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Literatura

Morre Rubens Francisco Lucchetti, escritor mestre do horror, aos 94 anos

Ele ficou 15 dias internado em um hospital de Ribeirão Preto para tratar uma pneumonia, mas acabou não resistindo.

Redação Jornal de Brasília

08/04/2024 10h06

Foto: Régis Martins/Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O escritor Rubens Francisco Lucchetti, considerado referência no gênero de horror no Brasil, morreu na madrugada de quinta-feira (4) aos 94 anos. A informação foi confirmada pelo filho do autor.

Ele ficou 15 dias internado em um hospital de Ribeirão Preto para tratar uma pneumonia, mas acabou não resistindo.

A produção do escritor, considerado o papa da “pulp fiction” nacional, inclui desde ficção policial a romances eróticos, mas foi no horror que ele se destacou, sendo considerado o mestre desse gênero no Brasil.

Filho de descendentes de italianos, Lucchetti nasceu na cidade de Santa Rita do Passa Quatro, em São Paulo, e escreveu mais de 1.500 livros e dezenas de filmes ao longo de mais de sete décadas de carreira. Várias de suas obras foram publicadas sob pseudônimos como Vincent Lugosi, Brian Stockler e Isadora Highsmith.

Ele roteirizou filmes de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, incluindo clássicos como “O Estranho Mundo de Zé do Caixão”, “O Despertar da Besta”, “Finis Hominis” e “A Praga” —restaurado e relançado recentemente nos cinemas, e de Ivan Cardoso, como “O Escorpião Escarlate” e “O Segredo da Múmia”, pelo qual ganhou um Kikito, prêmio máximo nacional concedido no Festival de Cinema de Gramado. Além disso, fez roteiros para gibis de nomes como Nico Rosso e Eugênio Colonnese.

Ele se aproximou do horror ainda criança ao ler as histórias do escritor americano Edgar Allan Poe. Ainda adolescente, começou a publicar contos, poemas e resenhas de livros em jornais locais.Em Ribeirão Preto, para onde se mudou com a família nos anos 1950, Lucchetti escreveu roteiros de seriados para rádio e TV, fez publicações para revistas policiais como “X-9”, “Detective” e “Contos Magazine”.

Na cidade, ele ainda fez comentários para radionovelas e publicou histórias em jornais da época.
Nos anos 1960, ele decidiu se dedicar em tempo integral ao chamado pulp fiction, livros populares e baratos. “Escrever para mim é uma necessidade física”, disse Lucchetti em uma entrevista ao jornal The New York Times na qual refletiu sobre a velhice. “Uma vida passa no espaço de um suspiro”

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