Menu
Brasília

Produção de suculentas vira opção de turismo rural

Oito fazendas abrirão as portas para a população com visitas agendadas

Vítor Mendonça

10/09/2020 7h01

Em 12 de setembro, produtores rurais do Circuito Rajadinha, em Planaltina, participarão do Rolê PlantaFlor, criado para o turismo rural. A intenção é que o público, conheça o processo de produção das flores suculentas e plantas ornamentais cultivadas no campo do Distrito Federal. A iniciativa é uma alternativa à Feira da Colônia, que acontecia em todo segundo fim de semana de agosto. Neste, ano, devido à pandemia, o evento não foi possível.

Ao todo são oito fazendas que abrirão as portas para os visitantes, que devem realizar agendamento prévio para o Rolê, entre 8h e 17h de sábado. Para que não haja aglomerações, cada grupo de pessoas que deseja conhecer os espaços precisa ser limitado em até cinco indivíduos. O uso de máscaras é obrigatório durante a visitação.

O turismo ecológico é uma opção para alívio do dia a dia para uma das produtoras rurais da região, Marília Freiman, 35 anos, que cultiva diversas espécies de plantas ornamentais e suculentas na fazenda Freiman. A chácara de 3,5 hectares, que pertence à família há 25 anos, esteve fechada para negócios entre fevereiro e maio deste ano, por causa da pandemia, mas voltou a receber clientes com uma nova demanda.

“Nosso carro chefe daqui eram os aluguéis de plantas ornamentais para eventos e foi o nosso negócio mais afetado. Fechamos tudo e fiquei muito apreensiva no início, mas o segmento tem voltado aos poucos”, afirmou Marília. O período para os residentes do local, apesar de tudo, tem sido de bom proveito. “Aqui não sentimos o isolamento. Ficar em casa nunca foi tão bom. Excelente para tirar qualquer coisa da cabeça”, completou.

No entanto, por mais que a demanda tenha caído com o aluguel de plantas, a compra de plantas suculentas ajudou a manter as contas em dia com a quantidade de pedidos que passaram a receber para o tipo de plantio, que é muito fácil de se manter dentro de casas pequenas ou em áreas mais abertas.

“A venda de plantas não parou. Fez foi aumentar a procura de suculentas. As pessoas estão abrindo viveiros e querendo vender. Conseguimos até abrir uma loja a 30 km daqui. A parte de eventos está começando a retomar agora – eventos pequenos, é claro, com todas as medidas de prevenção”, contou Marília. A venda ajudou a quem precisava de apoio emocional também.

Contato com a natureza é alívio para estresse

“Tive até pessoas me procurando porque estavam entrando em depressão e procurando algo para fazer em casa. E tem dado certo para eles também. Graças a Deus a vendas estão indo bem”, relatou.

No circuito, as pessoas poderão encontrar plantas para jardins, realizar tour pelas chácaras e terão a explicação sobre a história do local, há quanto tempo trabalham com a produção local, o que pretendem para o futuro e o que está sendo feito para atender a todos neste período de pandemia.

“Meu pai é paisagista e trabalhou em uma empresa de paisagismo durante 25 anos entre Rio de Janeiro e Brasília. Quando chegamos aqui só havia um pé de manga e uma lobeira, que, de muito velha, já caiu, e o restante era cerrado”, contou Marília sobre a chácara. Ali começaram a plantar, fazer canais a partir das represas naturais e formar a chácara. O pai montou o negócio próprio e até hoje seguem no local.

O mais importante para a paisagista e gestora ambiental é o contato com a natureza pelos visitantes. Por mais que não se interessem em levar alguma planta, serão recebidos com a mesma receptividade.

“O contato com a natureza é super importante. É uma relação que não pode acabar. Quanto mais cuidamos da natureza, mais ela cuida de nós. Estando sempre em contato com ela preservando e respeitando, o bom retorno vem pra nós também”, acredita Marília. “É um refúgio para quem passa por momentos difíceis. Ter algo para se ocupar. Vai focar na planta e jardins.”

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado