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Em ‘Malhação’, Helena Fernandes prepara série sobre Eduardo Galvão

No ar na reprise de “Malhação – Sonhos” (Globo, 2014-2015), a atriz Helena Fernandes, 53, relembra a dificuldade de interpretar Lucrécia

Redação Jornal de Brasília

14/06/2021 9h38

No ar na reprise de “Malhação – Sonhos” (Globo, 2014-2015), a atriz Helena Fernandes, 53, relembra a dificuldade de interpretar Lucrécia, personagem que vê a vida se transformar após receber diagnóstico de câncer de mama. “Sofria muito para fazer porque tinham cenas muito difíceis.”

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Fernandes diz que foi essencial abortar esse tema na novela teen para despertar “a consciência de quanto mais cedo se buscar o tratamento, mais chances existem de cura”. Ela ressalta ainda que é importante que as pessoas não temam o diagnóstico e façam o autoexame.

O diagnóstico de novos casos de câncer caiu até 50% no país em 2020 e, com o atual colapso de hospitais devido à Covid-19, os pacientes oncológicos já enfrentam novos cancelamentos de consultas e cirurgias. A falta de um diagnóstico precoce e tratamento pode fazer com que um tumor em fase inicial cresça e se torne menos curável.
A artista rememora que a caracterização da personagem demorada, em especial nas cenas em que aparecia careca, em decorrência do tratamento de câncer. Ela diz que chegou a ficar “três horas na maquiagem para colocar a prótese”, e conta que uma de suas maiores parceiras de cena foi Anajú Dorigon, 26, que interpretava Jade, sua filha e aluna na escola Ribalta.

Helena Fernandes afirma que interpretar a professora de balé foi como estivesse com três personagens em uma só. “Ela começa cheia de razão e mais dura e exigente com a filha”, explica ela, “depois ela se quebra com a descoberta da doença, ela tem que rever a relação dela não só com a filha, mas com todos.”

“Quando ela se cura nasce outra mulher, que possibilita a construção de uma personagem mais leve e alegre”, completa. Apesar da transformação, Fernandes lembra que as cenas as quais elas tratavam sobre o câncer eram fortes e difíceis de serem gravadas, e que isso a aproximou ainda mais de Anajú.

Mães de três filhos, Helena Fernandes afirma que Anajú “me chama de ‘mamis’ até hoje”. “Nós nos emocionávamos muito juntas. Foi [uma personagem] muito importante na minha vida e na minha carreira”, completa a atriz, cuja primeira participação especial em “Malhação” foi em 2001.

A relação de Jade e Lucrécia era de carinho e cobrança. “Lucrécia sempre foi extremamente apaixonada pela filha”, diz Fernandes, “mas ela cometeu o erro de jogar para filha um sonho que era dela”. Para a atriz, esse episódio se repete em muitas outras famílias. “Não existe uma fórmula, nós erramos querendo acertar.”

Além da relação de mãe e filha que atravessou as cenas, a artista diz que o elenco inteiro se dava bem, e isso foi chave para o sucesso da temporada da novela. “Sempre fomos felizes e sabíamos”, relembra ela que se considera fã do trabalho de Luiz Henrique Rios e Marcus Figueiredo, diretores da novela e com quem trabalhou posteriormente em “Bom Sucesso” (2019), seu mais recente trabalho na televisão.

Na trama de Rosane Svartman e Paulo Halm, Fernandes interpretou Eugênia, uma personagem vaidosa, elitista e presunçosa, que era dona do estabelecimento onde Paloma (Grazi Massafera) a personagem principal trabalhava. “É maravilhoso trabalhar com uma equipe de autores e direção, que gosta do seu trabalho, que te quer e quando vai escrever pensa em você.”

O folhetim da Globo teve boa audiência e marcou o retorno da atriz a uma produção da emissora após três anos afastada. Também foi o reencontro de Fernandes com seu amigo Eduardo Galvão, que morreu em 7 de dezembro de 2020, vítima da Covid-19.

Os dois trabalharam juntos na novela infantojuvenil “Caça Talentos” (Globo). Protagonizada por Angélica, a trama estreou em 1996 e se tornou um grande sucesso de audiência, e teve duração de dois anos e mais de 500 capítulos.
“Galvão não era meu amigo, ele era meu irmão”, afirma a atriz sobre a amizade que durava há quase 30 anos. “Ele estava presente na minha vida o tempo todo. Para mim, é tão inacreditável a frase ‘nunca mais com ele’, é muito difícil porque é nunca mais mesmo.”

Helena Fernandes se reuniu com as amigas Claudia Mauro, Lucia de Sá, Flávia Monteiro, Clara Garcia e Helena Ranaldi para desenvolver “Ele Delas”, série em homenagem a Eduardo Galvão -a história vai mostrar seis mulheres que acabam unidas após o falecimento de um amigo.

Ainda em fase de produção, a atriz diz que esse projeto é uma forma que as seis melhores amigas do ator encontraram para “transformar a dor em homenagem e eternizar a nossa amizade, amor e histórias com a arte.”
Atualmente, Fernandes diz que não possui outros projetos além da série em homenagem a Galvão. Ela considera que durante a pandemia os artistas estão “impossibilitados de trabalhar”, e, para ela “a pandemia impede muito” a proximidade que é necessária na profissão.

Com a paralisação das produções em decorrência da pandemia de Covid-19, a atriz também pôde rever outra personagem, a condessa Marion de “Belaventura” (2017), novela reprisada nas tardes da Record até maio passado.
Fernandes diz que amava fazer a personagem, tanto pela personalidade quanto pela caracterização do universo medieval. “Diferentemente de Lucrécia, a Marion era uma personagem que me levava pela mão, eu viajava nas loucuras dela”, compara a atriz, ao revelar que o ritmo de gravações era puxado, chegando a trabalhar de 12 a 14 horas por dia. “Nunca mais na vida, imagino que eu vá viver esse universo medieval.”

Folha Press

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