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Exposições

Exposição Chão explora relação de artistas com a terra

Mostra coletiva reúne obras de Dadá do Barro, Ludmilla Alves e Rubiane Maia, com curadoria de Gisele Lima e Luciana Paiva.

Redação Jornal de Brasília

29/03/2024 13h25

Instalação Magical Curves, de Rubiane Maia. Crédito: Manuel Vason.

Instalação Magical Curves, de Rubiane Maia. Crédito: Manuel Vason.

A terra e a relação que artistas brasileiras estabelecem com ela – tanto na percepção e na transformação da matéria orgânica como na noção de território – é retratada na mostra coletiva Chão, com obras de duas artistas locais, Dadá do Barro e Ludmilla Alves, e da capixaba Rubiane Maia. A exposição aberta ao público na última quinta (28/3), no Pé Vermelho – Espaço Contemporâneo, em Planaltina (DF), prosseguirá até 9 de maio, com visitação gratuita e livre para todos os públicos, de quinta a sábado, das 17h às 12h. Os interessados devem fazer agendamento pelo e-mail [email protected].

A mostra é a terceira dentro do projeto Temporada de Exposições – Contraêxodo: Estratégias de Inserções e tem curadoria compartilhada entre as curadoras Luciana Paiva, Dra. em Artes pela Universidade de Brasília (UnB) e integrante do Pé Vermelho – Espaço Contemporâneo, e a convidada Gisele Lima, bacharela em Teoria, crítica e história da arte, também pela UnB.

“Temporada de Exposições – Contraêxodo: Estratégias de Inserções” propõe um outro movimento ao constante deslocamento de artistas, público e obras para os centros hegemônicos da arte. “Ao trazer artistas de outros estados que estão em etapas diferentes de consolidação de suas carreiras para a periferia do Distrito Federal.”

Luciana Paiva, Dra. em Artes pela Universidade de Brasília (UnB) e integrante do Pé Vermelho – Espaço Contemporâneo.

Luciana, que também é artista e pesquisadora, em 2019, foi uma das selecionadas para o 29º Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, onde apresentou a exposição individual Cidade Partida. Gisele, que se mantém plural e versátil na missão de fazer acontecer eventos de arte apesar dos pesares desde 2013, tem na bagagem cocuradoria da mostra Triangular – Arte deste século (2019/2020), realizada na Casa Niemeyer – UnB, e considerada a melhor exposição coletiva institucional pela revista Select (2019); curadora convidada da 14ª Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba com a mostra Contraforte (2019) e Ganhadora do primeiro edital de curadoria da Galeria OMA (2018), São Bernardo do Campo – SP, com a mostra Métrica realizada no mesmo ano.

A experiência da dupla de curadoras, acostumada a grandes circuitos de centros culturais do país, rendeu uma exposição singular que reúne peças em cerâmicas, instalação, pintura e performance.

Cerâmica de Dadá do Barro. Crédito: divulgação
Cerâmica de Dadá do Barro. Crédito: divulgação

Dadá do Barro assina um conjunto inusitado de peças em cerâmica, onde a forma de frutas, vasos, animais e casas se fundem e se complementam. Nascida no Maranhão, Dadá está à frente do Instituto Maria do Barro desde 2006, legado da artista militante social que a acolheu desde sua chegada no Distrito Federal na década de 90.

Poema à Oeste, delhae da pintura Cerratense de Ludmilla Alves. Crédito: divulgação
Poema à Oeste, delhae da pintura Cerratense de Ludmilla Alves. Crédito: divulgação

Ludmilla Alves apresenta pinturas e instalações que partem da pesquisa com elementos presentes no bioma do Cerrado, como a coleta de pigmentos e de cascas de árvores. A transformação de parte destes materiais ao longo do período de exposição, evidenciando a passagem do tempo, faz parte de seu interesse de pesquisa.

Instalação Magical Curves, de Rubiane Maia. Crédito: Manuel Vason.
Instalação Magical Curves, de Rubiane Maia. Crédito: Manuel Vason.

Já Rubiane Maia, que esteve presente na 35ª Bienal de São Paulo em 2023, utiliza a terra vermelha do cerrado para propor um desdobramento de suas experiências realizadas na fronteira entre Minas Gerais e o Espírito Santo, onde nasceu. Hoje a artista mora no Reino Unido e desenvolve uma pesquisa transdisciplinar que abarca a performance, a instalação, a fotografia e o desenho.

