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Brasília

Chuva será raridade até setembro e racionamento pode ser mais rigoroso

Arquivo Geral

08/05/2017 6h00

Atualizada 07/05/2017 21h54

Sandro Araújo/Jornal de Brasília/Cedoc

Manuela Rolim
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Maio marca o início da seca no DF. Junto com a estiagem, uma série de consequências preocupa especialistas, diante da crise hídrica enfrentada pelos brasilienses. O impacto desse período promete ser tão significativo que já existe a expectativa de que o Governo de Brasília anuncie o segundo dia de racionamento, apesar de a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) negar qualquer mudança.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a partir de agora, as chuvas serão cada vez mais raras. “Não descartamos pequenos chuviscos em áreas isoladas, mas apostamos na futura escassez de água em grande quantidade. Ontem (sábado) mesmo, choveu no Sudoeste e no Plano Piloto, mas nada expressivo. Em junho, a incidência é ainda mais excepcional”, alerta a meteorologista Maria das Dores de Azevedo.

De acordo com ela, a média de chuva em maio é de 38,6 milímetros. No mês seguinte, o numero cai para 8,7 milímetros. “Agora, a seca começa castigar com picos de baixíssima umidade, apesar de que não registramos nada até o momento”, acrescenta. Somente na segunda quinzena de setembro que o Inmet volta a observar o período chuvoso no DF.

Segundo a meteorologista, a previsão para esta semana é de céu claro com poucas nuvens e possibilidade de chuva em pontos isolados. Hoje, a temperatura máxima pode chegar a 30 ºC e a mínima, 15º. Já a umidade relativa do ar vai variar entre 85% e 40%. Amanhã, o Inmet prevê a mesma temperatura mínima e máxima de 29 ºC, com a umidade entre 90% e 40%.

A chegada da seca impacta os índices dos reservatórios. Ontem, o volume útil do Descoberto marcou 55,87%, percentual menor do que o registrado no dia anterior (56,14%). Em Santa Maria, o volume útil também caiu de 53,71% para 53,61% de sábado para domingo.

Não por acaso, surgiram especulações em torno do aumento no número de dias de racionamento. No entanto, procurada pelo Jornal de Brasília, a Caesb informa que “continuará com as medidas adotadas e que nenhuma mudança ainda foi decidida”. A companhia destaca que divulgará com antecedência qualquer alteração.

Sem água antes do fim do ano

A intensificação do racionamento é defendida pelo professor da Universidade Brasília (UnB) e especialista no assunto Henrique Leite Chaves. “Com as medidas atuais é possível que não tenhamos água até o fim do ano. Estamos diante de incertezas climáticas. Choveu 30% abaixo da média em relação ao ano anterior”, alerta.

Morador de Santa Maria, o motorista Jair Pereira, 49 anos, está preocupado com a chegada da estiagem. Para ele, a população paga pela ineficiência do governo. “Gasto todo mês R$ 93 com água. Esse valor é o mesmo antes e depois do racionamento. Isso não faz sentido. Tem alguém se beneficiando por trás disso”, desconfia.

O motorista não apoia o aumento da contingência, caso aconteça. “Isso não resolve o problema. O GDF deveria investir em uma solução concreta e definitiva, sem prejudicar o povo”, completa. Jair mora com a esposa, os três filhos e dois netos. “Conseguimos reservar 300 l de água, mas é insuficiente. Toda semana, temos que ir para a casa da minha sogra. É um transtorno”.

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