Leonardo Resende
Especial para o Jornal de Brasília
Sob o teto do Palácio Conde dos Arcos, Cidade de Goiás, local que abriga inúmeras histórias, reside a exposição do artista goiano Marcelo Solá, pintor nascido na década de 1970 que foi selecionado para criar as artes da 20ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental.
Além dos cartazes, fotos e esquinas que levam sua assinatura criativa, o espaço recebeu 21 obras feitas com materiais que, de acordo com Marcelo, são característicos de movimentos urbanos – onde o caótico pode se unir ao prático. “Usei materiais modestos como lápis, tintas aquarelas, esmaltes sintéticos e sprays, que resultaram em imagens instantâneas, que refletem o meu cotidiano. Por secarem mais rápido, o resultado é imediato. Acho importante, pois acompanha a velocidade de uma ideia”, explica.
Referências arquitetônicas
Para homenagear o patrimônio da humanidade, o pintor homenageado pelo festival enxergou a simetria das casas, ruas e janelas da Cidade de Goiás. Por ter um entusiasmo pela selva de pedra, características de movimentos arquitetônicos sempre vão surgir em seus traços. Em uma das obras, o artista tentou usar os paralelepípedos como referência. “Gosto de imaginar como uma pintura minha se encaixaria como edifício no mundo”, destaca.
Além das avenidas funcionarem como a espinha dorsal de seu trabalho, Marcelo – que é autodidata – gosta de observar outros artistas e ateliês. “Acredito que estar vivo já é uma inspiração, e isso vem desde cedo, no momento em que a criança escolhe entre escrever ou desenhar. Apesar de saber escrever, nunca abandonei meu lápis de desenho”, destaca, sobre suas referências.
As obras ficaram disponíveis para visitação no salão principal do palácio até o encerramento do festival, das 8h às 17h. Após o período do evento de cinema, o artista urbano pretende levar os quadros para outros estados como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com a possibilidade de venda.
Outras exposições
Para quem também curte fotografias, o Palácio Conde dos Arcos recebe as exposições dos fotógrafos Marcelo Dionizio e Rosa Berardo e Gillian Lash, das mostras Trocando Olhares – Aves dos Biomas Brasileiros e Canadá, Fauna e Flora, respectivamente. A visitação é de terça a sábado, das 8h às 17h; domingo, das 8h às 13h. O espaço não funciona durante as segundas-feiras.