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Música

Cantora de “fronte”, Ane Êoketu se prepara para lançar álbum

Trabalho mostra a pluralidade dos sons originários do nosso país; singles lançados recentemente pela cantora dão uma prévia do que está por vir

Redação Jornal de Brasília

11/11/2022 5h00

Atualizada 10/11/2022 12h19

Foto: Divulgação

Amanda Karolyne
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Na cena musical de Brasília há dez anos, Ane Êoketu agora resolveu trilhar o caminho do que ela considera ser da garota de “fronte”, com carreira solo. Com o lançamento de dois singles, sendo ‘Vem Fogo’ o mais recente, Ane se prepara para lançar o primeiro álbum, ‘Eu Já Passei Pelo Fogo’. A previsão de lançamento do disco, que fala sobre brasilidade, é em janeiro de 2023. A cantora já se garantiu como a primeira atração confirmada no Festival CoMA 2023 e foi selecionada para o line-up do Festival Bocadim, marcado para dezembro deste ano.

O álbum trata muito da fase da pandemia, por ter sido elaborado ainda no período de isolamento. Dentro do futuro lançamento, Ane conta que percebeu o tamanho da diversidade do país — são oito faixas, cada uma em um ritmo diferente. A cantora cita ‘Vem Fogo’ como um galope e diz que, dentre as variedades de sons, vai ter arrocha, samba, samba-rock, reggae, entre outros. Apesar da pluralidade, Ane considera que alguns gêneros ainda ficaram de fora.

Nascida em Aracaju-SE e criada em São Sebastião-DF, a artista tem 32 anos. Com 20, começou a trabalhar profissionalmente na cena musical local, como no projeto Take Laje, o bloco Essa Boquinha Eu Já Beijei e a banda Contém Dendê. “Mas a minha base, meu gatilho para a música, veio na infância”, conta. Ane explica que já sentia esse chamado da arte desde muito pequena. Na pré-adolescência, ela entrou na capoeira, onde aprendeu percussão, canto e expressão corporal. “Consegui adquirir consciência artística e pessoal enquanto cidadã negra, corpo negro”.

Depois, Ane começou a compor e, conforme evoluía, adentrava a cena e participava de mais projetos. “Fui me soltando e liberando essas músicas que estavam ali na na gaveta com a banda Contém Dendê, uma banda só de mulheres negras e lésbicas”, relembra. Uma das composições é ‘Mundo Girador’, em parceria com a cantora Letícia Fialho.

Em meio à pandemia, Ane Êoketu começou a se enxergar como uma cantora de fronte e “a querer consolidar uma carreira autoral, sabe?”, cita ela. “Estou começando a fazer esse trabalho. Não gosto de falar ‘cantora solo’, porque nunca é solo, né?! Não dá pra fazer nada solo na vida”, aponta.

Desde então, Ane lançou os singles ‘Eixo Transcendental’, ainda como Anne Caroline Vasconcelos (nome de batismo), e ‘Vem Fogo’, já como Ane Êoketu. A escolha do nome artístico, aliás, rendeu história: “A galera sempre falava que o meu som era muito cheio, que parecia que a banda era muito grande, sendo que éramos quatro pessoas”, frisa. E então, ela começou a discorrer sobre essa ideia de povo, sobre esse ‘muita gente’ e, dentro disso, começou a estudar sobre o povo Ketu, do candomblé. “Resolvi incorporar isso. Adotei isso e transformei em um nome artístico, mesclando Keto com o meu próprio nome”, comenta.

A cantora diz que vem aprendendo muito nessa empreitada. Junto de Zé Krishna, Ane assina a direção de seu álbum, além de estar nas composições. O disco conta com a participação de artistas como Léo Maré e Felippe Fiúza. As gravações vêm sendo feitas no estúdio Lima Cruz, na 413 Norte.

Ane Êoketu. Foto: Divulgação

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