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Kátia Flávia
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Saiba por que duas mulheres estão morando no Mc Donald’s do Leblon há três meses

Mãe e filha estão vivendo há meses em uma mesa de uma lanchonete da Rua Ataulfo de Paiva. O caso foi revelado pela CBN.

Kátia Flávia

26/04/2024 19h00

Mãe e filha estão vivendo há meses em uma mesa de uma lanchonete da Rua Ataulfo de Paiva. O caso foi revelado pela CBN.

Olha gente, eu tenho propriedade de fala para dizer que o custo de vida aqui do Leblon não é para qualquer um. E estou falando isso por causa de uma situação que está rolando na Rua Ataulfo de Paiva, que não fica longe daqui de casa. Parece que duas mulheres, mãe e filha, vêm despertando a atenção e a curiosidade dos moradores aqui do bairro. Pois, elas estão “morando” há cerca de 3 meses em uma mesa do McDonald’s localizado na Rua Ataulfo de Paiva, esquina com a Rua Carlos Góis.

Esse caso foi divulgado pela CNB. Acompanhadas de 5 malas, elas passam o dia no local, chegam a consumir no estabelecimento e só saem de madrugada, quando a loja fecha e retornam assim que a loja é reaberta.

Em entrevista à TV Globo, elas disseram que estão procurando apartamento, que não entendem a curiosidade que despertaram e pedem que as pessoas não se intrometam na vida delas.

“Eu estou achando tudo ridículo, não consigo entender como isso virou essa bola de neve”, disse a mãe.

Segundo o portal do G1, moradores e comerciantes da região confirmaram que elas passam o dia no interior da loja e dormem do lado de fora, esperando pela reabertura. A mãe de 64 anos e sua filha de 31 anos contaram que estão em busca de um apartamento para alugar por R$1. 200 no bairro e reforçaram que recebem apoio financeiro do pai da mais jovem, que mora na Inglaterra.

“Se fosse uma pessoa de pele morena, com pouca roupa, com pouca mala, não teria despertado curiosidade”, afirmou a mais nova.

Nesta última segunda-feira (22), alguns assistentes sociais do Programa Leblon Presente foram acionados e apareceram ao local oferecendo vagas para as duas em um dos abrigos da Prefeitura do Rio, mas elas recusaram essa oferta.

De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio, uma equipe de abordagem especializada entrou em contato com as mulheres nos dias 10 e 16 de março, mas o auxílio foi negado pelas duas mulheres.

Trabalhadores do bairro do Leblon disseram que os funcionários dos estabelecimentos da área também já ofereceram ajuda para as mulheres, mas que também não foi aceita.

As duas são gaúchas e vivem no Rio de Janeiro há 8 anos. A mais velha afirmou que é casada há 34 anos e que o marido vive na Inglaterra — e parece ele também teria ficado assustado com a repercussão da permanência delas na lanchonete. Já a mais jovem disse que atualmente estuda para concursos públicos, mas, no momento, não tem edital disponível para o cargo que deseja.

Segundo a 14ª DP (Leblon), o Mc Donald’s do Leblon não registrou ocorrência contra as mulheres, e não há comunicação de crime relacionado à permanência delas no local.

Mas, de acordo com a Polícia Civil do RJ , mãe e filha possuem 3 registros de ocorrência por calotes em hotéis em Copacabana. As queixas aconteceram em 2018, 2019 e 2021. Em todos os casos, elas foram expulsas por falta de pagamento das diárias utilizadas. E tem denúncias em nomes delas no Ministério Público do RS, em 2018, por injúria racial e condenadas a 1 ano em regime aberto. A pena foi substituída por prestação de serviços comunitários.

A filha também alugou um imóvel mobiliado em Porto Alegre. Entre 2014 e 2018, a mãe e ela moraram em um apartamento na Avenida Doutor Nilo Peçanha, no bairro Boa Vista. O processo, inicialmente, foi aberto por conta da falta de pagamento de agosto a novembro de 2015 e se desdobrou em uma ação de despejo, determinada em fevereiro de 2017 pela Justiça do Rio Grande do Sul. Sobre os processos sobre despejo e dívidas, as duas negaram a existência de débitos.

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