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Brasília

Serial Killer: convivendo com o inimigo

Possível nova vítima era amiga da filha de Marinésio e tinha apenas 15 anos

Marcus Eduardo Pereira

30/08/2019 6h00

Lucas Neiva e Vítor Mendonça
[email protected]

Quatro dias após a prisão de Marinésio dos Santos Olinto pelo assassinato de Letícia Sousa Curado, foi informado à polícia outro possível caso que pode ter relação com o perfil das vítimas do cozinheiro, caracterizado como maníaco sexual. Rosalvo Itolar Viegas, 78 anos, ex-padrasto, e a mãe da provável vítima prestaram depoimento na tarde de ontem, na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina). Um dia após completar 15 anos de vida – no dia 17 de maio de 2018 -, Caroline Macedo Santos desapareceu e, depois de três dias de busca, foi encontrada morta às margens do Lago Paranoá por pescadores da região.

A adolescente também era uma das amigas da filha de Marinésio. Ela e a mãe moravam a aproximadamente 800 metros de onde a família do maníaco residia, no Vale do Amanhecer, em Planaltina.

O laudo registrado no ano passado, no entanto, indica que a adolescente cometeu suicídio ao pular da Ponte JK. Policial aposentado, Rosalvo desconfiou e, após a divulgação dos últimos casos do assassino, tem tentado retomar as investigações.

Foto: Vitor Mendonça

“Ela não tinha um arranhão ou lesão. Uma pessoa que se joga da ponte deveria ter pelo menos alguma marca no corpo, alguma escoriação”, afirma. “Não me conformei. Não tinha água no pulmão ou no estômago. Esses detalhes nos deixaram em dúvida.”

Dinâmica similar

De acordo com ele, relatos de amigas que teriam encontrado com Caroline pela última vez podem indicar uma ação similar do assassino, com a mesma dinâmica de ação realizada com as outras vítimas confessas por ele.

O depoimento delas ainda é muito confuso, mas acontece que ela disse que encontraria uma pessoa lá na Ponte JK, mas, ao invés disso, foi para Planaltina. A menina que levou ela pra lá disse que ela pegou uma condução, que pode ter sido um transporte pirata“, relata o ex-padrasto.
Jovem fica aliviada

Polícia também não descarta que seja Marinésio o autor de estupro contra adolescente de 17 anos, divulgado na terça-feira (27) pelo Jornal de Brasília. A possibilidade de autoria do crime contra a menor pelo assassino levantava dúvidas pelo fato de o carro utilizado pelo autor do crime ser um Chevrolet Prisma de cor vermelha. No entanto, há outro relato na 6ª Delegacia de Polícia com o mesmo modus operandi e veículo de mesma coloração.

Depois da prisão de Marinésio, a mãe da estudante contou ao JBr. que, pela primeira vez em muito tempo, a jovem não precisou de calmantes para pegar no sono. “Impressionante como ela está melhor depois que fez a denúncia. Fizeram até uma festa para ela na psiquiatria em comemoração à nova fase.”

A adolescente confirma:

“É uma nova vida. Agora choro só se for de alegria”.

Na terça-feira, a adolescente K. C. R. S. relatou um novo caso, acontecido no Itapoã. No dia 1° de abril de 2019, o homem a teria abordado em um ponto de ônibus em frente à regional de ensino da região administrativa, onde trabalhava na época.

Era 14h e ela acabara de descer na parada para chegar ao serviço. No local isolado, o veículo vermelho teria se aproximo e o motorista oferecido carona.
Não, obrigada, eu trabalho logo ali“, respondeu ela. O homem então teria descido com uma faca na mão e forçado a estudante do 3° ano do Ensino Médio a entrar no carro.

Rendida, a jovem entrou no veículo e os dois seguiram para uma região de pinheiros entre Itapoã e Paranoá. Ali, ela relata que o homem a violentou sexualmente e, após o estupro, a agarrou pelo pescoço, a jogou ao chão e desferiu nela socos e chutes.

Ele me chamou de lixo e me deixou largada ali, realmente como se eu não fosse nada“, conta a jovem – que, depois, voltou à parada de ônibus e foi para casa.

“Eu estava chorando muito e não contei pra ninguém no ônibus nem em casa. Disse que estava chorando por um irmão que tinha morrido.”

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