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Brasília

Secretário de Segurança do DF rebate críticas exaltando resultados

Arquivo Geral

16/08/2017 7h00

Toninho Tavares/Agência Brasília

Eric Zambon
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Osecretário de Segurança Pública, Edval Novaes, luta na mesma cruzada que seus antecessores: para convencer os cidadãos de que o DF é uma das melhores unidades da federação do País. Ele se apoia nos índices positivos registrados em 2017, como o menor número absoluto de homicídios – 270 – desde o início da série histórica, em 2000, e fala com convicção sobre a cidade nunca ter estado tão segura quanto hoje em dia.

“De janeiro a julho de 2017, reduzimos o homicídio em 19,2%, em comparação com o mesmo período de 2016. Roubo a transeunte reduzimos em 3,5%, roubo em comércio em 27,3% e furto em veículo em 5,5%”, exemplificou Novaes, que assumiu o cargo em março, após dez anos como subsecretário de José Beltrame, na pasta de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Os números, no entanto, são apenas parte do contexto local e ele sabe disso. Enquanto era recebido na redação do Jornal de Brasília para a entrevista, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF) realizava assembleia em frente ao Palácio do Buriti e aprovava um indicativo de greve. Como ato simbólico, instalou um “criminômetro” em frente ao prédio, que, segundo a entidade, contabiliza as ocorrências registradas desde o início da gestão Rollemberg – o marcador indicava mais de 600 mil casos ontem.

Divergências

O secretário de Segurança não quis tecer críticas à atuação do Sinpol, mas lembrou que é uma entidade classista, e portanto visa a beneficiar seus associados, e contestou os números apresentados. “O único órgão autorizado a divulgar estatísticas oficiais é a secretaria. Não sei de onde eles tiram esses números, nem os critérios ou o período de tempo, então é difícil fazer juízo de valor”, rebateu.

Segundo ele, a birra da entidade com o Governo de Brasília tem origem na frustração pelas demandas não atendidas. “Eles tinham, historicamente, paridade (salarial) com a Polícia Federal, que recebeu aumento nos últimos anos. Mas nesse momento o governo não pode cumprir a mesma coisa e eles lutam por isso”, defendeu.

A respeito de outra demanda da categoria, a contratação de mais efetivo, Novaes retomou a justificativa do governo para a maioria das reivindicações nos últimos anos: falta de dinheiro.

“A PMDF tem concurso aberto para 2 mil homens e a PCDF está nomenado policiais, mas estamos no limite prudencial da LRF e isso nos limita”, alegou.

“Apenas o policiamento não resolve”

Ao ser anunciado como sucessor de Márcia de Alencar na pasta de Segurança, Edval Novaes foi tratado pelo governador Rodrigo Rollemberg como alguém capaz de “melhorar a sensação de insegurança no DF”. Há cerca de cinco meses no cargo, ele reconhece que essa sensação é algo pessoal e subjetivo e clama por compreensão da comunidade.

“A gente precisa deixar de pensar Segurança Pública como questão única e exclusivamente da polícia. Não é só o policiamento que vai resolver o problema no Brasil e nem em outras partes do mundo. Os países mais seguros não são assim pela presença de policiais. Você vai às ruas e quase não encontra. É uma questão cultural e existem vários fatores ligados”, discursa o chefe da pasta.

Perguntado se as novas viaturas da PMDF, criticadas por parte da população como “maquiagem nas ruas”, poderiam ser utilizadas, ele foi enfático. “Policiamento ostensivo não é maquiagem. Por que o policial anda fardado? Para que seja visto e o criminoso seja desencorajado a cometer o crime ali próximo. Da mesma forma a viatura tem que ser vista”, conclui.

Três perguntas para Edval Novaes

Na última segunda-feira, dois suspeitos de roubo a carro foram ‘resgatados’ por moradores, no Recanto das Emas, enquanto eram presos pela polícia, que foi apedrejada. Isso aconteceu por falta de efetivo?

Foi uma coisa pontual. A PCDF já deu resposta, já recapturou os criminosos e as operações vão continuar naquele local.

O assassinato da servidora, na Asa Norte, na última semana, foi resolvido em 24 horas, mas um crime parecido contra a estudante Jéssica Leite, em Taguatinga, no ano passado, segue sem solução. Existe diferenciação na atuação da polícia no Plano Piloto e fora dele?

De maneira nenhuma. A polícia é uma só, atua da mesma maneira. Sem dúvida não foi por falta de empenho da Polícia Civil que o crime não foi solucionado. Se o assassinato (de Taguatinga) não tem autoria ainda, a polícia continua trabalhando e vai descobrir quem foi

A secretaria está cobrando da Corregedoria respostas sobre os dois supostos suicídios em delegacias da PCDF nas últimas duas semanas?

Os casos estão sendo apurados com rigor e ninguém mais que a própria Secretaria de Segurança Pública tem interesse em ver esses acontecimentos elucidados. Em relação ao caso do motorista, em Sobradinho, os laudos estão a ponto de serem divulgados e a informação da chefia da PCDF aponta para suicídio. É interesse nosso apurar e identificar o que fazer para que não ocorram mais.

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