de carne e osso- inspirada nos clássicos quadrinhos chega ao Globoplay nesta quinta-feira (21), poucos meses depois de o filme “Turma da Mônica: Lições” aterrissar nos cinemas. Apesar do curto intervalo, a diferença do quarteto protagonista nas duas produções é gritante, das vozes mais grossas aos rostos com espinhas.

Culpa da pandemia, que adiou a estreia do filme, gravado antes da chegada do coronavírus, e o colou ao lançamento da série, esta concebida já no pós-quarentena. Nesse meio tempo, a turminha cresceu, bem como os dilemas que agora vemos os personagens enfrentando nas telas.

“A série trata de assuntos mais profundos. Inseguranças, medos, várias coisas bem adolescentes. Os temas cresceram junto com a gente. O problema da Mônica com o Cebolinha deixa de ser sobre quem é o dono da rua. A gente fala bastante sobre atingir um padrão de perfeição, sobre autoestima, coisas muito recorrentes para os adolescentes”, diz Giulia Benite, que vive a protagonista.

“Fala muito de autoconhecimento, de inseguranças. E isso de forma sutil, não é que a série toda é sobre isso, mas está lá”, acrescenta Kevin Vechiatto, o menino que troca -ou trocava- os erres pelos eles.

Na trama, somos apresentados a duas personagens que pela primeira vez deixam os traços coloridos de Mauricio de Sousa e tomam forma física -Denise e Carminha Frufru. A última, recém-chegada ao bairro do Limoeiro, tenta sabotar a Turma da Mônica, até que, durante uma festa em sua mansão, leva um balde de lama na cabeça -no melhor estilo “Carrie, A Estranha”- e urge uma investigação para apontar o culpado, que ela acredita ser a dentuça de vestido vermelho.

As desavenças entre as meninas do grupo, a fixação da antagonista na aparência e até paixões escolares pipocam ao longo dos oito episódios, que substituem um terceiro e último filme originalmente programado para a turminha. Depois de “Laços” e “Lições”, a ideia era adaptar também a graphic novel “Lembranças”, encerrando as aventuras do atual elenco pelo universo de Mauricio de Sousa.

Os planos de uma trilogia, no entanto, foram jogados fora e substituídos, meio que de surpresa, pela série. Em parte porque “Turma da Mônica: Lições” já havia usado elementos da HQ “Lembranças”, mas também porque a pandemia tornou Benite, Vechiatto e companhia grandes demais para a linguagem mais infantil das obras cinematográficas.

“Eu não vejo problema em envelhecer com os personagens, mas eu pretendo fazer outros papéis para não ser sempre associado a este. Eu gosto dele, mas não quero estar com 30 anos sendo chamado de Cebolinha”, diz Vechiatto. “Muita gente acha que a gente só faz isso, mas nós temos outros trabalhos, outros personagens”, acrescenta Emily Nayara.

Ela dá vida a Milena, personagem negra criada em anos mais recentes por Mauricio de Sousa, num esforço por representatividade. Ausente de “Laços”, ela foi introduzida em “Lições” como coadjuvante e, na série, ganhou protagonismo, transformando a turma num quinteto, formado ainda por Gabriel Moreira, o Cascão, e Laura Rauseo, a Magali.

Se antes, quando entraram para o projeto comandado pelo diretor Daniel Rezende, eles tinham em torno de dez anos, hoje já alcançaram a época das festas de 15 -e nessa fase, poucos meses fazem diferença, como comprova a voz grave de Vechiatto, o mais velho, hoje com 16 anos.

“Turma da Mônica – A Série” é só um dos novos esforços da Mauricio de Sousa Produções para levar os quadrinhos amados por gerações de brasileiros às telas, mas não só em forma de desenho animado, como já acontece há anos.

No fim do ano, a HBO Max ganhará uma série sobre Franjinha e Milena, interpretada por outra atriz, mais nova. Antes dos créditos de “Lições”, ficamos sabendo que Chico Bento também terá suas aventuras narradas em live-action.

Questionado, o elenco atual diz que adoraria crescer junto com os personagens diante das câmeras, como aconteceu com os astros de “Stranger Things” e “Harry Potter”. Por enquanto, não há planos para novas temporadas da série, mas, em meio a tantas ideias que Mauricio de Sousa tem para o futuro nas telas, quem sabe não sobra um espacinho para continuar essa jornada.

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