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Brasília

Caso Naja: MPDFT denuncia Pedro, mãe, padrasto e amigo por criação e venda ilegal de serpentes

Individualmente, Pedro Henrique responde ainda por exercício ilegal da medicina veterinária

Redação Jornal de Brasília

04/09/2020 15h16

Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) denunciou, nesta sexta-feira (4), Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, Rose Meire dos Santos Lehmkuhl, Clóvis Eduardo Condi e Gabriel Ribeiro de Moura. Pedro, a mãe, o padrasto e o amigo responderão criminalmente pelo envolvimento na criação e venda ilegal de serpentes no Distrito Federal. A Justiça aceitou, na quinta-feira (3), a denúncia ajuizada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema).

Eles são réus por:

  • associação criminosa
  • venda e criação de animais sem licença
  • maus-tratos contra animais

Rose Meire, Clóvis e Gabriel também responderão por fraude processual e corrupção de menores. Individualmente, Pedro Henrique responde ainda por exercício ilegal da medicina veterinária e Rose Meire, pelo crime de dificultar ação fiscalizadora do poder público em questões ambientais.

Veja a denúncia do MPDFT: 


Veja a decisão do TJDFT: 

Entenda

As investigações mostraram que Pedro Henrique adquiria, criava em cativeiro e vendia serpentes de diversas espécies, tanto nativas quanto exóticas. Os animais eram comprados de forma ilegal em São Paulo e na Bahia e mantidos no apartamento da família, no Guará, em condições inadequadas. Ficavam confinados em embalagens plásticas reduzidas por longos períodos e alguns apresentavam lesões e deficiência nutricional.

Rose Meire e Clóvis eram coniventes com os crimes e participavam ativamente da criação das serpentes e do cuidado com os ovos. Gabriel foi o responsável por se desfazer dos animais quando surgiram suspeitas sobre o criatório ilegal. Ele recebeu de Clóvis a garantia de que não seria punido por soltar a cobra que havia picado Gabriel e que o animal seria recolhido pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental.

Outras providências

Além de denunciar os envolvidos à 1ª Vara Criminal do Gama, a Prodema também requereu o envio do inquérito aos órgãos responsáveis por apurar outras irregularidades. São eles a Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (para que as informações obtidas possam ser usadas em outras investigações); o Conselho Regional de Medicina Veterinária (pelo envolvimento de profissionais da área); o Ibama (para a eventual realização de auditoria ambiental no centro acadêmico da Uniceplac); e o Ministério da Educação (pelas irregularidades que envolvem a Uniceplac).

A Prodema também requereu ao Comando da Polícia Militar do Distrito Federal que adote as medidas cabíveis em relação às possíveis faltas administrativas cometidas por Clóvis, que é tenente-coronel. Além disso, requereu o envio do inquérito à Auditoria Militar do Distrito Federal para que sejam apuradas as condutas do então major Joaquim Elias Costa Paulino.

Com informações do MPDFT

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