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Brasília

Projeto oferece aulas complementares pela TV

O Escola em Casa irá divulgar conteúdos a alunos do ensino básico ao médio

Pedro Marra

03/04/2020 6h40

A partir da próxima segunda (6) até sexta-feira (10), os alunos da rede pública de ensino poderão assistir aulas complementares pela TV aberta. O programa da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF), Escola em Casa DF, irá divulgar conteúdos para alunos do ensino básico até o ensino médio. A iniciativa vem para diminuir o prejuízo de quase três semanas de aulas suspensas devido à pandemia do novo coronavírus.

Estudante do Centro de Ensino Médio 1 (Cem 1) do Gama, Hugo Oliveira, de 16 anos, está no 1º ano do ensino médio, e acredita que as teleaulas vão dar um suporte nesse período de isolamento social. “Vai ajudar, mas no fim do ano eu temo como será a preparação com o PAS, que muitos de nós fazemos. E tem o Enem também. Vai ser bom para distrair também, porque ninguém aguenta mais esse isolamento. Se vamos assistir TV, fala sobre a Covid-19, além de estar nas todas redes sociais”, afirma.

Hugo tem tido o costume de já ler o conteúdo de algumas matérias em casa. “Estou estudando as disciplinas de matemática, português, biologia e química. Para o meu nível de ensino, acho as teleaulas importantes. Mas vai complicar um pouco porque vamos receber mais matérias novas, que seria bom elas serem explicadas por um professor”, comenta o jovem.

Por outro lado, tem estudante que não acha tão efetiva a proposta de ensino pela televisão. “Porque qualquer um pode pegar as respostas na internet, e com isso pode acabar prejudicando os estudos. Não vai ser o suficiente para estudar”, opina Kleber Alves Freitas, de 17 anos.

Aluno do 1º ano do ensino médio do Centro de Ensino Médio 08 Incra (CED 08) de Brazlândia, ele conta que não tem recebido muito apoio da própria escola. “Pelo que eu sei, a escola criou um site para cada matéria. Aí fizeram umas perguntas de matemática e nós respondemos para ganhar nota. Mas até agora, não foi dado nenhum resultado desde a semana passada”, diz o jovem.

“Melhor do que nada”

Moradora do Núcleo Bandeirante, Amanda Amarante dos Santos, de 16 anos, é aluna do 3º ano do ensino médio do Instituto Federal de Brasília (IFB), do Riacho Fundo I. Para ela, o apoio das teleaulas é bem-vindo em meio à pandemia do novo coronavírus, mas ela faz um adendo. “Acho que ajuda por ser melhor do que nada. Passamos a vida inteira acostumados com o sistema de acordar cedo, sentar em uma carteira e ouvir os professores falarem por horas. Nunca tivemos autonomia de fato, para ter esse controle de horários e organização dos estudos é um processo difícil, ainda mais quando se tem tanto entretenimento para se ver e distrair do foco principal. Entendo que é necessário e facilita o acesso para quem não dispõem de smartphone e nem internet, mas não é uma ajuda tão eficaz”, pondera.

Ela acredita que o conteúdo para a prova do Programa de Avaliação Seriada (PAS) ficará atrasado. “Eu não acho que seja suficiente, pois o PAS é específico para cada ano de ensino. Não dá para revisar o que eu já vi e aprender o que eu preciso. Mas sendo um ano tão decisivo, esse suporte não é o suficiente para atender as demandas necessárias”, opina Amanda.

Manter engajamento

Segundo o coordenador do Escola em Casa DF, David Nogueira, as teleaulas vêm para ajudar em um primeiro momento. “São atividades complementares. A gente de forma alguma está querendo substituir a aula presencial. É uma forma de manter os estudantes engajados e interessados. É mais um auxílio aos pais dos estudantes em casa que precisam de um material educacional de qualidade. A gente também tem um momento dedicado ao professor, que vão ter conversas com os especialistas, de como manter a saúde mental nesse momento”, declara.

“A gente também tem um momento dedicado ao professor, que vão ter conversas com os especialistas, de como manter a saúde mental nesse momento”, acrescenta.

David alerta que nas próximas semanas, será lançado um modelo de ensino virtual. “Nela, o estudante pode interagir melhor com os professores, e tirar uma dúvida de aula”.

Entre 9h e 12h de segunda à sexta-feira, a TV Justiça – canal aberto no DF – fará a transmissão de três horas diárias de conteúdos didático-pedagógicos. A emissora pode ser acessada pela TV Digital nos canais 53.1 e 53.2. Em fase final de acertos, também terá transmissão das teleaulas na TV Gênesis, canal evangélico que opera no DF.

A programação terá de 15 a 30 minutos para cada tipo de ensino. As teleaulas irão ter educação precoce, para os Centros de Educação Especial, educação infantil, anos iniciais e finais do ensino fundamental, ensino médio, ensino médio em tempo integral (EMTI) e educação física em movimento.

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