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Brasília

Unidade de Pronto Atendimento do Recanto das Emas é depredada

Razão do crime teria sido a demora no atendimento

Guilherme Pontes

23/04/2024 21h21

UPA no recanto das emas depredada. Foto: Guilherme Pontes Lima.

Na noite da última segunda (22) a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Recanto das Emas sofreu com a revolta dos pacientes pela demora no atendimento. Foi apurado que uma porta tentou ser derrubada a base de golpes consecutivos e um homem que trabalha na unidade acabou ferido. A Polícia Civil do Distrito Federal confirmou que uma pessoa menor de idade foi presa pelos atos de violência.

Segundo pessoas que estavam no local, a confusão teria começado às 21h pela demora no atendimento por causa da falta de médicos. Pelo episódio envolver um adolescente de 15 anos, em razão do estatuto da criança e do adolescente, a polícia deu poucos detalhes sobre o ocorrido, revelando apenas se tratar de um caso de lesão corporal praticado pelo jovem e dano ao bem público. O fato que exigiu a intervenção da Polícia Militar do Distrito Federal teria acontecido entre 21:30 e 21:45.

Ainda segundo relatos, os pacientes teriam quebrado os computadores da recepção, e forçado entrada em outra parte da UPA, aplicando golpes contra a porta que separa os locais. Após isso, a discussão continuou, e a equipe médica não se sentiu confortável e segura em continuar os trabalhos naquela noite. “Neste momento nós não teremos atendimento. Enquanto a equipe não se sentir segura, nós não teremos atendimento”, foi o informado aos pacientes após a confusão. As atividades voltaram parcialmente já na manhã do dia 23. Nesse dia a pediatria encontrava-se com restrição de atendimento para casos gravíssimos. Pacientes que fossem classificados como laranja deveriam voltar a ser atendidos na parte da tarde.

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, em nota oficial, disse que lamenta profundamente o episódio de violência e atribui o estresse dos pacientes pela demora a uma sobrecarga do equipamento de saúde. “Informamos que, durante o período, a unidade em questão encontrava-se funcionando com 3 pediatras e 5 médicos clínicos. Devido ao fechamento da tenda de dengue no Recanto das Emas, a UPA absorveu toda a demanda e, apesar de estar operando muito acima de sua capacidade, não foi negado atendimento a ninguém”, afirmou o órgão.

O Instituto disse ainda repudiar o episódio em que “trabalhadores são impedidos de cumprirem sua missão, que é de salvar vidas, por serem agredidos covardemente por pessoas que também aguardam seus préstimos à saúde”. Com a confusão, a polícia foi acionada e o atendimento na unidade foi interrompido. Os prejuízos ainda estão sendo calculados.

O órgão está acompanhando a situação e investigando atentamente, segundo afirmou, em colaboração com as autoridades competentes. “Temos monitorado cuidadosamente os casos de agressões enfrentados pelos nossos profissionais de saúde. Todas as nossas unidades trabalham com equipe de segurança para garantir a proteção tanto das instalações quanto dos funcionários. Essa medida visa coibir e reduzir tais ocorrências, contribuindo para uma assistência mais eficiente”, afirma.

“Esse tipo de reação não resolve o atendimento e cria um ambiente hostil tanto para os colaboradores comprometidos em ajudar o próximo quanto para os pacientes que aguardam seus atendimentos de forma respeitosa”, pontua, por fim.

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