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No prego? Saiba como economizar combustível durante a crise

Arquivo Geral

30/05/2018 20h29

Brasilia:30-05-2018 Economia de combustivel-greve dos caminhoneiros Local: Posto da Torre-Setor Hoteleiro Sul Foto: Kléber Lima

Matheus Venzi
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A falta de gasolina nos postos, provocada pela greve dos caminhoneiros, força os consumidores a economizar combustível ao máximo. Mecânicos especialistas chamam a atenção para o fato de que andar com o carro na reserva prejudica o funcionamento do automóvel.

O mecânico Valdir Lopes de Amorim destaca algumas medidas que podem ajudar na economia. “O motorista precisa ter o hábito de dirigir de forma contínua, estável, andar com uma velocidade uniforme. Trocar marchas fora do tempo e ficar acelerando e freando bruscamente queima o combustível mais rapidamente”, explica.

Banguela

Ele também lembra que trafegar no “ponto morto”, ou na “banguela” não melhora no aproveitamento da gasolina. “Isso só funcionava com carros antigos. Fazer isso em um carro mais atual vai acabar gastando mais do que se dirigir normalmente”, completa.

Carro na reserva

Quem gosta de andar com o carro no “cheirinho” também tem problemas. O mecânico Roberto Ghelardini ressalta que o ideal é completar o tanque sempre que chegar a ¼ da capacidade. “Isso porque a bomba de combustível é lubrificada por ele e, na falta pode, queimar, além de pegar as impurezas do fundo do tanque, agravando ainda mais esse fator. Quando isso acontece, só resta ao proprietário deixar o seu carro em uma oficina, o que gera um gasto desnecessário, que gira em torno de R$ 350 mais a mão de obra”, comenta.

Entretanto, encher o tanque além do limite indicado no automático também é prejudicial. “Quando a bomba de gasolina dá o primeiro disparo já é bom interromper o abastecimento. No estado gasoso, o combustível precisa de espaço para se expandir. Se estiver cheio demais, o gás vai  danificar o catalizador, uma peça muito importante. Para consertar esta peça custa entre R$ 1,2 mil e 4 mil”, ressalta.

Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília

Qualidade importa

Ghelardin também afirma que o recomendado é abastecer em postos confiáveis. “Um combustível de má qualidade trará diversos problemas. Pode   danificar a bomba de combustível, o bico injetor, as velas e o catalisador do motor”, diz.

Além disso, ele lembra que a gasolina possui uma data de validade de aproximadamente três meses. Depois desse tempo, o combustível seca e forma uma espécie de verniz. Isso pode danificar o sensor de nível, travar a bomba de combustível e prejudicar o solenoide de partida frio e os bicos injetores. “Quem vai viajar e deixar o carro parado é bom abastecer o carro com gasolina de alta octanagem”, recomenda.

Brasiliense se vira

Na fila do posto, a pedagoga Elaine Sousa, 45 anos, conta que está dividindo os custos do transporte com um colega de trabalho para tentar economizar. “Se continuar nessa crise eu vou ter de me programar para ir a pé para o trabalho. Não vou ter opção. Eu sempre ando com o tanque cheio e evito andar na reserva, mas ninguém estava preparado para lidar com essa falta de gasolina”, relata.

 Elaine Sousa com a filhas na fila do posto. Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasília

O motoboy Robson Teixeira, 28, conta que a empresa de entregas em que trabalha faz rodízio para lidar com a falta de combustível. “Só está rodando quem tem gasolina. Tem algumas motos que são flex, e então estamos usando álcool. Eu só estou andando com o tanque vazio por causa desse cenário maluco que estamos vivendo”, lamenta.

Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasília

O motorista Gustavo Granja, 34, avalia que muita gente abastece mais do que necessita por medo ou comodismo. “Tem pessoas que enchem o tanque para deixar o carro parado em casa. Isso não dá. Tem que abastecer só que precisa. Já reduziria muito as filas nos postos”, opina.

Gustavo Granja. Foto: Kléber Lima

 

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