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Brasília

Organização criminosa conseguiu R$3,7 mil em app ao usar nome do governador

Estelionatário de Goiânia que forjou conta do governador para aplicar o “golpe do Whatsapp” recebeu R$3.700,00 em transferência única

Redação Jornal de Brasília

05/01/2021 15h30

Cezar Camilo
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A investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu que o estelionatário que forjou os dados do governador Ibaneis Rocha (MDB) para dar o “golpe do WhatsApp” chegou a entrar em contato com parentes do chefe do executivo – em uma única transferência, cerca de R$3.700,00 foram passados ao criminoso. Ele reside em Goiânia e tem 28 anos. Aplicava o golpe com mais dois investigados, um deles foi interceptado pela corporação e segue preso na capital goiana.

Durante a coletiva de imprensa no Departamento de Polícia Especializada (PDE), nesta terça-feira (5), o delegado Giancarlo Zuliani, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), informou que o valor dos pedidos variava de mil até dois mil reais para não chamar muito a atenção. “Só ontem [4] esse rapaz tinha recebido mais 7 mil reais em transferências, atacavam várias pessoas ao mesmo tempo”, disse o delegado Giancarlo Zuliani.

Ele atuava com mais dois suspeitos. O grupo agia de forma coordenada e por isso se fala em organização criminosa: “Uma verdadeira divisão de tarefas”, segundo o delegado. A expectativa dos policiais é de encontrar outros envolvidos no esquema, possíveis contatos prisionais. O que foi detido na segunda-feira (4) é vigilante da segurança privada, não tinha passagem. O segundo, praticamente vizinho dele, não chegou a ser preso. O terceiro já tem “uns 40 anos de condenação” no sistema prisional de Goiás.

“Eles fazem as contas com o próprio nome. Dois recrutavam novas pessoas e faziam a pesquisa de dados pessoais das vítimas. O terceiro, já com passagem, tem uma posição superior no esquema”, disse o delegado. “Se eles identificarem a oportunidade, vão cometer o crime. Independente da autoridade”.

Esses “recrutadores” ficam responsáveis pela abertura de contas bancárias e o saque imediato do valor repassado. A seleção de contas aptas para a prática do crime depende de pessoas aptas a fornecer a própria agência para as transações dos estelionatários. “Várias contas são necessárias. O recrutador não deixa as pessoas sozinhas. Ele vai ao banco imediatamente sacar o dinheiro e leva até o chefe desta organização”, disse Zuliani.

Os golpistas são criativos na hora da abordagem. Narrativas fantasiosas levam o contato da vítima a ceder no pedido de ajuda. Os remetentes apresentam urgências repentinas em situações inusitadas. Possivelmente, logo após a troca de um número de telefone. “Você tem que confirmar a veracidade por ligação ou qualquer outra maneira”, aconselhou o delegado durante a coletiva.

Vítimas de outros estados também foram alvo do grupo de estelionatários de Goiânia. Quando o dinheiro cai na conta, eles agem de maneira bem rápida. “Em uma hora, eles esvaziam o caixa”, disse o porta-voz da DRCC. O crime segue em investigação cooperada entre o DF e a capital vizinha.

Ataque

As informações, como o nome do pai, mãe e outros parentes, são captadas pela internet. Foi o caso do governador: A partir de sites criados com a intenção lícita de dar maior segurança para compradores online, os criminosos criam uma agenda de contatos para pedir dinheiro em nome das vítimas. “Não são sites de e-commerce. São sites em que você paga para ter direito a este tipo de pesquisa. Hoje em dia, é muito fácil ter seus dados enviados para estas ferramentas”, disse o delegado.

A pessoa seleciona uma vítima, uma pessoa com maior exposição social, descobre o telefone dela e identifica qual a imagem utilizada no perfil. Depois, criam uma conta no aplicativo com o mesmo DDD do número relacionado. A primeira etapa é mandar uma mensagem dizendo para anotar…

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