Menu
Brasília

Parceria entre UnB e IFB desenvolve aparato de ventilação para combater covid-19 em hospitais

O equipamento já passou por testes biológicos, que comprovaram sua capacidade de descontaminação do ar

Redação Jornal de Brasília

29/09/2020 13h23

Foto: Arquivo pessoal

Para tentar minimizar os riscos de contágio pelo novo coronavírus em hospitais, docentes e alunos da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Federal de Brasília (IFB) estão desenvolvendo um protótipo de aparato de ventilação de baixo custo para filtrar moléculas do novo vírus que estejam presentes no ar.

O equipamento já passou por testes biológicos, que comprovaram sua capacidade de descontaminação do ar. Agora, a equipe desenvolvedora está realizando outros experimentos para garantir a qualidade do dispositivo. “Estamos montando um novo protótipo para redução do ruído e fazendo outros testes: de controle de vazão, de emissão, de robustez, de desempenho, de autonomia e de redução de partículas em contexto geral”, conta Izabel Cristina Rodrigues, coordenadora do projeto e professora de Farmácia da Faculdade UnB Ceilândia (FCE).

Um dos representantes do IFB no projeto, o professor Yuri Cesar Toledo explica como a máquina funciona: “O equipamento filtra o ar utilizando basicamente a aceleração, projeção centrífuga e sedimentação, tratando 40 litros de ar por minuto, com um protótipo de pequeno porte. Estamos fazendo um modelo mais robusto para o dia a dia, com proteção para questões de ruído, limpeza, movimentação e tempo de operação”.

O processo está sendo conduzido por duas coordenações: uma, liderada pela professora Izabel Rodrigues (UnB), na área da biomedicina, e outra, pelo professor Yuri Toledo (IFB), na área de engenharia. A gestão da iniciativa utiliza metodologia próxima a do Scrum – abordagem adotada para o desenvolvimento e planejamento ágil de projetos complexos –, com ciclos de trabalho com duração mensal.

Ao final, são realizadas avaliações de questões, como resultados, alterações, correções, métodos empregados e validação das atividades, em encontros laboratoriais e por videoconferência. Há ainda reuniões semanais de alinhamento do projeto.

Além de Izabel e Yuri, participam da equipe responsável pelo projeto a professora do curso de Farmácia da FCE Daniela Castilho Orsi, a doutoranda em Engenharia de Sistemas Eletrônicos e de Automação na UnB Gabriela Meira de Moura Rodrigues, os discentes do IFB Paulo Caleb Fernandes da Silva, Lívia Siqueira Balbino, Nicole Rodrigues Ramalho, Eduardo Nogueira dos Santos e Thalyta Nayara da Silva Farias, além do estudante da Faculdade LS Educacional Daniel Oliveira Freire.

Contribuições

Segundo o professor Yuri Toledo, o uso do equipamento irá favorecer a eliminação do agente infeccioso logo no início da cadeia de contaminação.

“A ideia é que esse contaminante seja eliminado antes de tocar nas máscaras, nas roupas, nos cabelos, nas superfícies e outros meios que possam servir de abrigo para o novo coronavírus”, detalha.

Desta forma, ele acredita que o projeto trará contribuições para a população em geral, sobretudo para os profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS), sujeitos diariamente aos riscos de contrair a covid-19.

“O benefício é para a sociedade como um todo, pois [essa filtragem] nos permitirá maior liberdade para circular por corredores, elevadores, recepções, salas de triagem clínica, atendimento ao público, centros de alimentação, centros comerciais e outros”, destaca.

“O projeto tem relevância nos níveis mais elevados dos processos de gestão de riscos, tanto para as normas trabalhistas nacionais (NR01, NR07, NR09 e outras) quanto para as internacionais (ISSO 45001). A temática de contaminação pelo ar foi revolucionária com a percursora da enfermagem moderna Florence Nightingale, que, em 1859, já apontava que os cuidados com a origem e qualidade do ar para os pacientes, em um contexto geral, eram a primeira e mais importante regra da enfermagem, ainda destacando que isso servia para todos no ambiente”, acrescenta o professor Yuri Toledo.

O docente espera que, posteriormente, o aparato também possa ser utilizado em outros espaços de grande circulação de pessoas. “Com esse equipamento de baixo custo financeiro, fácil execução, rápida produção, alta eficácia e alta eficiência, esperamos que o projeto atinja rapidamente os diversos postos de atendimento do SUS, comércio e áreas comuns”, projeta.

Financiamento

Esta é uma das iniciativas com financiamento aprovado em edital lançado pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei), e os decanatos de Pesquisa e Inovação (DPI) e de Extensão (DEX) para viabilizar apoio à execução de projetos de pesquisa, extensão e inovação desenvolvidos na UnB com foco no enfrentamento ao novo coronavírus.

No entanto, a equipe ainda necessita de incentivo para o andamento do projeto. Para realizar doação de recursos financeiros, materiais de consumo, equipamentos ou propor parcerias, é só entrar em contato pelo e-mail [email protected].

É possível contribuir ainda com recursos para o fundo de doação a projetos de combate à covid-19 da UnB. Basta acessar o link: https://www.finatec.org.br/doacaoprojetos/form. A iniciativa foi criada pelo Copei, em parceria com Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec).

Pessoas e entidades da sociedade civil podem destinar as doações a projetos específicos do portfólio da Universidade ou ao fundo geral e são feitas por meio de boleto, depósito bancário, cartão de crédito ou PayPal. O comitê gestor do fundo irá direcionar as contribuições aos projetos, seguindo os critérios de classificação nas chamadas prospectivas de iniciativas de enfrentamento à covid-19 realizadas pelo Copei, DPI e DEX.

Para colaborar com serviços, materiais ou equipamentos, é preciso, primeiro, articular a ação junto ao Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), pelo e-mail [email protected].

Com informações da Agência UnB

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado