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Brasília

Vídeo: Ciclistas cobram retorno das obras da ciclovia entre Gama e Park Way

Carros e caminhões têm invadido espaço e DER-DF promete aumentar fiscalização. Órgão afirma que ciclovia estará concluída em 45 dias

Afonso Ventania

13/07/2023 21h34

Atualizada 14/07/2023 5h47

O brasiliense tem usado cada vez mais a bicicleta como meio de transporte para evitar congestionamentos. Principalmente para ir ao trabalho ou à escola. Com uma frota de pouco mais de 2 milhões de veículos motorizados no Distrito Federal, a bicicleta é uma alternativa de deslocamento mais barata e sustentável. A bike também é usada por pessoas com o objetivo de manter a saúde em dia e por ciclistas de alto rendimento.

Para atender toda essa demanda, o DF mantém a segunda maior malha cicloviária do país (cerca de 650 quilômetros), perdendo apenas para São Paulo. E o Departamento de Estradas e Rodagem do Distrito Federal (DER/DF) deve entregar outros trechos de ciclovias até o fim do ano. Um deles vai ligar o Gama ao Park Way, com 9,3 quilômetros, e o investimento de R$ 5,2 milhões deve atender pelo menos 70 mil pessoas. Além dos moradores das duas regiões administrativas, ciclistas do Recanto das Emas, de Santa Maria, e dos Conglomerados Urbanos de Brasília (Caub), no núcleo rural do Riacho Fundo II, também serão beneficiados.

Ocorre que a obra começou a ser construída no início do ano e, segundo os ciclistas que moram na região, foi paralisada há quase dois meses sem nenhuma explicação. De acordo com o brigadista do Recanto das Emas Fábio Ferreira, que acompanha o processo atentamente desde o início, “a obra começou bem e parecia que seria concluída rápido. Mas depois que fizeram a terraplanagem e aplicaram o piche, abandonaram a obra”. Fábio acrescenta que desde que o trabalho parou, muitos carros usam a ciclovia inacabada para fugir dos engarrafamentos diários na h nora de pico, no fim da tarde. “Motoristas retiram as barreiras e os carros destroem o que já tinha sido feito. Além disso, colocam em risco a segurança de pedestres e ciclistas que circulam pelo espaço para evitar o acostamento”, lamenta.

O bikerrepórter Afonso Ventania do Jornal de Brasília esteve no local e flagrou um caminhão transitando pela ciclovia (ver vídeo). Além disso, é possível perceber o desgaste do piso. Em alguns trechos já não há mais piche e têm alguns buracos e irregularidades. “A parte mais crítica é próxima ao Viaduto do Piriquito. Alguns motoristas do Riacho Fundo II cortam caminho pela terra e atravessam a ciclovia inacabada para acessar o viaduto”, relata Fábio.

De acordo com o projeto, o material a ser usado na construção do equipamento urbano será concreto asfáltico usinado a quente. Há um pequeno trecho, de quase 1 km, que já foi pavimentado próximo ao viaduto do Catetinho. Algumas máquinas estão estacionadas no local.

“A obra tá muito demorada. As máquinas estão aí, mas estão paradas. Tem outras máquinas perto do viaduto do periquito que estão em pleno funcionamento para concluir obras para os carros. Enquanto isso, os ciclistas correm risco (na pista de rolamento). Não somos prioridade”, diz Adenilson Rodrigues, ciclista e morador do Gama.

Ciclistas ouvidos pela reportagem também destacaram que, após a criação do campus da Universidade de Brasília (UnB) no Gama, um espaço exclusivo para a bicicleta é essencial porque muita gente usa a bicicleta como transporte para economizar. “A ciclovia é uma boa pedida, mas o processo tá meio enrolado. Pararam as obras sem explicação. Contudo, acho que deve ser entregue até o fim deste mês”, diz o bombeiro militar reformado, Paulo Henrique Rodrigues.

Fiscalização e conclusão da obra

O Jornal de Brasília entrou em contato com o DER/DF e, por meio de nota enviada por email, o órgão justificou que “a obra mencionada ficou em ritmo mais lento em razão do período prolongado de chuva”. Sobre a invasão da ciclovia por veículos motorizados, afirmou que “as rodovias distritais são fiscalizadas por videomonitoramento e que reforçará a fiscalização do trecho com viaturas nos horários de maior fluxo”.

O órgão destacou que, de acordo com o artigo 193 do Código de Trânsito Brasileiro, transitar com o veículo em ciclovias, ciclofaixas, acostamentos é uma infração gravíssima. A penalidade é a multa no valor de R$ 880,41.

Sobre a obra, o DER/DF acrescenta que “os trabalhos foram retomados recentemente e a previsão é que sejam concluídos em 45 dias.”

Confira a nota na íntegra:

O artigo 193 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) diz que transitar com o veículo em calçadas, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização, gramados e jardim público é uma infração gravíssima. A penalidade é a multa no valor de R$ 880,41.

Informamos que programaremos um reforço na fiscalização do trecho com viaturas nos horários de maior fluxo.

Informamos ainda que fazemos a fiscalização por patrulhamento com viatura nas rodovias de forma esporádica, já que não é possível manter uma equipe de forma definitiva em uma rodovia específica.

As rodovias distritais também são fiscalizadas por meio de videomonitoramento.

Sobre a obra, os trabalhos foram retomados nos últimos dias e a previsão é que sejam concluídos em 45 dias.

Informamos que a obra mencionada ficou em ritmo mais lento em razão do período prolongado de chuva, mas, como dissemos ontem, os trabalhos estão em andamento…

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