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Brasília

Em Brasília, preocupação com febre amarela leva ecoturistas a procurar vacinação

Arquivo Geral

20/01/2008 0h00

Para um grupo de nove turistas, story o banho de cachoeira começou com a seguinte pergunta: “Vocês estão todos vacinados contra febre amarela?”.

O questionamento foi feito por Eder Costa Ferreira, um dos funcionários da fazenda que promove o passeio de ecoturismo, a 50 quilômetros do centro de Brasília. A resposta dos turistas foi positiva. Mas nenhum deles foi obrigado a comprovar a imunização no local.

O administrador de empresas Roberto Duvale disse que tomou a vacina há 15 dias para poder desfrutar das cachoeiras. “Eu fui vacinado justamente para vir aqui”, contou à Agência Brasil.

O Ministério da Saúde informa que a vacina deve ser tomada com dez dias de antecedência por aqueles que pretendem visitar área rural ou mata e não foram imunizados depois de 1999.

O fotógrafo de publicidade Rodrigo Carletti disse que não teme contrair a doença. “A vacina é eficaz. A gente tem que confiar e não troco por nada [ecoturismo]. Morre muito mais gente nas estradas do que de febre amarela”, disse, após praticar arvorismo (travessias montadas entre as copas das árvores). Ele está imunizado desde 2000.

“Vacinem-se, esperem dez dias e curtam bastante”, recomendou a funcionária da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Francielli Melo, vacinada desde 2002 e freqüentadora assídua das cachoeiras da região.

Desde o surgimento de casos de febre amarela, o guia de ecoturismo Cláudio Freitas disse que intensificou a fiscalização para saber se os turistas estão vacinados.

“A gente está sempre pedindo o cartão de vacina e até mesmo perguntando se foram vacinadas num prazo de dez dias ou menos de dez anos [validade da vacina]. É um dos fatores no momento em que se está negociando o passeio”, explicou. Até o momento, o guia afirmou não ter cancelado nenhum passeio por causa da falta de vacinação.

Apesar de o início do ano não ser considerado a alta temporada de ecoturismo em Brasília e cidades próximas no estado de Goiás, Freitas disse que as mortes por causa da febre amarela afugentaram parte dos turistas. Segundo ele, a procura pelos passeios realizados por sua empresa caiu cerca de 30% em janeiro deste ano em comparação ao mesmo período de 2007.

“As pessoas ficam com medo desnecessário. Para quem realmente foi imunizado, a vacina é eficaz. As pessoas deixam de vir por um medo que não corresponde à realidade”, ponderou o guia, que está no ramo há cinco anos.

A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde confirmou ontem (19) oito mortes por febre amarela no país.

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