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Entretenimento

Porão do Rock: seletivas começam hoje

Segunda fase da seleção para o festival roqueiro reúne 30 bandas do DF e entorno, entre participantes das seletivas está a brasiliense Escolta

Lindauro Gomes

09/08/2019 6h44

Foto: João Pedro Rinehart

João Pedro Rinehart
[email protected]

Começam hoje, a partir de 18h30, no estacionamento do Teatro Nacional, as concorridas seletivas do Porão do Rock, conhecidas por revelarem talentos que, muitas vezes, extrapolam o quadrado do DF e até do país. A entrada é franca, mediante doação de um quilo de alimento não-perecível. As seletivas acontecem também amanhã (18h) e domingo (17h).

Ao longo dos 21 anos do festival, passaram pelos palcos 458 bandas, sendo 237 somente do DF e entorno. Já subiram aos palcos do Porão grandes nomes como Os Paralamas do Sucesso e Natiruts, além de bandas de outros países como Muse (EUA) e Nightwish (Finlândia).

Desta vez, são 30 bandas participantes – como a Malice e a Binarious, por exemplo -, concorrendo a três vagas no festival. Os vencedores tocarão com as bandas Nuclear Assault (EUA), Edu Falaschi (SP), Nervosa (SP) e Marcelo D2 (RJ), entre outros.

As bandas que tocam na seletivas de hoje foram antes avaliadas – de forma não-presencial – por seu engajamento no cenário do rock da cidade, bem como pelo seu material de áudio e vídeo na internet. Agora, nas seletivas, precisam ganhar os ouvidos e olhos dos jurados, além de levar amigos, conhecidos, família e, principalmente, fãs. O voto do público tem peso na decisão de quem subirá aos palcos no mês de outubro.

Em anos anteriores, as seletivas eram divididas por regiões. Neste ano, a divisão ocorre em apenas um dos dias, exclusivo para bandas de rock pesado e metal.

“A Escolta tá na casa”

Uma das bandas participantes das seletivas deste ano é a brasiliense Escolta. O grupo lançou no ano passado o primeiro álbum da carreira. O disco Efeito Moral, lançado em 27 de julho de 2018, conta com 11 músicas e 36 minutos de duração. Pedro Uchida é baterista da Escolta desde 2015, e conta que, assim que entrou na banda, os integrantes “pisaram no acelerador” e não pararam mais. Além de Pedro, a banda conta com o baixista João Lucas “Penumbro”, as rimas de Agamenon Guimarães “Agga” e as seis cordas de Ian Alencar “Bizzy”. Ian é o mais novo membro da banda, tendo entrado no início de 2019. “A Escolta sempre foi uma banda que veio com muita atitude pra cena, e, quando fui chamado pra entrar, senti isso como um desafio, precisava manter essa característica”, conta o guitarrista.

Em entrevista ao Jornal de Brasília, a maior dificuldade citada pelos membros foi praticamente unânime: a falta de lugares acessíveis para as bandas tocarem na cidade. Agga lembra que a questão do investimento é muito importante, também. “Tudo é muito caro, tudo tem um custo”, diz o vocalista da banda.

Sobre a seletiva, Agga conta que “foi uma caminhada longa; há uns dois ou três anos que a gente tenta entrar no Porão”. No ano passado, a Escolta chegou a participar das seletivas. Penumbro relembra: “A experiência foi massa; foi ótimo ver as bandas que passaram também”. Ele também ressalta que não depende apenas da performance da banda a classificação para o Porão: os jurados e o público são parte essencial.

Trabalho árduo

“Nossa caminhada pra chegar às seletivas veio de muito trabalho”, lembra Uchida. Com a falta de estabelecimentos que abram as portas para o trabalho de bandas autorais, Pedro afirma que “é um caminho árduo, é muito trabalho, você tem de ter um material bom”. “Tem sempre de entregar 120% para ”o público”, acrescenta.

No semestre passado, a banda entrou em turnê pela primeira vez, tocando em cinco datas no DF. Passaram por Planaltina, Plano Piloto e Guará. “Fomos a lugares em que nunca tínhamos tocado, e o público recebeu a gente muito bem; foi uma abertura de olho pra gente”, lembra o baterista da banda. Durante a turnê, a Escolta chegou a dividir palco com os campinenses da Cardiac, em evento organizado pela Casa da Val, produtora em crescimento na cidade.

Quando questionados sobre o que acham da iniciativa das seletivas, as respostas variaram, mas a mensagem foi a mesma: bandas não deveriam competir entre si, mas são muitas bandas na cidade, então as seletivas acabam por ser o melhor meio. Penumbro acha que as seletivas dão oportunidade para as bandas tocarem em lugares maiores e isso “é muito positivo pra ganhar experiência profissional”. Agga diz que muitas bandas da seletiva se conhecem e são amigas. “A gente torce por eles, também; apesar de ser competição, a gente não tem esse sentimento.”

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