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Brasília

Seis integrantes do PCC são presos no DF e em Goiás

Arquivo Geral

04/12/2018 16h31

Caderno apreendido na operação. Foto: Rafaella Panceri/Jornal de Brasília

Rafaella Panceri
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Seis integrantes de uma facção criminosa com presença nacional foram presos em Sobradinho e em Santo Antônio do Descoberto (GO). Dois estavam em vias públicas da cidade goiana, e outros dois, encarcerados na Papuda. Um homem foi detido nas ruas de Sobradinho. Quem já estava preso pode ter a pena aumentada ou até perder benefícios adquiridos na cadeia. Só por integrarem o esquema, os criminosos podem receber pena de três a oito anos de reclusão após julgamento.

A operação é um desdobramento da Hydra, deflagrada no mês de setembro, que prendeu 62 pessoas vinculadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Os mandados de prisão preventiva foram cumpridos nesta terça-feira (4), quando as unidades do Ministério Público nos estados brasileiros e o Núcleo de Controle Prisional do MPDFT deflagraram mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva simultaneamente. No DF, os policiais devem cumprir mais seis mandados de prisão nos próximos dias.

Ordens da prisão
“A organização criminosa tem sua base dentro dos presídios. Maioria das ordens vinha de lá. No DF, temos um sistema prisional bastante rígido e sem celulares no interior. No Entorno, os aparelhos acabam adentrando, o que dificulta a atuação da polícia”, explica o delegado cartorário da Divisão de Repressão às Facções Criminosas da Polícia Civil do DF, Maurílio Coelho, responsável pelas investigações.

Alguns dos presos nesta terça-feira (4) eram apenas chamados de “irmãos” e não ocupavam cargos importantes. Já outros eram responsáveis por venda de drogas e por armas. Não há lideranças de importância no DF. Maioria está em São Paulo, no Paraná e em Mato Grosso do Sul, onde a facção conseguiu se fixar.

Delegados da PCDF detalham operação. Foto: Rafaella Panceri/Jornal de Brasília

Um caderno foi encontrado no telhado da casa de um dos presos. Ele contém informações sobre o pagamento da “cebola”, como é chamada a mensalidade cobrada a cada membro, e indica a existência de 22 deles no DF e Região Metropolitana. No entanto, os dados são antigos, esclarece Coelho. “Essa mensalidade não é mais cobrada aqui pela dificuldade de arregimentar novos membros”, afirma. A mensalidade dá direito a proteção nas ruas e advogado, em caso de prisão. “Alguns membros foram presos na primeira fase da operação, em setembro”, complementa.

Para entrar no esquema, os criminosos são convidados. “A pessoa recebe um convite de outra, que se chama ‘referência’. Lá dentro, ganha padrinhos, que também ficam responsáveis por ela. Então, ela lê o estatuto da facção e tem que ‘aceitar de coração’. Depois é feita uma conferência e ela ganha um número de matrícula”, ilustra o delegado da Divisão de Repressão às Facções Criminosas da PCDF, Thiago Boeing.

As investigações continuam para desmantelar essas e outras facções criminosas que tentam se basear no DF. “Além de gangues locais que pretendem crescer e disputar espaço com a facção. Vamos evitar, também, que uma facção local tome corpo”, declara Boeing.

Abrangência
As polícias e Ministérios Públicos deflagraram a operação nos estados do Acre, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo e Tocantins.

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