CONHEÇA AS ARTISTAS

Dadá do Barro

Idalete Silva, Dadá do Barro, nasceu em Bacuri-MA. Na década de 1990 veio para o DF em busca de melhores condições de vida. Foi acolhida por Dona Maria do Barro, com quem viveu e trabalhou até sua morte, em 2006. É presidente vitalícia do Instituto Maria do Barro, legado da artista e militante social. Produz peças em cerâmica desde 2018. Em 2022 teve peças expostas na Casa Cor São Paulo, onde marcará presença novamente este ano. Teve uma peça selecionada para a exposição Brasília: a Arte da Democracia, sob curadoria de Paulo Herkenhoff, que será realizada na Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro. Comercializa sua produção por meio de rede social (@institutomariadobarro) e em lojas físicas do DF, inclusive na Feira de Artesanato da Torre de TV.



Ludmilla Alves


É artista, pesquisadora e professora. Doutora em Deslocamentos e Espacialidades e mestre em Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília (PPGAV/UnB), com a tese Rotas, Raízes e Devorações – re-voltar a pintura e outras histórias selvagens (2021), e a dissertação Noite Oblíqua (2016). Bacharel em Comunicação Social (FAC/UnB). No ensino, atua nas áreas de teoria, história da arte, métodos e processos de criação artística, com foco em arte contemporânea. A pesquisa prática transita por investigações com o Cerrado, transformações da matéria, ficções, experiências com o tempo, a palavra e principalmente o campo da pintura, em diálogo com proposições, colagens, intervenções, instalações, entre outras. Expõe e publica regularmente desde 2013. Nas redes sociais @ludmillaalvs.

Rubiane Maia

Artista transdisciplinar brasileira, vive em Folkestone, Reino Unido. Seu trabalho é um híbrido entre a performance, a instalação e outras formas de expressão, como a escrita, a fotografia, o vídeo, o desenho e a pintura. Em geral, interessa-se pelo corpo, linguagem, memória, fenômenos e matéria orgânica, sentindo-se especialmente atraída por diferentes estados de percepção e sinergia por meio das relações de interdependência e cuidado entre seres humanos extra-humanos, como minerais e plantas. Frequentemente, desenvolve pesquisas em contextos específicos, sempre considerando os elementos, a paisagem e o ambiente como norteadores ou co-criadores de suas obras. Em 2015, participou da exposição ‘Terra Comunal – Marina Abramovic + MAI’, no SESC Pompéia, São Paulo, com a performance de longa duração ‘O Jardim’. Em 2016, desenvolveu o projeto ‘Preparação para o Exercício Aéreo, o Deserto e a Montanha’ percorrendo paisagens de altitude como Uyuni (Bolívia), Pico da Bandeira (Espírito Santo/Minas Gerais) e Monte Roraima (Roraima, BR e Santa Helena de Uairén, VEN). Desde 2018 trabalha no projeto ‘Livro-Performance’, composto por um conjunto de ações pensadas em resposta a textos autobiográficos particularmente influenciados por memórias transgeracionais ligadas a questões de gênero e raça. Em 2023, Rubiane esteve presente na 35ª Bienal de São Paulo ‘Coreografias do Impossível’, ‘Ana Mendieta: Silhuetas em Fogo | Terra abrecaminhos’ no SESC Pompéia, São Paulo, e ‘Fazer o Moderno, Construir o Contemporâneo: Rubem Valentim’, Instituto Inhotim, Brumadinho, Brasil.

Chão
Cerâmica, instalação, pintura e performance
Obras de | Dadá do Barro (DF), Ludmilla Alves (DF) e Rubiane Maia (ES)
Curadoria | Gisele Lima e equipe do Pé Vermelho – Espaço Contemporâneo
Assistente de curadoria | Iago Góes
Exposição 3 do projeto Temporada de Exposições | Contraêxodo: Estratégias de inserções
Até 9 de maio, no Pé Vermelho – Espaço Contemporâneo (Av. 13 de Maio, Qd. 57, Lt. 6 – Praça São Sebastião, Planaltina-DF). Visitação, de quinta a sábado, das 17h às 21. Entrada gratuita mediante agendamento pelo e-mail [email protected]. Classificação indicativa livre.

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