No dia 19 de junho de 1898, Afonso Segretto, estava à bordo de um navio e filmou a Baía de Guanabara. O ítalo-brasileiro voltava da França, onde havia aprendido técnicas de filmagem e é considerado o primeiro cineasta nacional.
Hoje, 125 anos depois, o cinema brasileiro mostra cada vez mais sua importância cultural, social e econômica. Filmes como “Cidade de Deus”, “Central do Brasil” e “Tropa de Elite” marcam o público, seja nos cinemas brasileiros ou em premiações renomadas.
O cineasta brasiliense Marcus Ligocki produziu os longas “Rock Brasília – Era de Ouro” e “O Último Cine Drive-In” e destaca a contribuição da sétima arte para o país. “O audiovisual é muito relevante pro desenvolvimento do Brasil, pois é uma atividade de externalidade expositiva e nos ajuda a entender a nossa realidade e só fortalece aquilo que já existe”, diz o produtor.
“O cinema integra muitas atividades econômicas, expõe e fortalece as culturas locais, a identidade, o reconhecimento do povo brasileiro e a construção de autoestima”, diz Ligocki acerca dos benefícios que o cinema nacional proporciona.
Segundo ele, esse também é um dia importante para celebrar os talentos nacionais. “Comemorar o Dia Nacional do Cinema é importante para que o povo brasileiro se sinta participante e orgulhoso de uma forte indústria cinematográfica estabelecida no nosso país, com nossos talentos, a criatividade, diversidade e riqueza da cultura brasileira”, acrescenta.
Marcus é o roteirista do filme ‘Pureza”, de 2022. Com direção de Renato Barbieri, o filme é baseado na história real de Pureza Lopes Loyola. Na trama, Pureza (Dira Paes) é uma mãe solo que mora com seu filho, Abel (Matheus Abreu), em uma pobre região do Maranhão. Descontente com a vida que levam, o jovem resolve deixar o local para buscar emprego em um conhecido garimpo, com a promessa de dar uma vida melhor para a matriarca. Após meses sem notícias do filho, Pureza resolve sair em busca do rapaz.
Em comemoração ao Dia Nacional do Cinema, “Pureza” será exibido nesta segunda (19) na Tela Quente da TV Globo, às 22h15.
O cinema brasiliense ganhando cena
Marcus também é diretor da Associação dos produtores e realizadores de longas-metragens do Distrito Federal (APROCINE) e falou sobre o cinema brasiliense. “Tem conquistado muita visibilidade. O ‘Pureza’ é um exemplo disso. É um filme concebido em Brasília, estruturado a partir de Brasília e realizado por equipes e empresas brasilienses e que será exibido na Tela Quente para chegar em milhões de pessoas”.
Porém, mesmo com distribuição significativa na televisão e no streaming, ele também diz que é preciso de um terreno mais seguro para o fazer cinema no Distrito Federal. “Aos pouco, vamos conseguindo integrar mais talentos, mais diretores e produtoras locais nesse circuito. Isso depende de tempo de produção, de recursos pra que Brasília produza com regularidade. Precisamos de um Fundo de Apoio a Cultura específico do audiovisual que seja regular em que possamos contar anualmente. Assim, para que as empresas possam se programar e construir projetos de forma organizada.”
“É preciso essa confiança dos gestores do governo brasiliense e que haja suporte a essa complexa operação que integra todas as atividades culturais e artísticas, para que todas sejam contempladas, acolhidas e remuneradas. Isso dará a possibilidade de falar de Brasília e contar nossas histórias para acesso do público nacional e internacional.”, concluiu Ligocki.
