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De cara nova, Concha Acústica reabre com programação especial

Entre março e agosto deste ano, o equipamento cultural recebeu, através da Secretaria de Cultura, investimentos de R$ 422 mil

Redação Jornal de Brasília

16/08/2021 19h48

Mayra Dias
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Reformada, a Concha Acústica de Brasília já está com data marcada para voltar ao cenário cultural do DF. O palco consagrado de grandes nomes da música e da arte nacional, que já sediou shows como o de 1965, que reuniu Roberto, Erasmo Carlos e Wanderléa, reabre nesta quinta-feira (19) com uma programação que mistura música clássica, popular, dança e cinema. “A retomada da programação na Concha Acústica é o primeiro passo para a reapropriação desse local pelos brasilienses e pelos turistas”, afirma Marcelo Gonczarowska, gerente do espaço.

Entre março e agosto deste ano, o equipamento cultural recebeu, através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), melhorias cujo investimento foi de R$ 422 mil, e agora conta com uma planificação que envolve cinema, oficinas e apresentações artísticas dentro do projeto Complexo Cultural Beira Lago, Termo de Fomento celebrado com a Organização da Sociedade Civil (OSC) Amigos do Futuro, no valor de R$ 500 mil, com geração de 25 empregos diretos e 210 indiretos. “A Concha forma assim, com o MAB e os restaurantes da Orla do Lago Paranoá, um novo pólo cultural de Brasília”, acredita Marcelo.

O processo de reestruturação do local contou com pintura completa e regularização das placas de concreto do piso, a revitalização do alambrado, pintura das estruturas, instalação de refletores, substituição de vidros e aplicação de película, pintura dos batentes de proteção da guarita, limpeza das lajes, pintura nas faixas do estacionamento, roçagem e reparos hidráulicos/elétricos. A ação corresponde a mais uma iniciativa do projeto Brasília, Cidade Patrimônio, da Secec. “Dentro da nossa política de reativar os nossos espaços culturais, a Concha Acústica está pronta para a sua reabertura, com uma grande festa e eventos que promovem a cultura e a economia criativa em todo o DF”, celebra o secretário da pasta, Bartolomeu Rodrigues.

Na avaliação de Marcelo Gonczarowska, a pandemia acabou por mostrar a importância de conservar os espaços de cultura a céu aberto no Distrito Federal e, por esse motivo, nada mais justo que celebrar a reabertura do espaço com um lindo evento a céu aberto. A entrada do evento, desta forma, é gratuita, mas limitada devido ao decreto de segurança de retorno presencial aos espaços públicos. Todas as medidas sanitárias serão obedecidas, com público limitado a 30% (1.500) da capacidade de 5000 lugares. Os ingressos já podem ser reservados no site oquevemporai.com.

Apresentações

“Após quase 8 anos de escola, não vejo modo mais simbólico que encerrar nosso trabalho com meninas da periferia, na reabertura de um local tão simbólico para a capital”, compartilha Mylene Leonardo, diretora do grupo de ballet de Santa Maria que carrega seu nome. Devido a pandemia, a escola se viu obrigada a fechar as portas e a apresentação desta quinta-feira será a despedida do grupo. “Há anos meu intuito era colocar Santa Maria no mapa, em relação à cultura erudita. E enfim, no final dessa jornada e com uma apresentação com esse intuito, finalmente sinto que consegui”, diz, satisfeita, Mylene.

A apresentação do grupo será um ballet moderno, com ênfase no movimento armorial, movimento nordestino encabeçado por Ariano Suassuna e intitulado como movimento erudito nordestino. “Será meu último compromisso e dedicação de horas e horas de ensaio, sem remuneração para colocar em vigor algo que as meninas tanto esperava. Eu, como diretora, fico feliz de mostrar a Brasília que a periferia tem arte erudita”, salienta a diretora da escola fundada em 2013. O espetáculo será inspirado em vivências nordestinas de raiz, que contempla desde os indígenas da região, o movimento cangaceiro e a literatura.

A noite contará também com apresentações de outro grupo de dança, a Orbital, e da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), que subirá ao palco numa composição de cordas e bateria de 25 músicos e trará obras que variam do erudito ao popular, com Mozart, Astor Piazzolla, John Williams e Ennio Morricone. Haverá ainda um destaque para temas da Jovem Guarda com a participação do cantor Fábio Viana.

De modo a encerrar a programação de reabertura, haverá a transmissão do filme “O Outro Lado do Paraíso”, de André Ristum, filmado no Polo de Cinema e Vídeo Grande Othelo, em 2013. O longa-metragem de R$ 8,8 milhões recriou uma cidade cenográfica de 15 mil metros quadrados para reconstituir a periferia de Brasília em 1964, num rigor estético e artístico impressionantes. O filme ganhou sete prêmios na Mostra Brasília do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB), e é baseado na obra homônima de Luiz Fernando Emediato.

Serviço

  • 18h30: Grupo de Dança Orbital
  • 18h40: Balé Mylene Leonardo
  • 19h: OSTNC
  • 20h – Filme: O Outro Lado da Paraíso
  • Ingressos: oquevemporai.com
  • Entrada gratuita
  • Uso de máscaras será obrigatório

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