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Brasília

Homem encontrado morto em motel do DF será enterrado hoje

Arquivo Geral

15/05/2018 13h44

Reprodução

Raphaella Sconetto
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Familiares e amigos prestam as últimas homenagens a Rubens Bonfim Leal, de 35 anos, que foi encontrado morto na suíte de um motel do Núcleo Bandeirante. O corpo do revisor de texto de um jornal do DF está sendo velado no Cemitério Campo da Esperança, da Asa Sul. O sepultamento será às 15h.

Em um velório intimista, a família pouco quis falar. João Victor Alcântara, de 16 anos, foi o primeiro a saber que o tio havia falecido. “Moramos na casa da minha avó. Então quando os policiais foram lá em casa dar a notícia, eu quem abri o portão. Foi um choque. Eu não sabia o que fazer”, lamenta. “Ele era uma pessoa alegre, feliz. Todas as noites ele ia no meu quarto perguntar se eu estava bem, se queria comer algo”, completa.

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O sobrinho diz que não consegue demonstrar o sentimento, mas apesar da pouca idade garante que a ausência do tio será sentida. Em homenagem, ele e outros três primos farão uma tatuagem dos Teletubbies. “Foi um dia que a gente ia sair. Estava passando pelo Park Way e ele disse que a gente já estava chegando na montanha dos Teletubbies. Para gente a parecia muito. Foi um dia engraçado e sempre vou lembrar”, conta.

Renata Chavier, 33 anos, era amiga de Rubens há mais de sete anos. Eles se conheceram em uma empresa, mas mesmo seguindo caminhos diferentes, os dois continuaram amigos. “Era uma pessoa maravilhosa. Ele tinha o dom da alegria”, resume. “Desde domingo quando recebemos a notícia é só dor. A mãe está em choque, mas está forte pela situação. O pai tem câncer, está devastado”, acrescenta.

Para a amiga, o que fica é a saudade e o sentimento de justiça. “Eu entendo que todos vamos morrer um dia. Só que ninguém tem o direito de pegar a foice e sair matando. É constitucional, é crime. Quem fez isso? Por que fez isso? Não consigo entender, tirar a vida de alguém é tão sério. Todo mundo sempre diz quando alguém morre queda pessoa era querida, mas ele era muito. Era feliz, alegre. Vai fazer falta nesse mundo”, afirma Renata.

Crime ainda é investigado

O delegado da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante) Robson Cândido, responsável pelo caso, não quis comentar sobre as apurações. Em nota, a Divisão de Comunicação da Polícia Civil afirmou apenas que “as investigações prosseguem” e que não há novidades.

Conforme o Jornal de Brasília mostrou ontem, Rubens deu entrada no Paradise Vegas Motel às 7h45, acompanhado de um rapaz após terem saído de uma boate. A reserva do quarto era de oito horas. Ainda pela manhã, o companheiro tentou deixar o estabelecimento sozinho com o carro do revisor, mas foi impedido pois a conta não teria sido paga.

Isso não deteve: o acompanhante da vítima teria pulado o muro para fugir, rumo à Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB). Só após o término da reserva, por volta das 16h, Rubens foi encontrado amordaçado na entrada do banheiro da suíte. Ele tinha ferimentos de arma branca na cabeça e no pescoço, e as mãos e as pernas amarradas com lençóis.

Percepção tardia

A Polícia Civil foi informada do caso quase oito horas após o momento provável do crime. No local, o Corpo de Bombeiros constatou a morte. A vítima não portava documentos e a identificação foi possível graças à placa do veículo. A ocorrência foi registrada como homicídio na 21ª Delegacia, em Taguatinga, unidade de central de flagrantes. A investigação, porém, fica por conta da 11ª DP, no Núcleo Bandeirante.

A família ainda está abalada com a notícia do crime, mas se diz empenhada e confiante com as apurações. Irmão da vítima, João Bonfim Neto, 36, contou ontem ao Jornal de Brasília que passou o dia junto da polícia atrás de mais informações. “Não posso passar nada porque pode atrapalhar as investigações”, disse. Ele questiona a demora do estabelecimento em identificar o problema, após o suspeito ter tentado sair sozinho com o carro. Rubens Bonfim Leal era funcionário do jornal Correio Braziliense.

(Com informações de Jéssica Antunes)

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