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Literatura

Michelle Obama revela estratégias para encontrar equilíbrio em tempos incertos

No livro, ela compartilha o conteúdo da sua “caixa de ferramentas’ – artifícios que ela usa para superar seus sentimentos de medo

Redação Jornal de Brasília

16/11/2022 15h00

Foto: Reprodução

Michelle Obama diz que se concentrar no que você pode controlar quando se sentir fora de controle é uma coisa que ajuda.

Entre as coisas que ela podia controlar durante o período de morte e isolamento da pandemia, o descontrole racial e as ameaças à democracia estavam seus carretéis de lã e suas agulhas de tricô.

Ela rotula esse tipo de pensamento de “poder do pequeno” e escreve em seu novo livro, Nossa Luz Interior: Superação em Tempos Incertos, que ao focar em uma pequena tarefa, como tricô, ela conseguiu superar a preocupação, a ansiedade e o estresse dos últimos anos inquietantes.

“O interessante de tricotar e usar as mãos e fazer algo é que isso é algo meditativo’’, disse a ex-primeira-dama na noite de terça-feira, 15, no Warner Theatre em Washington, onde ela começou sua turnê de lançamento que em um mês vai passar por seis cidades americanas.

“De muitas maneiras, é como uma fé”, disse ela, sentada no palco com uma amiga, a ex-apresentadora Ellen DeGeneres, que comandou uma conversa de quase 90 minutos – muitas vezes bem-humorada. “É uma coisa que fecha sua mente preocupada e deixe suas mãos assumirem.’’

“E aí está o poder”, disse ela.

“Eu penso sobre o tricô e o ponto, o tricô e o ponto, e uma linha e uma linha e uma linha”, a ex-primeira-dama disse, nomeando diferentes pontos e técnicas usadas em tricô. “E se você continuar, e você está focado, você tem um suéter.’’

No livro, publicado internacionalmente nesta terça-feira, 15 (no Brasil, o lançamento é da Objetiva; leia aqui o capítulo publicado com exclusividade pelo Estadão no último domingo, 13), ela compartilha o conteúdo da sua “caixa de ferramentas’ – os hábitos e práticas, atitudes e crenças, e até mesmo objetos físicos que ela usa para superar seus sentimentos de medo, desamparo e autoconfiança.

“Este livro pretende mostrar o que eu mantenho lá e por que, o que eu uso profissionalmente e pessoalmente para me ajudar a manter o equilíbrio e a confiança, o que me mantém seguindo em frente mesmo em momentos de grande ansiedade e estresse’’, ela escreveu na introdução.

Aos 58 anos, a mulher do ex-presidente Barack Obama e mãe de Malia e Sasha escreve que este livro, o seu terceiro, não é um manual, mas, sim, uma “série de reflexões honestas sobre o que minha vida me ensinou até agora”.

“Tenha em mente, também, que tudo o que sei, todas as várias ferramentas em que me apoio, chegaram a mim apenas por tentativa e erro, ao longo de anos de prática constante e reavaliação”, escreveu ela. “Passei décadas aprendendo, cometendo erros, fazendo ajustes e correções de curso conforme eu avançava. Eu progredi lentamente até chegar aonde estou hoje.’’

Nossa Luz Interior é o primeiro livro de Michelle Obama desde o lançamento, em 2018, de seu livro de memórias best-seller, Minha Vida, que vendeu mais de 17 milhões cópias em todo o mundo – de longe o livro mais popular de uma primeira-dama ou de um presidente moderno, incluindo seu marido.

Como primeira-dama, ela escreveu American Grown, um livro sobre a horta que ela plantou na Casa Branca em 2009.

Uma conversa sobre o novo livro de Michelle Obama

Sentada em uma cadeira roxa no palco do teatro de quase 100 anos, Michelle Obama falou sobre seus sentimentos após a eleição de 2016 em que seu marido foi sucedido por Donald Trump. Coincidentemente, Trump anunciou uma terceira corrida para presidente durante sua apresentação.

“Se vocês se lembram, eu disse: ‘Não votem nesse cara’”, comentou, referindo-se a Trump, que tentou desfazer grande parte do histórico de Obama como presidente. “Doeu porque você se pergunta: foi uma repreensão dos oito anos, o sacrifício que fizemos? Foi complacência? O que foi aquilo?”

A ex-primeira-dama também falou sobre como superar seu medo de mudança e sua percepção de que ela não poderia interferir no desejo de seu marido de concorrer à presidência em 2008. Ele tinha dado a ela o poder de vetar essa decisão.

“A oportunidade está do outro lado disso”, disse ela, falando sobre o medo.

Ela também abordou a pandemia, dizendo que sua família pôde lidar melhor com ela principalmente porque eles já estavam acostumados a um isolamento – viveram assim, na “bolha” da Casa Branca, durante oito anos.

Ela falou sobre como foi difícil como primeira-dama, e ainda é, fazer novos amigos em quem ela pode confiar, e como é divertido ver suas filhas “adultas” dividindo um apartamento na Califórnia As meninas voltaram para Washington para morar com os pais durante a pandemia.

Sasha completou um semestre na Universidade de Michigan antes de voltar para casa. Malia, que estava matriculada em Harvard, passou seu último ano em casa e acabou perdendo uma cerimônia de formatura por causa da covid-19. Então seus pais realizaram uma cerimônia completa de formatura, com discursos, em seu quintal.

“Era eu e Barack”, disse Michelle, rindo. “Dissemos a ela como ela era sortuda. Ela tinha nós dois.”

Estadão Conteúdo

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