Menu
Brasília

Uma em cada dez pessoas que esperam por transplante de coração estão em Brasília

Capital possui 42 pacientes na fila por uma cirurgia e é a segunda unidade da Federação com mais solicitantes

Vítor Mendonça

22/08/2023 19h53

Foto: Reprodução

O Distrito Federal possui 42 pessoas na fila de espera por um transplante de coração, sendo a segunda unidade da Federação com mais solicitantes. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), atualizados ontem, a capital está atrás de São Paulo na demanda, que possui 209 pacientes aguardando por uma cirurgia de transplante do órgão – em todo o Brasil, são 385 pessoas na fila.

A capital reúne, portanto, pouco mais de 10% das esperas do país. Em 2023 foram feitas 21 cirurgias deste tipo nos hospitais da cidade – ao longo de quatro anos, 100 pessoas fizeram operações de transplantes de coração no DF. Parte dos casos tem características similares às do apresentador Faustão, que foi internado no início do mês para o tratamento de uma insuficiência cardíaca. Ele entrou na fila para o transplante no último domingo (20).

A maioria dos transplantes do DF foram realizados no Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), sendo 91 cirurgias nos últimos anos – 16 apenas em 2023. As outras aconteceram no Hospital Brasília (3), Hospital do Coração do Brasil (2), e o Sírio-Libanês (1). A lista de espera pelo procedimento é maior também no ICDF, com 37 pessoas na fila. Além dessas, há uma no aguardo da cirurgia no Hospital do Coração do Brasil.

Outros transplantes

Além dos transplantes de coração, o DF também realiza cirurgias de medula óssea, córnea, fígado e rim. As maiores listas de espera são para os transplantes de rim e córnea, com 637 e 576 pacientes no aguardo, respectivamente. Para fígado, são 27 pessoas aguardando o procedimento cirúrgico, e não há cidadãos na espera por transplante de medula óssea, segundo dados da Secretaria de Saúde da capital (SES-DF).

Portanto, 1.281 pessoas aguardam por uma cirurgia de transplante no DF. Ao todo, de acordo com a pasta, já foram feitos 2.391 procedimentos de transplante ao longo de quatro anos – a maioria de córnea, com 1.057 cirurgias. Em 2023, foram 408 transplantes realizados, tendo destaque também para os de córnea, tendo 164 pacientes receptores.

“Doar órgãos é doar esperança”, destacou a enfermeira Gabriella Ribeiro Christmann, diretora da Central Estadual de Transplantes do DF. “Tem muitas pessoas que só têm essa oportunidade para continuar vivendo ou dar uma maior qualidade de vida”, afirmou. Dependentes de hemodiálises ou com problemas visuais, por exemplo, teriam maior qualidade de vida com os transplantes de órgãos.

De acordo com a especialista, havendo doadores disponíveis informados no gerenciamento do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, é gerada uma lista, da própria unidade da Federação, de possíveis pacientes compatíveis, avaliando características como o tipo sanguíneo, peso, altura, entre outros.

Uma vez que o paciente que receberia o órgão ou tecido não está apto para recebê-lo, por alguma razão de saúde ou incompatibilidade com o doador, a equipe do estado deverá necessariamente ofertar a doação para o Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Decisão da família

Os doadores de órgãos precisam passar por um procedimento que comprova a morte encefálica – paralisação completa da atividade cerebral –, e os doadores de tecido têm de ter, além da comprovação da morte encefálica, também da cardíaca. “Mas o que vai definir mesmo é a decisão da família”, afirmou a diretora. Sendo assim, é importante que quem queira doar deixe claro a vontade para os familiares ainda em vida. Não é necessário, porém, deixar algum documento em cartório.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado