Por *Tonico Novaes
“A impressão 3D tem o potencial de revolucionar a exploração espacial, permitindo a construção de habitats e estruturas complexas de forma rápida e eficiente”, essa frase, dita por diversos especialistas em astronomia, mostra que o setor espacial tem diversas possibilidades para acelerar a produtividade e diminuir custos por meio de novas tecnologias. A agilidade na confecção de produtos é o principal fator que contribui para ampliação do uso. Na astronomia, especificamente, ela pode exercer um papel fundamental na construção de telescópios, foguetes e habitats na Lua, por exemplo. Além da impressão, outras tecnologias de produção, como o corte à laser, tem ganhado espaço no meio astronômico.
Os meios de criação de bases na Lua estão sendo revolucionados pela impressão em 3D. A Nasa, recentemente, contratou a empresa ICON para desenvolver tecnologias de impressão 3D capazes de construir estruturas habitáveis na lua. Segundo a agência espacial americana, o uso de impressora 3D na fabricação de peças e componentes para espaçonaves pode reduzir os custos em até 50%, em comparação com métodos de fabricação convencionais. O uso para a elaboração de habitats vem como uma aposta tecnológica capaz de mudar a percepção sobre a vivência fora da Terra.
A empresa Made In Space desenvolveu uma tecnologia de reciclagem de plástico a bordo da Estação Espacial Internacional, que transforma resíduos plásticos em filamentos utilizáveis para impressão 3D. Isso demonstra o potencial da reciclagem de materiais na exploração espacial para reduzir a dependência de suprimentos terrestres. A utilização das tecnologias de produção para aperfeiçoar a experiência no espaço a um custo baixo são os principais ganhos que podem ser apontados ao abordar o assunto. O tempo de confecção reduzido acelera os processos, diminui a quantidade de resíduos e encurta o intervalo entre confecção e uso. A ferramenta abre portas para novos rumos na astronomia e na exploração do universo.
Minimizar a quantidade de resíduos e reciclar materiais também são benefícios alcançados com a impressão em 3D. É possível abordar o termo sustentabilidade ao analisar efeitos práticos da ferramenta, uma vez que ela contribui para redução de impactos ambientais. A construção de objetos espaciais gera resíduos, que podem ter implicações ecológicas, caso o descarte não seja realizado corretamente. Neste sentido, a tecnologia pode conferir uma subtração considerável no acúmulo de resquícios de materiais. Já a reutilização do metal, por exemplo, na impressão 3D diminuiu a quantidade da matéria-prima no planeta pelo reaproveitamento e consequentemente causa impacto financeiro positivo nos custos.
É possível concluir que a revolução tecnológica possibilita acelerar a modernização dos processos de produção, que impactam diretamente na celeridade das descobertas científicas. Poder contar com aparatos capazes de otimizar as experiências no espaço, é um indicativo de que a ciência tem dado passos rumo ao rompimento de paradigmas. Na vanguarda sobre astronomia, a Campus Party tem debatido cada vez mais sobre astronomia em suas edições e mostrando como a tecnologia vai auxiliar nas demandas espaciais. Quem um dia pensaria que seria possível construir uma base na Lua com impressão em 3D? São esses avanços que evidenciam a importância da tecnologia na formação do conhecimento sobre o mundo.
*Tonico Novaes é CEO da Campus Party Brasil, uma empresa da Gouvea Ecosystem.
