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Brasília

Ibaneis escolhe técnico para conduzir a Saúde

Arquivo Geral

30/11/2018 7h00

Foto: Vigilância em Saúde/Divulgação

Eric Zambon
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O novo secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, foi anunciado pouco depois de dois ex-titulares da pasta, Elias Miziara e Rafael Barbosa, ambos da gestão de Agnelo Queiroz (PT), terem sido presos por suspeita de fraudes bilionárias em contratos. O contexto da indicação é uma pequena amostra das dificuldades que se avizinham.

Okumoto é, atualmente, secretário do Ministério da Saúde de Michel Temer (MDB) e egresso do serviço público do Mato Grosso do Sul. Ele terá a missão de gerir um sistema que foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no âmbito da Câmara Legislativa do DF (CLDF) e esteve em rota de colisão com as principais entidades sindicais da área, o SindSaúde e o SindMédico, durante todo o mandato de Rodrigo Rollemberg (PSB).

Questões delicadas, como a transformação do Hospital de Base do DF em Instituto, acirraram os ânimos com sindicatos e o próprio quadro de servidores. Agora, cabe ao futuro titular da pasta e ao governador eleito Ibaneis (MDB) decidirem o que fazer a respeito. Durante a campanha, a promessa foi de extinguir o modelo, mas o novo chefe do Executivo já admitiu repensar a proposta caso possa garantir transparência nos processos de aquisição de materiais.

Um passado a três
Durante o governo em exercício, marcado para acabar em 31 de dezembro, três nomes estiveram à frente da Saúde. Quatro, se Ivan Castelli, que desistiu da indicação ainda durante a transição, a três dias de Rollemberg tomar posse, for contabilizado. Inicialmente, o proctologista e professor da Universidade de Brasília (UnB), João Batista de Sousa, assumiu, sendo substituído pelo consultor do Senado Fábio Gondim apenas sete meses depois.

Sete meses também foi o período que Gondim durou no cargo. Ele era o chefe da pasta durante as acusações do SindSaúde de haver um esquema de propina no órgão, o que motivou a criação da CPI na Câmara, e, em março de 2016, teve seu pedido de demissão aceito. Humberto Lucena, advogado e médico familiar, tomou o posto e permanece nele até hoje.

A escolha de Ibaneis para a Saúde foi a que mais gerou suspense dentre as nomeações de Ibaneis até o momento. Ele percorreu ministérios, a Câmara dos Deputados e as casas de aliados políticos como Jofran Frejat (PR) e Dr. Gutemberg (PR), também presidente do SindMédico, antes de tomar a decisão.

Apesar disso, a confirmação de Okumoto teve mais influência dos amigos na esfera federal do que de seus consultores locais. Uma de suas primeiras missões será a de puxar a calculadora e fazer as contas para pagar gratificações e outros tipos de remuneração atrasados de servidores do quadro.

Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

Saiba Mais

» Osnei Okumoto vai encabeçar uma pasta com cerca de 36 mil servidores.
» Farmacêutico bioquímico, Okumoto exerce desde abril deste ano o cargo de secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
» É funcionário de carreira da Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul, mesmo estado do futuro ministro da Saúde, Luiz Mandetta, de quem é próximo.
» O orçamento à disposição é de pelo menos R$ 3,3 bilhões, conforme o previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) aprovado no CLDF.
» A princípio, a Saúde poderia ser dividida em duas pastas, mas conversas com aliados demoveram Ibaneis da ideia.
» Em Mato Grosso do Sul, ele já foi presidente do Conselho Regional de Farmácia.

Ponto crítico

Neste mês, o Jornal de Brasília mostrou, em matéria especial, que os desafios para a nova gestão da Saúde na capital são múltiplos e delicados para melhorar a assistência. À primeira vista, é como um tiro no escuro. Atualmente gerida por Humberto Fonseca, a Secretaria de Saúde desconhece, por exemplo, o déficit de servidores e a quantidade de pessoas que estão nas filas aguardando cirurgias em Brasília. Especialistas elencam ainda outros problemas, como a falta de medicamentos, leitos fechados e a própria demora no atendimento. Além disso, será preciso enfrentar a polêmica do modelo de gestão dos hospitais, que esbarra na polêmica terceirização.

 

 

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