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Brasília

A corrida eleitoral em Pirenópolis

Candidato à prefeitura pelo PSB lidera pesquisas no município

Olavo David Neto

15/10/2020 6h56

Os 25 mil habitantes de Pirenópolis terão a possibilidade de reeleger o atual prefeito, João Batista Cabral (DEM), ou mudar a administração da cidade, um dos principais rincões turísticos do Centro-Oeste. Adiada por conta dos efeitos do novo coronavírus pelo país, a eleição está marcada para 15 de novembro. Em Pirenópolis, pelas regras do jogo eleitoral, não há segundo turno – instituição válida apenas em municípios com população superior a 50 mil pessoas.

Nas pesquisas informais, realizadas por portais noticiosos do município goiano, quem lidera a disputa é o advogado, jornalista e especialista em medicina chinesa Ennio Bastos (PSB). Atento às questões mais urgentes para o núcleo urbano, ele se põe como a solução para a “corrupção generalizada” que “tomou conta de Pirenópolis”. Autointitulado como centro-esquerda, rechaça a herança “maldita” do Partido dos Trabalhadores (PT) – do qual foi fundador no estado – ao mesmo tempo em que se afirma como socialista, “mas no sentido europeu, não bolivariano como Venezuela e Cuba”.

Para ele, a principal função de um político do espectro com o poder da caneta é inserir a população mais carente no orçamento público, longe da expropriação de terras. “Eu não sou contra a propriedade privada, por exemplo, mas desde que não extrapole. Não dá para compactuar é com latifúndio”, afirma Bastos. Aos 60 anos, mostra disposição para encarar o Executivo municipal. “Estou botando a cara a tapa, não vou ficar só reclamando na mesa do boteco”, aponta o pessebista. “Saí da minha zona de conforto para fazer de Pirenópolis uma cidade melhor”, crava.

Dentre as propostas, destacam-se a criação de uma Guarda Municipal Ambiental na cidade, além da proibição de circulação para carros de fora do município no centro histórico aos fins de semana. “Dá para fazer. Em cidades históricas europeias há uma espécie de barreira eletrônica. É preciso um prefeito cosmopolita, com bagagem pelo mundo, como eu, para trazer esses investimentos”, declara Bastos. Segundo ele, há espaço no cofre para as medidas, basta “fazer uma limpa, arrumar a casa”.

Pela continuidade

A gestão da pandemia do novo coronavírus em Pirenópolis é um dos trunfos para a corrida à reeleição do prefeito João Batista Cabral, ou apenas João do Léo. Até o fechamento desta reportagem, foram 56 infecções registradas na cidade, com oito óbitos. Apesar disso, as contaminações quase dobraram em outubro, segundo a Salvando Todos, plataforma de monitoramento da pandemia criada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Até o sétimo dia deste mês, eram 39 casos; na virada para o dia 8, as instituições de saúde registraram 17 casos.

Ainda que 7% dos infectados tenham morrido numa cidade que, segundo a Secretaria de Saúde, possui apenas oito respiradores disponíveis, o controle das infecções permitiu que Pirenópolis pudesse receber turistas com a reabertura de alguns parques ecológicos, como o da Cachoeira do Abade, na periferia do município. O Jornal de Brasília estabeleceu contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, que prometeu estabelecer contato entre o gestor e a reportagem, mas não houve retorno.

Pandemia é politizada

Alexandre Pompeu de Pina (PT), eleito como suplente de vereador no pleito de 2016 pelo Partido Social Democrático (PSD), filiou-se à sigla nesse ínterim e concorre à prefeitura pela legenda. Para ele, a gestão do novo coronavírus em Pirenópolis foi inerte. “Não houve iniciativa para compras de respiradores, testes rápidos ou qualquer outro insumo”, aponta o petista. “Faltou diálogo com comerciantes, a Prefeitura não assumiu seu papel, apenas fechou a cidade de acordo com as decisões do governo estadual”, critica.

Em sua gestão, garante, a saúde pirenopolina será recuperada “como um todo”. “Nós não temos estrutura de UTI na cidade, e a gente recebe gente da região inteira”, acusa Pina. Além deste ponto, a reestruturação do núcleo urbano e a formalização da principal atividade econômica da cidade serão prioridades, caso vença o pleito. “A cidade precisa ser repensada. O número de turista chega a dobrar a população, as ruas ficam lotadas, não tem estrutura”, preocupa-se. “Precisamos regulamentar o turismo e criar opções para manter os visitantes aqui, e não só nas cachoeiras”, compromete-se o candidato.

Outro concorrente que não respondeu às tentativas do Jornal de Brasília. foi André Pio, que concorre pelo PSDB. O Diretório Estadual da legenda encaminhou um número para contato, mas Pio não atendeu, nem respondeu as mensagens encaminhdas. O ex-prefeito Nivaldo Melo (PP), que governou a cidade por dois mandatos, entre 2008 e 2016, foi condenado em segunda instância pelo Tribunal de Contas da União pois não conseguiu comprovar a realização de eventos artísticos, objeto de convênio firmado com o governo federal. Assim, Melo está inelegível até 2026, fora, portanto, do pleito de 15 de novembro.

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