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Brasília

Mulher que torturou e matou marido com ajuda de amante volta a ser presa

Arquivo Geral

31/10/2018 11h49

Foto: Raiane Cordeiro/Jornal de Brasília

Jéssica Antunes
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Vinte dias após ter o alvará de soltura expedido pela Justiça do Distrito Federal, Elizângela Almeida de Miranda Souza voltou a ser presa. A mulher, de 41 anos, responde ao crime de homicídio qualificado acusada torturar e matar o ex-marido com a ajuda do amante em Taguatinga. O comparsa, preso no dia 17 deste mês, informou que a mulher planejou e foi mandante do assassinato. Com novos elementos, a polícia conseguiu devolvê-la à carceragem. Valdeci Carlos de Sousa, 63 anos, um servidor aposentado do Tribunal Superior do Trabalho, foi vítima de uma emboscada em março.

Livre de Penitenciária Feminina desde 11 de outubro, a acusada não poderia deixar a cidade, precisaria estar em casa todos os dias até 22h e não podia manter contato com o amante ou com as testemunhas do caso. Após a soltura, ela chegou a fazer um churrasco para comemorar a liberdade. A Polícia ainda investiga se ela descumpri a determinação judicial e manteve contato com testemunhas.

Delegado da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), Joás Rosa de Souza conta que novos elementos levaram ao novo pedido de prisão. “Com a prisão do amante, ele deu detalhes dizendo que ela planejou todo o crime, sendo ele apenas o executor para ficar com a pensão de morte do homem”, esclarece.

O mandado de prisão de Elisângela estava expedido há dez dias, mas ela foi presa na noite de terça-feira (30). De acordo com o delegado, a legislação eleitoral impedia o cumprimento das prisões até 17h daquele dia — apenas detenções em flagrante poderiam ser realizadas. Por isso, foi necessário aguardar. “A mulher é fria e não demonstra qualquer tipo de arrependimento”, afirma. Ela não quis se pronunciar sobre a nova prisão. O Jornal de Brasília entrou em contato com a defesa e aguarda retorno.

O amante foragido, José Willamy de Melo Raiol, foi preso no dia 17 deste mês em uma favela em Belém (PA). A prisão foi considerada uma operação de risco aos policiais, porque, propositalmente, o homem se escondeu em uma favela dominada pela organização criminosa do Comando Vermelho. Transferido ao DF, ele foi encaminhado à carceragem.

José Willamy ficou foragido por sete meses e foi encontrado escondido em Balém (PA). Divulgação/PCDF

Filmagem entregou ação

Câmeras de segurança flagraram a movimentação dos suspeitos na casa da vítima, na QNM 17. A mulher ainda tentou disfarçar a culpa informando o desaparecimento do ex-marido. Segundo informações da Polícia Civil, eles estavam separados por conta de uma relação extraconjugal e ela tirou a vida do ex-companheiro com a ajuda do amante em um crime premeditado.

A dupla dominou o idoso, o colocou no carro e passou a noite rodando pelo Distrito Federal. Enquanto a mulher dirigia, o amante, José Willamy de Melo Raiol, 26 anos, torturava a vítima no banco traseiro. Para a polícia, os envolvidos tentavam descobrir senhas bancárias. O idoso foi morto com um tiro na cabeça e seu corpo foi jogado às margens da DF-001, entre o Núcleo Bandeirante e Santa Maria. Segundo o delegado, o José mandou Elizângela cobrir o rosto do ex para que não visse a execução.

“A frieza, situação e dinâmica dos fatos são típicos de pessoas envolvidas com crimes. Também é estranho ele ter várias tatuagens com nomes de mulheres pelo corpo”, pensa o investigador. A dupla deverá responder pelo crime de latrocínio e roubo seguido de morte, e pode ficar reclusa por até 30 anos.

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