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Cinema

Documentário sobre trabalho escravo contemporâneo no Brasil estreia nos cinemas em janeiro

Com narração de Negra Li, filme é um contundente registro de uma das maiores mazelas do país

Redação Jornal de Brasília

20/12/2023 10h46

Divulgação

A O2 Play, distribuidora da O2 Filmes, anuncia a data de estreia do filme documentário Servidão, dirigido por Renato Barbieri (Atlântico Negro – Na Rota dos Orixás, Pureza). O longa documental sobre o trabalho escravo contemporâneo, com foco na Amazônia brasileira, chega com exclusividade nos cinemas brasileiros em 25 de janeiro.

Com narração da artista Negra Li, Servidão é um contundente registro sobre uma das maiores mazelas do Brasil. Para o longa-metragem, foram ouvidos trabalhadores rurais escravizados em frentes de desmatamento no Norte do Brasil e abolicionistas de diferentes vertentes. Embora as condições de trabalho análogas à escravidão sejam consideradas crime previsto pelo Código Penal Brasileiro, o regime da servidão é praticado no Brasil desde sempre, há cinco séculos. A Lei Áurea aboliu a escravidão clássica, que dava direito de propriedade e comércio dos escravizados, mas não transformou as relações de trabalho, que perduram até os dias de hoje.

“O filme nasce como uma peça de resistência no combate ao trabalho escravo, com conceitos relevantes de como se opera a mecânica escravagista contemporânea no Brasil e de como a resistência abolicionista vem se organizando e ganhando força ao longo das últimas décadas. Estou certo de que, passados 135 anos da Lei Áurea, caberá a nossa geração o combate e a erradicação do trabalho escravo contemporâneo. Somente com a sociedade como um todo tomando o projeto abolicionista para si, isso será possível um dia e fato é que não podemos mais adiar isso”, declara o diretor Renato Barbieri.

“Conforme fui conhecendo ‘em campo’ trabalhadores rurais que haviam sido escravizados, fiz uma seleção de personagens reais para o filme. O exemplo mais emblemático é o maranhense de Pindaré-Mirim Marinaldo Soares Santos, que foi escravizado 13 vezes e liberto em três diferentes ocasiões pelo Grupo Móvel. Também conheci homens e mulheres engajadas na visão abolicionista, profissionais atuantes em diferentes áreas da fiscalização e do combate ao trabalho escravo, como juízes, auditores, procuradores, agentes da sociedade civil e dos movimentos sociais. Todos foram inspirações para a realização de Servidão”, completa o diretor.

“Um documentário como esse, ao inundar a população de informação, acaba adubando ações da sociedade civil, políticos e empresários, exatamente para desferir um golpe no coração do trabalho escravo moderno”, comenta o jornalista Leonardo Sakamoto, que participa do documentário.

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