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Brasília

Grupo suspeito de roubar mercadorias e revendê-las é preso nesta quinta (3)

Operação Carga Pesada visa desarticular a organização, que utilizava empresas de fachada para “esquentar” os produtos. Grupo movimentou R$ 169 milhões

Willian Matos

03/10/2019 8h25

Willian Matos
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Sete pessoas que integravam um grupo suspeito de furto, roubo e receptação de carga roubada foram presas pela Polícia Civil do DF (PCDF) nesta quinta-feira (3). Por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), a operação denominada de Carga Pesada cumpriu os mandados de prisão expedidos pela Justiça.

Segundo investigações, oito pessoas com idades entre 25 e 59 anos fazem parte do grupo — portanto, um deles ainda está foragido. Eles são suspeitos de revender as mercadorias do gênero alimentício em comércios espalhados por todo o Distrito Federal, produtos estes que eram provenientes de roubo e furto.

As prisões aconteceram no DF e em Águas Lindas de Goiás-GO. O líder, Eduardo Fidelis, de 42 anos, foi preso em Águas Claras. Segundo a PCDF, ele levava rotina de alguém da classe média alta. Durante as buscas, a polícia encontrou algumas porções de droga.

Conforme explica o coordenador da Corpatri, André Luis Leite, a organização criminosa era investigada em 2018 — alguns membros chegaram a ser presos. No entanto, eles conseguiram liberdade e voltaram a cometer crimes, tornando-se especialistas em furto, roubo e receptação de carga, segundo o delegado. Ao que as investigações indicam, o grupo era hierarquizado e havia divisão de tarefas entre eles. Abaixo, o momento em que um deles chega à delegacia:

Uma carga de óleo roubada ajudou a polícia a linkar as ocorrências de 2018 com as atuais. “A gente descobriu uma carga de óleo que eles haviam roubado no estado de Goiás e estava ocultada em Taguatinga. A partir daí descobrimos que se tratava da mesma organização criminosa”, explicou André Luís Leite.

André Luís Leite, coordenador da Corpatri. Foto: Divulgação/PCDF

Em seguida, os agentes descobriram as empresas ‘fantasmas’ reabertas pelo grupo. “A investigação avançou quando os investigadores conseguiram identificar diversas empresas de ‘fachada’ que a organização criminosa utilizava para ‘esquentar’ as mercadorias produto de crime. Neste contexto, os criminosos roubavam diversas mercadorias de gêneros alimentícios e emitiam notas fiscais falsas com finalidade de dar aparência de legalidade às cargas subtraídas”, prossegue o delegado.

Estas empresas eram sediadas em São Paulo, Alagoas, Paraíba e no Espírito Santo. Pelo menos 10 companhias foram abertas. “A Receita no DF só consegue rastrear se a mercadoria entrar ou sair do DF. Como eles faziam para outros estados, não conseguia rastrear. Quando contatamos a Receita de São Paulo, vimos que a empresa não existia”, explicou o delegado.

“O agir de Deus é lindo”, diz um adesivo colado em um dos caminhões utilizado pelo grupo. Foto: Divulgação/PCDF

Uma destas empresas de fachada, segundo informações da Secretaria da Receita do Estado de São Paulo, teria emitido um total de 1.198 documentos válidos somente entre janeiro e julho deste ano, sendo o volume total de operações de saída de aproximadamente R$ 61 milhões. Nesse mesmo período, a falsa empresa recebeu um total de 506 documentos válidos, sendo o volume total de operações de entrada de quase R$ 17 milhões.

“Após a Secretaria da Receita do Estado de São Paulo ter elaborado uma notificação e constatado que essa empresa na realidade não existia no endereço fornecido em seu cadastro — conforme investigado pela PCDF”, conclui o coordenador.

As investigações concluíram que tratava-se de uma organização de fachada criada para emissão de notas fiscais frias. Segundo a PCDF, esta em específico teve as atividades suspensas.

 

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