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Brasília

Veja como é o ataque de cão policial que capturou brasileiro foragido nos EUA

Em simulação no BPCães da PMDF, o bikerrepórter do JBr, Afonso Ventania, foi imobilizado por dois pastores belgas de Malinois

Afonso Ventania

15/09/2023 6h56

Foto: Afonso Ventania

Horas depois que a polícia dos EUA capturou o brasileiro Danilo Cavalcante usando a unidade K9, no estado da Pensilvânia, na manhã da última quarta-feira (13/09), peguei a minha bicicleta e decidi visitar o Batalhão de Policiamento com Cães da PMDF (BPCães) para conhecer o treinamento dos cães policiais.

O código K9 é utilizado por forças policiais de todo o mundo que utilizam cães. É uma referência ao termo “canino” em inglês, “ca (k), nine (9)”.

De acordo com as autoridades norte-americanas, o criminoso foi localizado e capturado por um dos cães da patrulha tática de El Paso, no Texas, que integrou a força-tarefa formada para buscar o fugitivo. Yoda, um macho de 4 anos é da raça pastor belga Malinois, considerada pelas forças policiais de todo o mundo como a mais versátil e eficiente para esse tipo de operação.

Segundo me disse o comandante do BPCães, Major Carlos Reis, dos 48 cães policiais do canil da PMDF, cerca de 40 são pastores belgas Malinois. “O policiamento com cães trabalha na busca de narcóticos, explosivos e para localizar pessoas desaparecidas e foragidos da lei. Na operação norte-americana para localizar o meliante, o uso de cães policiais dessa raça específica era realmente o mais indicado. A eficiência era esperada e não surpreendeu quem trabalha nesta área”.

Passei praticamente a tarde inteira de quarta-feira (13/9) na unidade que pertence ao Comando de Missões Especiais, localizada no Setor Policial Sul. Conheci de perto como é realizado o treinamento dos cães e dos policiais-condutores. Acompanhei de perto também algumas operações táticas de busca e rastreamento de narcóticos e de foragidos. No fim da tarde, a convite do tenente Alves, participei de uma simulação com dois pastores belgas Malinois. O macho, Drago, e a fêmea, Doris. O objetivo era sentir a sensação de ser atacado em fuga, assim como o criminoso Danilo Cavalcante, preso na última quarta-feira depois de fugir da prisão há duas semanas.

Após vestir uma camisa especial de proteção, fui instruído pelo oficial e por mais três policiais da guarnição sobre o que aconteceria a seguir. Experientes, eles, de fato, previram tudo. Avisaram, inclusive que, apesar de eu ter pernas acostumadas a pedalar longas distâncias, eu seria derrubado pelos cães facilmente. “Você vai cair”, antecipou um dos condutores. Dito e feito.

Depois de provocar os cães levantando os braços, como fui orientado a fazer pelos policiais, comecei a correr e, segundo depois, fui derrubado pelos cães e logo imobilizado. O ataque é muito rápido e eficiente.

Cada cachorro pegou um dos meus braços. Eles morderam com muita firmeza, me puxaram para o chão com uma força incrível e seguraram enquanto rosnavam. Os cães são treinados para evitar que o suspeito fuja ou que use qualquer armamento enquanto é subjugado. Impossível dizer que não dá para sentir um certo receio de ouvir tão perto aquelas feras enquanto mordem os membros superiores.

Mesmo com a proteção, senti a enorme pressão das mandíbulas caninas. Em alguns momentos, é possível até perceber uma leve dor nos ossos dos braços. Rapidamente, os policiais chegaram e, com alguns comandos, os cães largaram os meus braços. Eles são treinados para segurarem o alvo até a chegada dos policiais e receberem ordem para soltá-lo. E foi o que aconteceu. Logo depois de serem retirados de cima de mim, foram recompensados por seus condutores pela missão bem sucedida.

A recompensa com brinquedos ou comida após a conclusão do trabalho, segundo os policiais militares, faz parte do treinamento lúdico dos cães.

“A raça predominante aqui no batalhão é a pastor belga de Malinois porque esses animais têm um porte menor, são ágeis e podem ser empregados em várias tipos de policiamento, como captura, proteção e detecção”, acrescenta a tenente Julie.

Mesmo sendo uma situação controlada, é assustadora a experiência de ser atacado por dois animais com presas tão fortes e afiadas. Só concordei em participar da missão porque, ao conhecer de perto a preparação metódica e especializada dos policiais e dos cães, senti total confiança.

A experiência gerou uma descarga de litros de adrenalina mas, além disso, possibilitou perceber, na prática, como a Polícia Militar do DF está preparada operacional e estrategicamente para garantir a segurança do brasiliense.

Confira a matéria sobre o BPCães da PMDF na íntegra que será publicada na próxima segunda-feira (17/09).

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