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Teatro e Dança

Julieta & Romeu com a sua colaboração

Musical abre vaquinha on-line e conta com público brasiliense para estrear espetáculo

Redação Jornal de Brasília

12/09/2022 16h03

Foto: Gabriela Ávila/Divulgação

Amanda Karolyne
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Com Julieta à frente de sua trágica história com Romeu, a peça musical ‘Julieta e Romeu – Rock n’ Love’, chega aos palcos de Brasília em outubro. Adaptada para o rock, a peça clássica de William Shakeaspeare conta com hits de Lulu Santos, Paralamas do Sucesso e outros artistas no repertório do musical. A produção independente estreia no Distrito Federal nos dias 8 e 9 de outubro, com quatro sessões, e os organizadores lançaram uma campanha de financiamento coletivo para ajudar nos custos técnicos.

A diretora-geral do espetáculo, Élia Cavalcante, conta que a ideia para a peça foi transformar o clássico Shakespeariano em um musical de rock. Ela relata ainda que, apesar de o nicho musical ser pequeno, o público de Brasília sente falta desse modelo de apresentação. “Essa que é uma das mais conhecidas de Shakespeare, e também uma peça universal, se a gente falar sobre o amor. Então, a gente trouxe essa cadência, utilizando o rock”, explica.

Élia comenta que faltam recursos financeiros para realizar este tipo de trabalho. “Por isso a ideia do Catarse [campanha de financiamento] para ajudar a custear a produção. A própria demanda de valores de investimento para fazer o musical é muito cara, por isso, temos poucas apresentações”, diz.

Shakespeare e o rock nacional

A diretora conta que o musical que esteve recentemente em produção no West End, & Juliet, foi, de certa forma, uma inspiração para “colocar a Julieta como a ‘front girl’ da produção, e a gente poder falar sobre o feminino”, comenta. A visão do rock nessa história é o que está deixando toda a equipe e elenco empolgados. “Dentro do estilo, é um lugar comum para deixá-lo mais brasileiro”, destaca. O musical será “jukebox” — quando o repertório de músicas é mais popular, contando músicas contemporâneas de Liniker e Gloria Groove para agregar na narrativa da obra.

O mais especial é falar sobre o amor. “A relação do amor que a gente vive hoje: vamos falar sobre amores em que a gente confunde paixão”, diz. E quando a diretora fala que a peça vai falar sobre o amor, é no contexto de uma luta pelo amor que chega a morte. “A gente está falando de uma época em que as famílias se odiavam, e se a gente for pensar, politicamente, hoje estamos vivendo uma época de extremos e absurdos que geram confusões, brigas e dialéticas que não entram em acordo”, destaca.

Viva Julieta

A própria violência amorosa passional que vivenciamos atualmente é um dos temas que o espetáculo aborda. “A morte também é metafórica, trazemos uma mensagem de que a morte de Julieta é a morte de todos nós”, conta. Ela acredita que vincular o amor com os extremos tem tudo a ver com o que a gente está passando hoje. “É tudo muito passional, precisamos observar e estar atentos”.

Élia descreve que o processo por trás da construção de Julieta é de receptividade, de entendimento sobre o que está acontecendo atualmente, algo mais articulador. “A gente traz um Romeu mais dentro do sistema clássico, ainda que na roupagem de rock. Além de Julietas vivendo, em cada fase do espetáculo, uma mulher”. Serão três versões da protagonista convivendo com um Romeu.

Isso para trazer a força de que a mulher tem suas diferenças, e não é fechada de uma certa forma. “São corpos diferentes fazendo a Julieta, brincando com a maturidade que o feminino traz”, finaliza.

Quem é Romeu?

Fábio Aurélio Garcia, um dos Romeus, que veio do teatro tradicional, chegou para viver um Romeu disruptivo. “Sempre tive interesse em fazer um texto de Shakespeare, que é um desafio para todo ator”. Para ele, o processo está sendo interessante pelo acúmulo de linguagens artísticas: dança, música e teatro.

“Esta sendo um aprendizado muito grande. E é interessante, porque tira o protagonismo chefe do Romeu, além dessa diversidade de pessoas interpretando a Julieta, tanto na essência, como atrizes”.

Para ele, fazer teatro de qualquer forma já é uma forma de contribuir para a cena da arte na capital. Mas ele lembra que o teatro musical em especial, ainda é um pouco elitista, principalmente pelo fato de custar muito para ser produzido, por isso o teatro independente precisa tanto de apoio.

“Ter uma história de rock sobre Romeu e Julieta atrai o público. E isso é muito rico para Brasília. Quem gosta de musical fica interessado, e quem gosta só de rock, também ficam curiosos por ser uma peça de rock”.

Serviço
Julieta & Romeu

8 e 9 de outubro
Para ajudar: www.catarse.me/julieta_e_romeu_musical
A campanha oferece opções de apoio que vão de R$ 10 a R$ 100, com diversas recompensas exclusivas, pensadas para ser mais do que brindes, mas sim coisas úteis para quem contribuir com o projeto.

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