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Brasília

Duas pessoas são detidas em manifestação em frente a Embaixada da Venezuela

Cerca de 100 manifestantes pró-Maduro se reúnem do lado de fora após sede ser invadida na madrugada desta quarta (13). Bolsonaro se reuniu com chanceler

Willian Matos

13/11/2019 12h18

Vítor Mendonça e Willian Matos
[email protected]

Após a Embaixada da Venezuela ter sido invadida na madrugada desta quarta-feira (13), o tumulto no local continua. Do lado de fora, cerca de 100 pessoas protestam contra a invasão.

Por volta de 11h30, duas pessoas foram detidas pela Polícia Militar (PMDF). Uma é apoiadora de Juan Guaidó, outra de Nicolás Maduro, políticos venezuelanos que protagonizam briga pela presidência do país. A apreensão ocorreu após alguns manifestantes pró-Maduro tentarem expulsar pessoas contrárias a eles, dando início a uma troca de tapas.

Os manifestantes entoam gritos de “Fascistas não passarão”, “Maduro não está só” e “Juan Guaidó miliciano, Bolsonaro miliciano”. Por volta de 11h15, eles fizeram um cordão humano em frente ao portão da embaixada.

No momento em que os invasores adentraram a embaixada, na madrugada desta terça (13), eles tomaram conta de uma parte onde estavam alojadas várias pessoas — dentre elas crianças e mulheres. Segundo informações, os suspeitos agiram com violência, utilizando de socos, empurrões e truculência.

Manifestantes reclamam de violência empregada pelos invasores. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Um representante do Itamaraty, Maurício Correa, que está no local, considerou que o território pode, sim, ser adentrado pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Havia a dúvida quanto a permissão, uma vez que o local, teoricamente, é território internacional. O batalhão Rio Branco, unidade da corporação destinada a proteger representações diplomáticas, atua na operação.

Presidente debate

Após amanhecerem com a notícia da invasão, o ministro das Relações Exteriores (Itamaraty), Ernesto Araújo e o presidente Jair Bolsonaro se reuniram para tratar da ocupação. A prioridade da pasta é assegurar a integridade física das pessoas que estão dentro da embaixada.

Políticos e movimentos sociais

Partidos políticos, movimentos sociais e estudantis compareceram à embaixada. Representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), da União da Juventude Comunista (UJC) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) se juntaram aos manifestantes e, juntos, repudiam a invasão ocorrida nesta manhã.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) também se juntou às mais de 100 pessoas. “Nós temos, no Palácio do Planalto, um bando de milicianos que acham que podem calar aqueles que divergem”, declarou a parlamentar. “Este [o território da embaixada] é território da Venezuela, de um povo que segurou no muque a tentativa de ser deturpada o povo e a democracia do Poder. Por isso nós estamos aqui para criar um cordão democrático e dizer que, se este governo fosse sério, não teria se permitido que nós tivéssemos a invasão da embaixada venezuelana aqui no Brasil.”

Outro parlamentar que esteve presente foi o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS). Revoltado com a postura das autoridades brasileiras, ele criticou o fato de o governo federal não tomar providências contra os invasores. “Por volta de 8h, chegou aqui o representante do Itamaraty. A postura deste indivíduo não ajuda em nada, pelo contrário, ele faz questão de repetir que o governo Bolsonaro […] só responde a Guaidó ou à autoproclamada embaixadora, e que, portanto, não determinará nenhuma ação por parte das autoridades para resolver a invasão”, lamentou Pimenta.

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