Menu
Brasília

Alerta para a chegada do PCC no DF

Segundo especialista, o aumento da violência urbana é uma das marcas da atuação da facção

Catarina Lima

11/03/2020 6h36

Foto: Banco de imagem

O professor de direito penal do Centro Universitário de Brasília (Uniceub) — e especialista em violência — Tedney Silva aponta que a grande desigualdade social existente no DF, a crescente falta de solidariedade nas relações sociais e, possivelmente, a chegada na cidade de células do Primeiro Comando da Capital (PCC) são as principais causas da crescente violência na cidade.

“Marcola está em Brasília. Isso faz com que o PCC venha para cá e busque a territorialização — que é cometer crimes em sequência para marcar o seu espaço”, explicou.

Tedney alerta que ainda não existem provas de que o grupo criminoso esteja instalado em Brasília; no entanto, o aumento da violência é uma das marcas da atuação do PCC nos lugares em que está presente.

Nos dez primeiros dias de março já foram cinco assassinatos no Distrito Federal — sendo que em quatro foram usadas facas.

No primeiro bimestre, foram 72 homicídios registrados pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, além de 159 tentativas de homicídio.  Foram registrados também 4.526 roubos a pedestres, 95 estupros e 548 crimes de furto.

O uso de arma branca — faca — tem sido o elo entre os crimes ocorridos nesses primeiros dias de março no DF.  “A faca é mais fácil de se conseguir. Mesmo com a flexibilização na legislação para a aquisição de armas, ainda não é fácil comprar as de fogo, e são caras”, avaliou Tedney, sobre a predominância dessa arma branca nos assassinatos dos últimos dias. O especialista acredita que a similaridade dos crimes facilita a elucidação por parte da polícia.

Apesar de um início de março violento no DF, a Secretaria de Segurança Pública argumenta que houve no DF cinco ou mais homicídios em 22 fins de semana de 2018. Em 2019, também foram contabilizados cinco ou mais homicídios em 18 fins de semana.

Desigualdade

Para Tedney Silva, a desigualdade é de fato uma das principais causas para a violência no DF.
Ao mesmo tempo em que abriga a região político-administrativa e áreas nobres como os lagos Sul e Norte, as superquadras e o Sudoeste, por exemplo — onde a renda per capita por mês pode chegar a R$ 15 mil —, existem localidades como Fercal, Itapoã, Recanto das Emas, Estrutural e Varjão, em que a renda domiciliar por mês é de cerca de R$ 2.465.

A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria do secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, mas não obteve resposta.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado