A renomada atriz Adriana Esteves, conhecida por sua icônica personagem Carminha na novela “Avenida Brasil” em 2012, está de volta com uma expressão furiosa em memes que circulam nas redes sociais. Agora, mais de uma década depois, Esteves retorna como a protagonista Cibele na nova série do Globoplay, intitulada “Os Outros”, com episódios lançados semanalmente. Na trama, Cibele é uma mãe superprotetora que não hesita em cruzar limites para proteger seu filho de um vizinho mal-intencionado.
No entanto, a intensidade de Carminha e a seriedade de Cibele contrastam com a serenidade que Adriana Esteves, aos 53 anos, alcançou. Durante uma videoconferência, a atriz compartilha que é gratificante pensar que ainda é jovem e que há muito pela frente. Ela reflete sobre sua trajetória, repleta de batalhas, esforços e dedicação, mas ressalta que não pode usar a palavra “sofrimento”.
Interpretar o desequilíbrio emocional de Cibele em “Os Outros” é considerado o maior desafio pela própria Esteves. Na história, sua personagem entra em conflito com Wando, interpretado por Milhem Cortaz, após seu filho ser agredido pelo filho dele no condomínio onde vivem. Essa briga ganha proporções incontroláveis ao longo dos episódios.
Embora a série “Os Outros” tenha estreado há apenas um mês, Cibele já se tornou uma das personagens mais elogiadas na carreira de Adriana Esteves. No papel, a atriz precisa levar sua maternidade ao extremo, soltando berros ensandecidos, cuspindo no rosto de seu arquirrival e até mesmo comprando uma arma para proteger seu filho. Esteves revela que interpretar essa personagem a desequilibra, mas não teve medo de se entregar a essa composição, mesmo sendo tudo o que ela não deseja ser.
Adriana Esteves possui um extenso currículo com dezenas de papéis na televisão e no cinema, e demonstra talento em interpretar personagens inescrupulosas. O ápice disso foi sua inesquecível Carminha, criada por João Emanuel Carneiro. O dramaturgo conta que precisou intervir para que Esteves fosse escolhida como a vilã, pois a emissora preferia outra atriz. Carneiro afirma ter apostado no escuro, mas quando viu o teste de Esteves, teve certeza de sua escolha.
A marca deixada por Esteves em Carminha é evidente. Sua colega de cena e arqui-inimiga em “Avenida Brasil”, Débora Falabella, relata que a atriz sempre chegava ao set de filmagem com o texto na ponta da língua e cheia de ideias para aprimorar as cenas.
A intimidade de Adriana Esteves com seus personagens também impressiona a diretora de “Os Outros”, Luísa Lima. A atriz é descrita como uma operária do ofício, que nunca olha para o monitor durante as gravações, não se preocupando se sua atuação está estranha ou bonita. Ela não tem pudores em cena.
No passado, havia dúvidas sobre como Esteves se desvencilharia da imagem de Carminha, especialmente durante a minissérie “Justiça” em 2016. No entanto, a atriz afirma que não teve medo de seguir em frente. Após um período de descanso, ela retornou às telas em “Babilônia” em 2015, interpretando a vilã Inês. Embora a novela tenha sido um fracasso de audiência e crítica, Esteves não se arrepende do papel, pois valoriza as parcerias e amizades que surgiram durante o trabalho.
Esteves logo conseguiu apagar essa mancha de seu currículo. Sua personagem seguinte, Fátima, em “Justiça”, lhe rendeu uma indicação ao Emmy Internacional. Em 2018, a atriz colaborou novamente com Emanuel Carneiro na novela das nove “Segundo Sol”, onde interpretou a vilã Laureta. No ano seguinte, Esteves protagonizou “Amor de Mãe” como Thelma, que se torna uma antagonista ao longo da trama. Esses papéis confirmam que Esteves foi feita para interpretar vilãs.
Embora Esteves tenha um contrato fixo com a Globo desde a década de 1990, sua carreira começou na Band. Ela foi convidada para apresentar um programa na emissora após se cadastrar em uma agência de modelos e atores. Embora essa oportunidade não tenha dado certo, sua estreia na novela “Top Model” em 1989 abriu portas para inúmeros personagens, incluindo o papel principal em “Renascer” em 1993.
A atriz passou por um período difícil após receber críticas intensas por seu trabalho em “Renascer” e receber o diagnóstico de depressão. No entanto, ela nega que tenha ficado mal apenas por causa dos comentários negativos, afirmando que sua experiência na época foi mais complexa do que isso.
Após esse período, Esteves ficou dois anos sem atuar e precisou recusar um papel na novela “Quatro Por Quatro”. Isso levou ao término de seu contrato com a Globo. No entanto, ela logo conseguiu voltar a trabalhar, desta vez no SBT. Em apenas um ano, seu talento chamou a atenção novamente da Globo, onde retornou como protagonista de “A Indomada”. A partir desse ponto, sua carreira decolou, e ela participou de sucessos como “O Cravo e a Rosa”, “Coração de Estudante” e “A Senhora do Destino”, onde interpretou a versão jovem da vilã Nazaré Tedesco, papel imortalizado por Renata Sorrah.
Atualmente, Adriana Esteves afirma estar bem e revela que, além de fazer terapia, evita o uso das redes sociais para preservar sua sanidade e afastar a ansiedade. Ela menciona que pensou em criar uma conta no Instagram durante as eleições para se posicionar contra Jair Bolsonaro e expressa arrependimento por não ter falado antes sobre sua posição política. Esteves também celebra o sucesso de uma cirurgia de histerectomia que recentemente realizou e afirma que, ao lidar com o etarismo, percebe que o problema reside naqueles que a julgam, e não nela mesma, pois ela se sente cada vez melhor com o passar dos anos.
No que diz respeito à série “Os Outros”, que estreou no Globoplay, é uma produção brasileira de 2023, escrita por Lucas Paraizo e dirigida por Luísa Lima. O elenco conta com Adriana Esteves, Drica Moraes e Milhem Cortaz, entre outros. Na série, Esteves interpreta a protagonista Cibele, uma mãe superprotetora que perde os escrúpulos ao tentar proteger seu filho de um vizinho mal-intencionado. Sua atuação na série tem recebido elogios, sendo considerada uma das melhores de sua carreira. A trama envolve o conflito entre Cibele e Wando, papel interpretado por Milhem Cortaz, que se intensifica ao longo dos episódios e assume proporções incontroláveis.
