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Entretenimento

Claudia Leitte estreia a nova temporada de ‘Vamos Tocar’

O gesto nasceu na gravação do primeiro programa, há cinco anos, quando ele e o diretor tiveram a ideia de mostrar a linha da vida

Redação Jornal de Brasília

23/09/2021 15h45

A cada início do Vamos Tocar, atração que a partir desta quinta-feira, 23, entra em sua quinta temporada no Canal Bis, o saxofonista e compositor Léo Gandelman e seu convidado do dia estendem as palmas das mãos em direção à câmera. O gesto nasceu na gravação do primeiro programa, há cinco anos, quando ele e o diretor tiveram a ideia de mostrar a linha da vida. Virou o mote do programa.

Tendo em vista o conceito do Vamos Tocar – trazer nomes de diferentes vertentes da música popular brasileira, para performances à vontade, com improvisos, como todo músico preza – é possível imaginar também que, ao estender as mãos, os artistas se rendem ao inusitado, ao diferente. “A ideia não é reproduzir o que o cantor já faz em seu trabalho habitual. É criar, tocar juntos. Música viva, feita na hora. E, com isso, criar um álbum de memórias da música brasileira”, diz Gandelman, em entrevista ao Estadão.

No programa de abertura dessa temporada, a convidada é a cantora fluminense Claudia Leitte. Com Gandelman no sax e os músicos de Eduardo Farias (piano), André Vasconcellos (baixo) e Serginho Machado (bateria) – banda fixa da atração – ela interpretou Você Não Entende Nada (Caetano Veloso), O Bêbado e a Equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc), Anunciação (Alceu Valença) e Amor Perfeito (Michael Sullivan, Paulo Massadas, Lincoln Olivetti e Robson Jorge), música lançada por Roberto Carlos em 1986 e que Claudia gravou em ritmo de axé no começo dos anos 2000, quando ainda fazia parte da banda Babado Novo.

“Fizemos um arranjo totalmente novo. Inclusive, é diferente da gravação original do Roberto, na qual eu toquei”, diz Gandelman, que perdeu a conta de quantas gravações já participou. “Parei de contar nas mil e tantas.”

Além de Claudia Leitte, Vamos Tocar, em dez episódios, receberá Zizi Possi, Banda Black Rio, Ana Cañas, Paula Lima, André Mehmari, Roberta Campos, Lobão e Simoninha. A escolha dos convidados, nesta temporada, foi guiada pela questão territorial Ao contrário das edições anteriores, gravadas no estúdio que Gandelman tem em sua casa no Rio de Janeiro, essa, por conta dos protocolos da covid, foi transferida para São Paulo.

O estúdio escolhido foi o Trama NaCena, do produtor musical João Marcello Bôscoli. “Meu estúdio é muito bem montado, mas é pequeno. Seria impossível fazer distanciamento social. O Trama é enorme, praticamente um estádio. Lá, eles são sommeliers de equipamentos, teclados, microfones históricos. Foi um prêmio gravar lá”, afirma Gandelman.

O novo espaço possibilitou que, em plena pandemia, o saxofonista conseguisse reunir os dez músicos da Banda Black Rio no estúdio. A aglomeração controlada – ninguém testou positivo durante as gravações – tem um valor sentimental para Gandelman por ele poder tocar ao lado de William Magalhães, atual pianista da Black Rio e filho de Oberdan Magalhães, um dos fundadores do grupo. Oberdan e Gandelman atuaram juntos por 15 anos no naipe de sax da banda de Lincoln Olivetti.

Outra presença cara a Gandelman foi a da cantora Zizi Possi. Juntos, eles interpretaram canções como Lanterna dos Afogados, de Herbert Vianna, e Tudo Bem, de Lulu Santos. Com Ana Cañas, com quem ele nunca havia trabalhado, o repertório passou por Belchior (Sujeito de Sorte) e Nando Reis (Pra Você Guardei o Amor).

O músico afirma que gravou com 95% dos artistas que já estiveram no programa – Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marina Lima e Alcione são alguns dos nomes – mas que sempre está aberto ao novo. Em uma das temporadas, por exemplo, ele convidou o cantor Péricles para fazer uma homenagem a Emílio Santiago (1946/2013).

“É um trabalho que tem sido visto pelos artistas, como música boa. Muitos dizem que querem participar e topam na hora o convite”, diz. Em uma lista de desejos para uma provável nova temporada estão nomes como Maria Bethânia, Chico César, Tom Zé e Arnaldo Antunes.

Gandelman também deve lançar em breve nas plataformas digitais coletâneas de números que foram apresentados no Vamos Tocar – já são 200 músicas cantadas por 50 artistas. O projeto está na fase final de liberação de direitos autorais e deve trazer gravações com Gal, Caetano, Marina, Marcelo D2, Ed Motta, Alceu Valença, Zeca Baleiro, entre outros.

Recém chegado da Ucrânia, onde foi se apresentar na capital Kiev, em um evento de 7 de setembro promovido pela embaixada brasileira – ao lado de um quarteto de sopros formado por músicos locais, ele interpretou músicas de Ary Barroso, Moacir dos Santos, além de composições próprias-, Gandelman se sente feliz em voltar à ativa depois de um 2020 bastante complicado em sua vida pessoal.

Com diverticulite, ele foi operado e passou por uma colostomia. Totalmente recuperado, além de viajar à Ucrânia, foi à Galícia, na Espanha, visitar a filha e três netos que moram por lá. “É bom usar máscara em outros países”, brinca. “Foi uma vitória gravar a nova temporada e voltar a me apresentar.”

Serviço

Vamos Tocar – 5ª Temporada

Canal Bis, toda 5ª, 23h30

Estadão Conteúdo

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