O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apura supostas fraudes na compra de leitos hospitalares na gestão do ex-governador Agnelo Queiroz. Agentes fazem buscas na casa de Agnelo na manhã desta quinta-feira (23).
O ex-secretário de Saúde da gestão Agnelo, Rafael Barbosa, também é investigado. De acordo com informações preliminares, empresários teriam pago propina de 10% do valor das compras dos leitos para representantes de Agnelo e Rafael.
Os leitos custaram R$ 4,6 milhões. Agnelo e Rafael, então, teriam recebido R$ 462 mil em propina. O crime teria acontecido em 2014.
A vantagem indevida teria sido paga por meio de um contrato fictício de publicidade e marketing. Este acordo foi firmado entre a empresa que pretendia vender os leitos à Secretaria de Saúde do DF e o Instituto Brasília Para o Bem-Estar do Servidor (Ibesp).
Ao todo, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPDFT) coordena a ação, batizada de Alto Escalão.
Durante a ação, Agnelo acabou sendo conduzido à carceragem da Polícia Civil (PCDF) porque os agentes encontraram na casa dele uma arma de fogo sem registro.
Operação Checkout
A operação desta quinta (23) é um desdobramento da operação Checkout. A primeira fase foi deflagrada em junho de 2018 e cumpriu 16 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
À época, o Ministério Público do DF investigou servidores da SES/DF e funcionários de empresas privadas envolvidos em fraude à licitação e corrupção na compra de macas, leitos de hospitais e outros tipos de mobiliários para unidades da rede pública.
A segunda e a terceira fase foram deflagradas respectivamente em fevereiro e março de 2019. Foram cumpridas diligências no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), no Guará e na cidade de São Caetano do Sul/SP, numa empresa de turismo. Houve uma prisão em Brasília.