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Brasília

Parlamentares citam matéria do JBr e debatem reabertura do comércio no DF

O empresário Claudeci Luart, dono das lojas Luart Calçados, prevê queda entre 60% e 70% do faturamento da loja em comparação a antes da pandemia

Redação Jornal de Brasília

27/05/2020 17h48

Foto: Reprodução

Aline Rocha e Hylda Cavalcanti
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A deputada distrital Arlete Sampaio (PT-DF) chamou a atenção hoje (27), na abertura dos trabalhos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), para uma matéria veiculada hoje pelo Jornal do Brasília. Arlete destacou reportagem feita pelo jornalista Pedro Marra que mostra que os shoppings foram reabertos sem conseguir conter a aglomeração de pessoas.

Ao mencionar a reportagem, Arlete disse que considera precipitada a iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF) de reabertura do comércio. Sua posição deu início a um intenso debate entre os integrantes da CLDF, que se dividiram entre favoráveis e contrários à decisão do governador Ibaneis Rocha.

A deputada destacou que está preocupada com o avanço dos casos de covid-19 nas Regiões Administrativas do DF. Ela foi seguida em sua manifestação pelo colega Chico Vigilante (PT). Vigilante afirmou que a conta a ser paga pelo genocídio que pode vir a ser observado dentro de alguns meses no Distrito Federal “deve recair junto dos que defendem a reabertura do comércio”. Acrescentou ainda que “o momento é de pensar em salvar vidas antes de se pensar em reabertura da economia”.

Diante dessa colocação, o deputado Fábio Felix (PSol) pediu ponderação aos colegas e frisou que a briga que está sendo travada no país deve ser sempre contra a covid-19.

“Precisamos tomar cuidado para não cair nessa guerra de narrativas pela qual ou se é a favor da melhoria da economia e dos empregos ou pela defesa da vida. Não pode existir essa divisão no sentido de que quem quer uma coisa não quer a outra. Nossa briga não é essa, mas para erradicar o vírus”, afirmou.

Fiscalização

Félix ressaltou ainda que o que os integrantes da CLDF precisam fazer enquanto parlamentares é acompanhar e fiscalizar as ações de prevenção e combate ao novo coronavírus, levar sugestões e pedidos ao Estado e exigir que sejam liberados recursos para esse combate.

Em outra frente – nem pelo lado de Arlete e Vigilante, nem pelo de Fábio Félix –, o deputado Hermeto (MDB) elogiou as medidas que estão sendo implantadas pelo governador. Ele disse confiar que Ibaneis Rocha “soube fechar o comércio no período certo, assim como soube reabrir no período certo”. Afirmou também que “as pessoas precisam ter fé e ser positivas”.

“Todos aqui estamos lutando pela preservação das vidas. O governo do DF soube fazer o seu dever de casa e estou confiante que as coisas vão melhorar”, frisou. O deputado pediu para a CLDF poupar o secretário de Saúde, Francisco Araújo Filho, de comparecer a audiências na Casa, em função do grande número de atendimentos que este tem feito neste período de pandemia.

“O secretário tem trabalhado dia e noite, é chamado para dar entrevistas a todo momento, desde a madrugada. Ele tem cumprido intensa carga horária, vamos poupá-lo”, solicitou.

Hermeto foi rebatido pelo colega Jorge Vianna (Podemos) para quem a convocação do secretário sempre que possível é necessária. “É melhor o secretário ser acordado para dar entrevistas do que ser acordado pela Polícia Federal por fazer de Brasília uma vergonha nacional”, ironizou.

Viana afirmou considerar importante o titular da pasta no GDF dar sempre esclarecimentos na CLDF. Está programada a ida do secretário de Saúde à CLDF na próxima semana. O debate na Câmara legislativa só parou diante do adiantado da hora para a votação de várias matérias incluídas na pauta do dia, incluindo a apreciação de vetos do governador.

Donos de lojas sofrem com reabertura

O dono das lojas Luart Calçados, Claudeci Luart, explica que a reabertura dos shoppings no Distrito Federal traz prejuízos para lojistas. Segundo ele, a previsão é de queda entre 60% e 70% do faturamento da loja antes da pandemia. 

Claudeci Luart, dono das lojas Luar Calçados. Foto: Arquivo pessoal

“O impacto vai ser muito grande, o shopping tem que dar entre 50% a 80% de desconto nos alugueis, se não, não será possível manter todas as lojas abertas. O impacto deve durar cerca de seis meses e perdurar até o próximo ano”, explica. 

Segundo Luart, o meio expediente liberado para funcionamento não vai gerar a renda necessária para cumprir com os gastos fixos e de pessoal da empresa. “Tem que retomar o comércio, mas o prejuízo é muito grande”, lamenta. Segundo ele, a quantidade de clientes neste momento será diretamente impactada, já que a orientação é evitar a aglomeração de pessoas. 

Dessa forma, o quadro de funcionários da empresa deverá ser reduzido, gerando mais custo com folha de pagamento. Para ele, é necessária que o estado e os shoppings ajudem nessa retomada para evitar a falência de lojas de shoppings que não terão condições de retomar o lucro de maneira integral. 

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