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Martinho da Vila ganha homenagem no Grammy Latino lança single com Alegria

As homenagens a Martinho da Vila vêm em boa hora. São mais do que justas e visam celebrar uma das carreiras mais longevas e bem sucedidas da história da música popular brasileira, e das mais ousadas dentro do próprio samba.

Redação Jornal de Brasília

18/11/2021 16h10

Foto|Brenno Medeiros

Aos 83 anos, o cantor, músico, poeta, escritor e agitador cultural Martinho da Vila volta à baila com uma série de eventos envolvendo seu nome. Ontem, 17 de novembro, foi homenageado pela sua “Excelência Musical” no Grammy Latino, realizado em Las Vegas, em cuja cerimônia marcou presença. Hoje, além de concorrer na categoria Melhor Álbum de Samba e Pagode por “Rio: só vendo a vista” na premiação, é a vez da Sony Music lançar “SEMBA AFRICANO”, um medley de “MUADIAKIME / SEMBA DOS ANCESTRAIS” gravada em duo com sua filha caçula Alegria, a mais nova artista da família. Trata-se do quarto single de seu novo álbum “Mistura homogênea” que virá à baila, na íntegra, em fevereiro, um mês que promete, já que no carnaval 2022 a Unidos de Vila Isabel terá justamente seu maior baluarte como enredo. Antes disso, porém, ainda este mês, a Sony lançará um “lyric video” do clássico “Canta, canta minha gente” como forma de celebrar a homenagem no Grammy, sendo ele um dos artistas com maior número de títulos em seu catálogo.

Como se sabe, em paralelo à sua carreira de sucesso, Martinho foi lançando suas crias no meio artístico, como Mart’nália, ainda nos anos 80, Maíra Freitas, nos anos 2010, afora os outros filhos, todos de alguma forma ligados à música. Desta vez, é efetivamente a primeira vez que Alegria participa de uma gravação e de um clipe com o pai – diga-se de passagem, um clipe belíssimo, dirigido por Henrique Alqualo e Vanessa Anesi, gravado no Museu de Arqueologia de Itaipu, em Niterói (RJ), que chega às plataformas ao meio-dia do próximo dia 18 de novembro. O “SEMBA AFRICANO” é de fato uma homenagem às raízes africanas do cantor e compositor, na batida do “semba”, um ritmo angolano. Os primeiros versos da gravação trazem os dois cantando em quimbundo, uma das línguas mais faladas no noroeste do país. Na verdade, essa língua emprestou diversas palavras ao português falado no Brasil como “moleque”, “cafuné”, “quilombo”, “marimbondo”, “cochilar”, entre muitas outras.   

Ambas as canções do medley ele já havia gravado anteriormente, a primeira, “MUADIAKIME”, de Bonga e Landa, no LP “Presente” (77) e a segunda, “SEMBA DOS ANCESTRAIS”, dele em parceria com Rosinha de Valença, em “Criações e recriações” (85), em que remete ao ritmo/dança que anos depois ganharia no Brasil sua forma definitiva, o samba. Tudo isso só sublinha o fato de que sua ligação com Angola, especialmente Luanda, vir de muito longe. Em 2017 recebeu o título honorário de “Embaixador Cultural de Angola e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa” pela Boa Vontade da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), por divulgar a lusofonia e incentivar as relações linguísticas do nosso idioma. 

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