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“The Batman” marca o retorno do herói às telas em gênero investigativo

Muito se foi discutido após a escalação e Pattinson como protagonista. Após a fama pela Saga Crepúsculo, o ator passou anos redefinindo a trajetória

Redação Jornal de Brasília

03/03/2022 18h56

Por Maria Paula Meira
Jornal de Brasília/Agência de Notícias do Uniceub

“The Batman“, a mais nova história do homem morcego, estreia nesta quinta-feira (3) nos cinemas brasileiros e deve ocupar a maior parte das salas de exibição. Nesta versão, dirigida por Matt Reeves, a narrativa é construída de forma mais lenta, com um grande mistério que parece sempre ter mais detalhes a serem desvendados.

Na trama do diretor de Planeta dos Macacos: A Guerra (2014), acompanhamos Bruce Wayne (Robert Pattinson) em seu segundo ano como o herói mascarado de Gotham, estabelecido como a personificação da vingança. Aliado ao policial James Gordon (Jeffrey Wright), o vigilante se envolve na investigação de uma série de assassinatos brutais que revelam uma grande rede de corrupção entre figuras importantes da cidade.

Assista ao trailer

Nova perspectiva

Já se passaram décadas desde que fomos introduzidos a história do herói, nesse ponto, já sabemos que cabe a cada diretor decidir como e o que abordar em sua narrativa. Desta vez, o roteiro aposta em uma nova perspectiva para que valide a existência de um novo filme. A impressão que fica é a opção de Reeves de não abordar a origem do herói em sua produção em busca de utilizar seu tempo de tela para retratar as questões que queria pontuar e não a mesma história já conhecida pelos fãs.

Desde o início vemos um herói com uma reputação consolidada em sua cidade, ainda sim, o acompanhamos em uma jornada de amadurecimento. O trauma de Batman é algo que inerente a sua história, contudo, ao longo do filme, podemos vê-lo buscando por algo além da vingança, quase como se estivesse a procura do que realmente o motiva.

Corrupção e abuso de poder

Mais do que apenas uma história clássica de heróis e vilões, podemos acompanhar um enredo recheado de fortes críticas, tais como corrupção e abuso de poder. Neste ponto, Zoë Kravitz entrega a Mulher-Gato, que se destaca tanto pelo contraste que tem com a personalidade de Bruce Wayne, fazendo com que ambos saiam de sua zona de conforto, quanto pela construção de sua personalidade e conflitos independentes de Batman.

A montagem conta com figuras carimbadas da história, como Pinguim (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro) e o grande vilão da vez, Charada (Paul Dano). Reeves sempre expôs suas intenções em direcionar a obra mais ao gênero investigativo do que apenas um filme de ação. Neste sentido, a representação do vilão de Paul Dano é a escolha certa. Com traços que constantemente brincam com a linha serial killer, Charada torna-se um vilão que se faz presente até nos momentos em que não está em cena, através do resultado de seus atos.

O roteiro aposta na introdução do mundo contemporâneo a sua narrativa, fazendo com que o espectador se sinta familiarizado com o ambiente. Outro ponto que explora a realidade humana é a grande referência que vemos das semelhanças entre herói e vilão, fazendo com que, mesmo por um breve momento, um entenda o outro.

Pattinson no papel

Muito se foi discutido após a escalação e Pattinson como protagonista. Após a fama pela Saga Crepúsculo, o ator passou anos redefinindo a trajetória de sua carreira e, para a produção de Reeves, parece ser uma escolha certeira.

cabe a cada diretor decidir como e o que abordar em sua narrativa. Desta vez, o roteiro aposta em uma nova perspectiva para que valide a existência de um novo filme. A impressão que fica é a opção de Reeves de não abordar a origem do herói em sua produção em busca de utilizar seu tempo de tela para retratar as questões que queria pontuar e não a mesma história já conhecida pelos fãs.

O ator de O farol (2019) transmite a solidão e insegurança de alguém que parece ter aberto mão de tudo por um único objetivo, mostrando como tantos anos de reclusão o tornaram focado, traumatizado e introspectivo.

Por um lado, o filme consegue trazer uma atmosfera clássica de super herói ao estilo do icônico Batman (1989), ao mesmo tempo em que os momentos de ação trazem efeitos críveis, estilo pouco comum e cenas de luta bem coreografadas.

O roteiro, apesar de manter seus fatos bem estruturados, traz uma exposição mais lenta. A versão carece de surpresas e elementos que prendam o espectador, como em O Cavaleiro das Trevas. De todo modo, as peças se encaixam no fim das contas, trazendo uma história que acaba definindo não só qual caminho o herói quer tomar, mas também a pessoa que ele quer se tornar. Assim, a trama de Reeves chega ao fim de quase três horas de duração em uma história em busca do crescimento e do amadurecimento de seus personagens.

Ficha técnica:

Direção: Matt Reeves

Roteiro: Matt Reeves, Peter Craig

Duração: 175 minutos

Elenco: Robert Pattinson, Zoë Kravitz, Jeffrey Wright, Colin Farrell, Paul Dano, John Turturro

Título original: The Batman

  • Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z

Imagens e trailer: DC/Divulgação

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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